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A malária é uma doença transmitida por meio da picada da fêmea do mosquito Anopheles infectada por Plasmodium, um tipo de protozoário. No Brasil, a maioria dos casos da doença se concentra na região Amazônica, o que não descarta a possibilidade da ocorrência da malária em outras partes do país, como em Minas Gerais. A cura é possível se a doença for tratada em tempo oportuno e de forma adequada. Contudo, a malária pode evoluir para forma grave e para óbito.

» Clique aqui e confira o Boletim Epidemiológico da Malária.

» Abaixo, confira os slides da coletiva SES-MG sobre a situção epidemiológica da Malária no Estado, realizada em 22/08/2018:

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No período de 2010 a 2017, o estado de Minas Gerais registrou 655 casos confirmados de malária, dos quais, 414 (63,2%) casos se infectaram em estados da região amazônica do país, 186 (28,4%) casos procederam do continente africano, do norte da América do Sul, 25 (3,8%) registros. Da região sudeste do Brasil (ES, RJ, SP) originaram quatro casos. Desse modo, 629 (96,0%) foram classificados como importados (a infecção ocorreu fora do estado de Minas Gerais). Em 1 (um) caso, o local provável de infecção é ignorado. No mesmo período, 25 (3,8%) casos a infecção foi contraída no estado de Minas Gerais (Tabela 1): - um caso notificado no município de Lima Duarte no ano de 2015, um caso em Simonésia no ano de 2016 e em área de garimpo na divisa dos municípios de Couto Magalhaes de Minas e Diamantina, 23 casos, sendo seis com ocorrência em 2016 e 17 casos no ano de 2017. Dos registros oriundos de MG, foi identificado o Plasmodium vivax em 24 casos e em um, o P. malariae (Tabela 2). No período 2010 a 2017 evoluíram para o óbito 13 indivíduos.

» Clique aqui e confira as tabelas e gráficos complementares.

OUTRAS INFORMAÇÕES:

Malária em MG: 2007 a 2010

Malária em MG: 2003 a 2007

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Os sintomas iniciais são comuns às diferentes espécies de plasmódio. Por isto, todo suspeito de malária deve, de imediato, ser submetido ao exame laboratorial para identificar e diferenciar os protozoários presentes no sangue do indivíduo infectado. 

O período de incubação da malária varia de 8 a 30 a depender da espécie de plasmódio. A fase sintomática inicial caracteriza-se por mal-estar, cansaço e dor no corpo. O quadro é seguido por calafrios e febre alta de duração de 6 a 12 horas, com suor intenso. A febre pode atingir 41ºC, e ser, acompanhada de cefaleia, dor muscular náuseas e vômitos. 

Pela inespecificidade dos sinais e sintomas provocados pelo Plasmodium, o diagnóstico clínico da malária não é preciso. Outras doenças febris agudas podem apresentar sinais e sintomas semelhantes, como a dengue, a febre amarela, a leptospirose, a febre tifoide, a leishmaniose visceral e muitas outras.

» Clique aqui e confira a lista de municípios que possuem laboratórios que fazem teste de malária.

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Entre as medidas de prevenção individual estão: uso de mosquiteiros, roupas que protejam pernas e braços, telas em portas e janelas e uso de repelentes. Já as medidas de prevenção coletiva contra malária são borrifação intradomiciliar, uso de mosquiteiros, drenagem, pequenas obras de saneamento para eliminação de criadouros do vetor, aterro, limpeza das margens dos criadouros, modificação do fluxo da água, controle da vegetação aquática, melhoramento da moradia e das condições de trabalho e uso racional da terra.

Observação: Não existe vacina contra a malária. Algumas substâncias capazes de gerar imunidade foram desenvolvidas e estudadas, mas os resultados encontrados ainda não são satisfatórios para a implantação da vacinação.

