Mais de 150 gestores, médicos e técnicos de serviços municipais de saúde participaram nesta sexta-feira (10/03), do Seminário sobre Febre Amarela promovido pela Regional de Saúde de Montes Claros. O evento foi realizado no auditório da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams) e teve como objetivo possibilitar aos profissionais atuantes em 53 municípios que atuam na área de jurisdição da Regional de Saúde de Montes Claros, ter acesso a informações atualizadas tanto sobre a Febre Amarela como, também, das demais doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.

A coordenadora de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e de Saúde do Trabalhador da Superintendência Regional de Saúde, Josianne Dias Gusmão destacou a importância do alinhamento de informações envolvendo os gestores e demais profissionais de saúde, levando-se em conta a importância de se criar um ambiente propício para combate ao Aedes aegypti e, com isso, obter resultados efetivos na prevenção contra as doenças transmitidas pelo mosquito.

Além de atualizar o repasse de informações aos municípios sobre as ações de prevenção contra a febre amarela que vem sendo implementadas pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG), coordenadores dos núcleos de Atenção Primária à Saúde e de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Saúde do Trabalhador apresentaram aos gestores dados recentes sobre notificações da doença no Estado, bem como a situação em que o Norte de Minas se encontra.

Desde o segundo semestre do ano passado a Superintendência Regional de Saúde vem adotando uma série de medidas preventivas contra a febre amarela no Norte de Minas. As ações foram iniciadas a partir do encontro de primatas não humanos mortos em áreas silvestres, o que pode ser um indicativo da existência do vírus da febre amarela circulando na região.

Além do encaminhamento de amostras de animais para análise em laboratório a Superintendência Regional de Saúde orientou todos os municípios que integram sua área de atuação e as gerencias regionais de saúde de Januária e Pirapora no sentido de intensificarem os trabalhos de atualização dos cartões de vacina da população e, em caso de necessidade, efetivar a aplicação de vacinas principalmente em moradores da zona rural.

A Regional de Saúde de Montes Claros criou um grupo de trabalho envolvendo representantes da Polícia Militar de Meio Ambiente, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Instituto Estadual de Florestas (IEF) e do Corpo de Bombeiros com o objetivo de acompanhar e avaliar a ocorrência de morte de primatas não humanos e as medidas adotadas de prevenção contra a febre amarela.

Entre outros assuntos o seminário abordou questões relativas ao manejo clínico de pessoas com suspeitas de terem contraído febre amarela; o diagnóstico laboratorial da doença; a intensificação e o repasse de orientações sobre a vacinação da população nas localidades onde houver baixo índice de cobertura vacinal.

A médica infectologista do Hospital Universitário Clemente de Faria, Cláudia Biscotto ressaltou a importância de todos os profissionais de saúde estarem atentos quanto à necessidade de notificar, compulsoriamente, todos os casos suspeitos de febre amarela a fim de que os órgãos governamentais possam fazer as investigações e tomar as providências necessárias.

A médica lembrou que pelo fato da febre amarela se constituir numa doença de alto índice de letalidade os profissionais de saúde precisam acompanhar, diariamente, os pacientes suspeitos de terem contraído a doença. Além do manejo clínico adequado do paciente a realização de exames em laboratório se constitui medida necessária que deve ser agilizada no menor espaço de tempo possível.

Outra questão abordada durante o seminário pela coordenadora do Núcleo de Atenção Primária à Saúde, Renata Fiúza, foi a necessidade dos municípios integrarem as ações dos Agentes de Controle de Endemias (ACEs) com os trabalhos implementados pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) visando potencializar as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti.

 

Por Pedro Ricardo