Para alinhar e qualificar ações de enfrentamento das doenças transmitidas por mosquitos para o período de 2020/21, a Gerência Regional de Saúde de Ubá (GRS/ Ubá) promoveu o 1º Webnário sobre Arboviroses entre os dias 31/8 e 1/9. O principal assunto foi a sugestão para utilização da técnica de ovitrampas (uso de armadilhas como ferramenta para monitoramento populacional de mosquistos através da colocação de ovos) em todas as 31 cidades da área de abrangência da unidade, sendo demonstradas as experiências exitosas de duas delas, Vieiras e Antônio Prado de Minas.

Crédito: Keila Lima

As ovitrampas simulam o ambiente perfeito para a procriação do Aedes aegypti: um vaso de planta preto é preenchido com água, que fica parada, atraindo o mosquito. Nele, os pesquisadores inserem uma palheta de madeira, que facilita que a fêmea do Aedes coloque ovos. Dentro do recipiente, é colocada uma substância larvicida. Dessa forma, os vigilantes conseguem observar de maneira mais rápida e eficiente a quantidade de mosquitos naquela região e aceleram as ações de combate, sem que o inseto se desenvolva.

O webnário foi organizado pelo Núcleo de Epidemiologia da GRS/ Ubá, seguindo o Plano de Contingência regional contra as arboviroses, propondo a implantação da técnica que tem baixo custo, o que possibilita mais liberdade para o município ao mesmo tempo que aumenta o monitoramento da população de mosquitos. O evento também contou com a participação de representantes do Instituto Federal Sudeste de Minas Gerais (Campus Rio Pomba), que apresentou uma plataforma virtual de informações geográficas que podem auxiliar no melhor mapeamento dos trabalhos das equipes de endemias.  

“Nos dois municípios que já utilizam o ovitrampas, temos obtido resultados satisfatórios. Essa técnica permite o *levantamento de índices de densidade de postura do Aedes e positividades das armadilhas em periodicidade semanal. Conseguimos antecipar os cenários, monitorar, detectar e controlar melhor a população do Aedes, sem que ele se desenvolva. Demonstramos que o município tem capacidade de fazer o trabalho pois tem custo mínimo e reduz o emprego de larvicidas e inseticidas que são mais caros e perigosos para os agentes, além de exterminar a população de vetores susceptíveis permanecendo os insetos já existentes”, explicou a referência técnica em endemias da GRS/ Ubá, Hélcio Carlos Gonçalves Cruz,

No município de Vieiras, as ovitrampas foram instaladas em janeiro de 2019. “Temos sete armadilhas instaladas, que atraem o mosquito e observamos muitos benefícios. O primeiro, é impedir a evolução da larva. Também conseguimos acompanhar a incidência, direcionando os esforços para os bairros que precisam de maior atuação. Além disso, temos conseguido um maior empenho na orientação da população. Toda semana, recolhemos as armadilhas e enviamos para a análise na GRS/ Ubá, onde verificamos qual espécie de mosquito está em proliferação. Tudo isso com um custo muito baixo”, contou o supervisor de endemias da região de Vieiras, Paulo Roberto Gonçalves.

O protagonismo da GRS/ Ubá foi destacado pela diretora da unidade, Aline de Almeida Prado. “Estamos nos antecipando à demanda, pois o período endêmico das doenças, como dengue, zica vírus e chikungunya, é o verão. Portanto, ao realizar o webnário com antecedência, possibilitamos aos municípios identificarem as oportunidades que temos de evitar um agravamento do quadro de saúde nos municípios, pois são doenças com sinais e sintomas semelhantes à covid-19 e a melhor atuação é a prevenção”, afirmou Aline.

* Mapeamento rápido dos índices de infestação por Aedes aegypti.

Por Keila Lima