VIAJANTES

Antes de ir para uma região considerada de risco para malária é necessário procurar orientação sobre os sintomas e a prevenção da doença. Ao ser identificado potencial risco de adquirir malária devem ser orientadas as medidas de prevenção contra picada de mosquitos:

  • Use roupas claras e longas, como camisas de manga comprida e calças, cobrindo áreas do corpo em que o mosquito possa picar;
  • Use repelentes nas áreas de pele expostas, seguindo as orientações do fabricante do produto quanto à faixa etária e frequência de aplicação;
  • Evite locais próximos a criadouros naturais dos mosquitos vetores (beira de rios e lagos, áreas alagadas e região de mata nativa), principalmente nos horários da manhã e ao entardecer, de maior atividade do mosquito vetor da malária;
  • Em ambientes fechados, é recomendado o uso de ar condicionado ou ventiladores.

O indivíduo febril em (ou vindo de) áreas de transmissão de malária nos últimos seis meses, deve ser visto como suspeito de malária, devendo ser relatado ao profissional de saúde que esteve em área com transmissão da doença e imediatamente, realizar o exame para esclarecer o diagnóstico. Caso o exame confirme a malária, realize o tratamento completo, em tempo oportuno.

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O tratamento deve ser iniciado imediatamente após o início dos sintomas, uma vez que o atraso está associado a um maior risco de gravidade e óbito. O tratamento indicado depende de alguns fatores, como a espécie do protozoário infectante; a idade do paciente; condições associadas, tais como gravidez e outros problemas de saúde; além da gravidade da doença. 

O diagnóstico diferencial para malária nas primeiras 24 horas, e o tratamento específico e correto, instituído nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas são essenciais para a redução da gravidade, dos óbitos e transmissão da doença. Para ser considerado caso confirmado de malária é preciso a confirmação laboratorial identificando a(s) espécie(s) de Plasmodium presente no individuo. O teste da gota espessa é considerado o principal exame pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O teste rápido auxilia o diagnóstico, mas não dispensa a realização da gota espessa.

O tratamento é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em todo o território nacional, e é realizado sob supervisão médica, com a prescrição de medicamentos antimaláricos que devem ser administrados diariamente até o final do tratamento, sem interrupções, para evitar que outras formas mais graves da doença se manifestem. Quando realizado de maneira correta, o tratamento da malária garante a cura da doença.

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Malária é uma doença contagiosa?

Não. Uma pessoa doente não é capaz de transmitir a doença diretamente a outra pessoa, é necessária a participação de um vetor.

Qualquer mosquito transmite a malária?

Não, apenas as fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles são capazes de transmitir a malária.

A malária pode ser transmitida pela água?

Não. A transmissão da malária ocorre por meio da picada de fêmea do mosquito do gênero Anopheles, conhecido popularmente por mosquito-prego.

Quem corre risco de contrair Malária?

Em geral, toda pessoa pode contrair a doença. Indivíduos que tiveram vários episódios de malária podem atingir um estado de imunidade parcial, apresentando poucos, ou mesmo nenhum sintoma, no caso de uma nova infecção.

Existe uma vacina contra Malária? Caso não exista, por quê?

Não. Algumas substâncias capazes de gerar imunidade para a malária no indivíduo foram desenvolvidas e estudadas, mas os resultados encontrados ainda não são satisfatórios para a implantação da vacinação como medida de prevenção da malária.

A pessoa que já teve malária pode doar sangue?

Depende. Se a pessoa teve malária por Plasmodium malariae, ela não poderá mais doar sangue. Já para as outras espécies, depende do tempo entre a doença e a doação de sangue. Os hemocentros sabem orientar o doador.

Estou grávida e pretendo visitar uma região endêmica de Malária. É seguro viajar?

Não é recomendada esta viagem devido ao risco de contrair malária.

É seguro amamentar enquanto tomo medicamento antimalárico?

Sim. Os medicamentos antimaláricos do Brasil são recomendados para mulheres que amamentam.