Nesta sexta-feira (06/10), em Belo Horizonte, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) está realizando um treinamento sobre a instalação e manuseio de armadilhas de ovos do mosquito Aedes aegypti para profissionais das Regionais de Saúde do estado. As armadilhas, chamadas Ovitrampas, começam a ser instaladas ainda neste mês, complementando as ações de controle do Aedes que já vem sendo realizadas em todo o estado. Inicialmente, 135 municípios mineiros receberão os equipamentos para instalação das Ovitrampas.
Por meio das armadilhas, será possível detectar os índices de infestação do Aedes em cada região, durante todo o ano. Para a montagem de cada Ovitrampa, a SES-MG fornecerá recipientes escuros, palhetas cortadas nas dimensões de 2,5 cm por 10 cm (que serão utilizadas para a postura de ovos das fêmeas do mosquito), levedo de cerveja (que funcionará como atrativo para as fêmeas), caixas de madeira para o transporte das palhetas encaminhadas para análise, entre outros. O manuseio será feito pelos agentes que atuam no controle do vetor em cada município, em parceria com as Regionais de Saúde.
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De acordo com a referência técnica do Programa Estadual de Controle das Doenças Transmitidas pelo Aedes, Viviane Lúcia Carneiro, cada Regional de Saúde deverá replicar o treinamento de montagem e manuseio das ovitrampas junto aos municípios que receberão os equipamentos. “Além de sensibilizar os municípios, precisamos tê-los como parceiros no controle do vetor. Afinal, vamos continuar com todas as outras ações que já vinham sendo feitas, adicionando a estratégia das armadilhas”, explica.
As Regionais de Saúde de Unaí, Varginha, Sete Lagoas, Januária, Pirapora, Manhumirim e São João Del Rei deverão realizar ainda este ano capacitações para os municípios que receberão as armadilhas, numa parceria com os profissionais do Laboratório de Entologia da SES-MG. O laboratório, que funciona dentro da Fundação Ezequiel Dias (Funed), está produzindo um material audiovisual que ilustrará os procedimentos de instalação e uso das ovitrampas.
Por meio das armadilhas, será possível monitorar, durante todos os períodos do ano, a dispersão do Aedes pelo território. Além disso, os profissionais envolvidos poderão avaliar o real impacto das aplicações de UBV (Ultra Baixo Volume), monitorar os bairros e regiões de cada município que necessitam de maior atuação no controle do vetor, possibilitando a intensificação das estratégias antes até do surgimento de casos das doenças causadas pelo Aedes.
As armadilhas fazem parte do Projeto de Ampliação da Vigilância Entomológica para Monitoramento do Aedes no Estado de Minas Gerais. Além das Ovitrampas, já é realizado em Minas o LIRA(a) (Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti) nos municípios com mais de dois mil imóveis e o LIA (Levantamento de Índice Amostral).
O número de armadilhas instaladas varia de acordo com o número de imóveis e quarteirões que cada município possui. Os pontos de instalação serão determinados pelos municípios, juntamente com a Regional de Saúde, obedecendo aos seguintes critérios: raio de 300 metros entre as armadilhas, uma armadilha a cada 225 imóveis ou uma armadilha a cada nove quarteirões. Depois de realizada a distribuição nas regionais, as Ovitrampas serão direcionadas pelos agentes de saúde às residências e estabelecimentos privados dos municípios de Minas incluídos no programa.
Outras ações de controle do Aedes
Com a chegada do período de maior transmissão da Dengue, Zika e Chikungunya, doenças transmitidas pelo Aedes, estão sendo investidos incialmente R$ 18 milhões no controle do vetor. As estratégias de controle do Aedes no Sistema Único de Saúde (SUS) estão concentradas nas ações de mobilização social junto à população, assistência aos pacientes, aquisição de equipamentos, insumos, medicamentos e novos veículos, monitoramento da circulação do vírus e de novos casos da doença no estado, capacitação de profissionais e fortalecimento do apoio aos municípios no controle do vetor.