Desde que o Ministério da Saúde declarou a Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional pela pandemia da covid-19, em fevereiro de 2020, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, (SES-MG), iniciou uma corrida contra o tempo para ampliar, aos 853 municípios, a capacidade assistencial da rede pública de modo que nenhum mineiro corresse o risco de ficar sem assistência médica e hospitalar.

Crédito: Fábio Marchetto

Seis meses depois e 1.840 leitos de UTI a mais no estado, a SES-MG continua a empenhar esforços para deixar à população mais do que a memória dos dias difíceis causados pelo novo coronavírus: uma estrutura permanente e organizada para servir ao usuário do Sistema Único de Saúde, (SUS), independentemente da pandemia. O detalhamento deste processo foi apresentado na live realizada pela SES-MG, no último dia 8, com o secretário de Estado de Saúde Carlos Eduardo Amaral e o subsecretário de Gestão Regional, Darlan Thomaz.

“Estruturamos um Plano de Contingência, com previsão de recrutamento de leitos em etapas e definição do perfil dos hospitais elegíveis para ter leitos de UTI ampliados ”, explicou o secretário Carlos Eduardo Amaral. Segundo ele, esta é uma das mais significativas estratégias para Minas Gerais, uma vez que se baseia no reconhecimento das realidades regionais e locais para atuar sobre ela.

Diariamente, a SES-MG monitora o cenário epidemiológico das macrorregionais de saúde por meio da integração entre a sua Sala de Situação e as Salas de Situação regional, instaladas já na primeira semana de março. A intenção é acompanhar, em tempo o mais real possível, a incidência da pandemia, a capacidade operacional de cada uma das regiões e a velocidade do avanço da doença. “Com dados quantitativos e qualitativos fazemos o controle de todos os mecanismos de pressão que incidem sobre as regiões e os municípios por meio de metodologia de multicritérios internacionalmente aceita”, explica o subsecretário de Gestão Regional, Darlan Thomaz.

O manejo assertivo da pandemia proporciona o direcionamento de local de atendimento ao paciente covid-19 de modo assertivo, uma vez que nem todos os municípios mineiros têm hospitais com leitos de UTI. “A ideia é colocar o paciente certo, do ponto de vista territorial, no local certo, evitando seu transporte desnecessário, o enfrentamento de longas distâncias. Buscamos, dentro do possível, que este paciente seja atendido o mais próximo de casa”, explica Darlan.

Segundo Darlan, a instalação dos comitês macrorregionais são aspecto importante e inovador, que reúnem não só gestores municipais e de saúde, mas também membros do Ministério Público, operadoras de planos de saúde e instituições hospitalares; todos agentes importantes dos territórios, conhecedores das realidades locais que podem contribuir no enfrentamento ao novo coronavírus.

O programa Medicamento em Casa é outra estratégia articulada entre a SES-MG, macrorregionais e municípios, que permite às pessoas com doenças pulmonares respiratórias entrega de remédios em domicilio. O programa cobre 55 medicamentos, fez 20.586 entregas, atendeu 6.771 pessoas em 12 cidades: Belo Horizonte, Coronel Fabriciano, Divinópolis, Ipatinga, Itambacuri, Juiz de Fora, Pouso Alegre, Santa Rita do Sapucaí, Santana do Paraíso, Teófilo Otoni, Timóteo e Uberlândia.

“Estamos sempre buscando alternativas para sermos mais eficientes; fazendo mais com menos para fazer melhor. O Medicamento em Casa é um projeto embrionário, criado especificamente para o contexto atual. Mas seus resultados nos mostram que, para o próximo ano, é provável que seja o embrião de várias outras ações que pretendemos implementar”, explicou o secretário de Saúde.

Todas as terças-feiras a Secretaria de Estado de Saúde realiza lives com o secretário Carlos Eduardo Amaral e recebe representantes da Pasta para responder perguntas sobre a pandemia. Para assistir, basta acessar o perfil instagram @saudemg, às 19h.

Por Raquel Ayres