Com o aumento do número de casos de arboviroses nos últimos meses, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Uberaba vem implementando novas ações de combate ao vetor das doenças, Aedes aegypti, na Macrorregião de Saúde Triângulo Sul.  As ações fazem parte do planejamento estratégico da SES para enfrentamento da dengue, zika, chikungunya e febre amarela.  

  Capacitação em Manejo Clínico da Dengue no auditório da CDL em Uberaba (29/03). Foto de Sara Braga

Os números de casos suspeitos de dengue  já são 1.134, 8 óbitos estão em investigação pela doença e 18 casos de chikungunya foram confirmados, conforme dados extraídos do Painel de Arboviroses em 31/03. 

Denise Maciel, coordenadora de vigilância epidemiológica da SRS Uberaba, diz que a equipe regional vem buscando parcerias no trabalho de combate, inclusive com outras instituições, para intervenções adequadas na situação de epidemia da região. Segundo ela, “para controlar as arboviroses, é preciso trabalhar em conjunto, envolvendo a comunidade em ações de educação, parceria com ministério público, universidades, além das medidas de controle vetorial, acompanhamento semanal dos casos e análises de incidência”. 

Para monitorar a situação, o Comitê Regional de Enfrentamento das Arboviroses da SRS Uberaba, vem se reunindo semanalmente, desencadeando ações de suporte aos municípios, especialmente os mais afetados, com alta e muito alta incidência de casos prováveis nas quatro últimas semanas epidemiológicas. Visitas aos municípios, contato direto com gestores e equipes técnicas, divulgações constantes de materiais de apoio e capacitações, emissões de alertas e parceria com o Ministério Público, para garantir ações de combate ao Aedes nos municípios, vêm sendo realizadas. 

Capacitação em Manejo Clínico da Dengue

Outra preocupação é o agravamento de casos e óbitos ocasionados pelas doenças. A fim de aprimorar a assistência aos casos prováveis de arboviroses nas unidades de saúde, a SRS Uberaba realizou, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Uberaba e a Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), uma capacitação em manejo clínico da dengue para mais de 160 médicos e enfermeiros dos 27 municípios da região. O evento ocorreu na última quarta-feira, (29/03), no auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e contou com a condução do médico infectologista e professor da UFTM, Rodrigo Molina. 

Molina alerta para que a população esteja atenta a sintomas como febre, dor de cabeça, dor no corpo, dor atrás dos olhos e manchas no corpo. “Em caso desses sintomas, deve-se procurar ajuda médica e não se automedicar, pois algumas medicações podem levar ao agravamento dos quadros de dengue. Já os profissionais de saúde, devem conhecer o manejo da dengue orientado pelo Ministério da Saúde e sempre classificar os pacientes de acordo com os grupos A, B, C ou D”.

“No grupo A, estão aqueles com suspeita de dengue, sem alteração na prova do laço e que não pertencem a grupos de risco. No grupo B, pacientes com prova do laço positiva e que tenham alguma comorbidade ou pertençam a grupos de risco. No grupo C, os pacientes com sinais de alarme, como febre muito alta, dor abdominal e queda importante de plaquetas. No grupo D, estão os pacientes em quadro de choque. Cada grupo tem um manejo adequado e, para todos eles, a hidratação é fundamental”, conclui Molina. 

Febre Amarela

Ações de prevenção à febre amarela também vêm sendo desencadeadas pela SRS Uberaba. Além da rotina de vacinação, um reforço na imunização está acontecendo desde o segundo semestre de 2022, quando duas epizootias foram confirmadas para febre amarela, uma em Itapagipe e outra em Uberaba. 

A superintendência se reuniu com os municípios, orientando a realização do raio, ou seja, borrifação de veneno em torno dos locais onde foram encontrados os animais mortos, e a realização de Monitoramento Rápido de Cobertura Vacinal (MRC). O MRC é uma técnica de supervisão de ações de vacinação realizada por meio de visita domiciliar, utilizando como fonte a verificação do comprovante de vacinação do indivíduo.      

A intensificação com vacinação no domicílio foi orientada para Uberaba, que apresentou também um caso humano suspeito, e posteriormente descartado, para febre amarela. Os municípios limítrofes ao estado de São Paulo, que teve um caso humano confirmado, também foram estimulados a realizar a vacinação casa a casa. Além desses, todos aqueles que desejam aumentar suas coberturas vacinais devem realizar este trabalho. 

É importante salientar que as ações de imunização relacionadas à febre amarela devem ser constantes, já que a meta é atingir 100% de cobertura em todos os municípios. Para tanto, ações de conscientização da população são imprescindíveis. Nos municípios, agentes mobilizadores vêm reforçando, junto às comunidades, a importância de prevenção dessa, e de outras doenças, através da vacina. 

Por Sara Braga