Preparar os profissionais da rede pública da área da Gerência Regional de Saúde de Ubá para socorrerem vítimas de diversos traumas, até mesmo paradas cardiorrespiratórias, com o conjunto de medidas e procedimentos técnicos de suporte de vida é o objetivo de capacitações que estão sendo realizadas desde fevereiro. A iniciativa é uma parceria da Gerência Regional de Saúde (GRS) de Ubá, juntamente com o Núcleo de Educação Permanente do Samu/Cisdeste.

Com programação até maio, o treinamento é inédito na região e contempla técnicas do Suporte Básico de Vida, estas destinadas a  técnicos em enfermagem e condutores socorristas/motoristas, e Suporte Avançado de Vida, para médicos, enfermeiros, fisioterapeuta e psicólogos. 

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Cadeia de sobrevivência

A cadeia de sobrevivência foi criada para ressaltar a importância da adoção de atitudes organizadas e hierarquizadas na situação de provável ou confirmada Parada Cardiorrespiratória (PCR) no ambiente extra hospitalar. O Suporte Básico de Vida (SBV) é um dos elos desta cadeia em que os procedimentos imediatos aplicados às vítimas de paradas cardiorrespiratórias são cruciais até a chegada da unidade de transporte especializada, o Samu/Cisdeste. 

“Garantir que os profissionais estejam atualizados quanto ao salvamento nos primeiros instantes é ampliar as chances das pessoas em estado crítico, que procuram as mais diferentes unidades de Saúde, serem socorridas adequadamente. Claro que urgências e emergências podem necessitar dos procedimentos de alta complexidade, hospitalares, mas como não é possível escolher nem a hora nem o local onde a pessoa pode ter um agravo/PCR, então, o certo é preparar as diferentes equipes para essa resposta, que é o nosso propósito”, disse Josiel da Silva Ferreira, referência técnica da Rede de Urgência e Emergência da GRS Ubá. 

Além do SBV, que são ações fundamentais e simples que podem ser aplicadas por qualquer pessoa treinada, a capacitação está preparando uma parcela dos profissionais com o Suporte Avançado de Vida (SAV), com técnicas mais complexas como a desfibrilação e aplicação de medicamentos intravenosos e intraósseos. 

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“Também estamos formando profissionais com conhecimentos avançados, como médicos e enfermeiros, para exercerem manobras como a Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) de alta qualidade. São habilidades pouco exercidas no cotidiano das equipes da Atenção Primária, mas que no momento propício, precisam ser aplicadas com exatidão, pois é um complemento importante para o atendimento do Samu 192”, explicou Adilson Santos Cruz, coordenador do Núcleo de Educação Permanente do Samu/Cisdeste.

 

Cronograma

Cerca de 400 pessoas estão em processo de formação, número que pode aumentar até maio. Estão participando profissionais das portas de urgência e emergência, como hospitais, pronto-atendimentos, salas de estabilização, Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas;  bem como as equipes de Atenção Primária à Saude (APS), que são os PSFs, Centros de Saúde e Especialidades. O cadastro de quem participaria ficou a cargo das Secretarias Municipais de Saúde.

O curso de SBV está sendo oferecido em seis cidades das microrregiões de Ubá e Muriaé para facilitar o deslocamento das equipes e diminuir as distâncias. Já o curso de SAV é feito na base do Cisdeste, com sede em Juiz de Fora, que é o consórcio 100% público que reúne 147 municípios das regiões sudeste e leste do sul do estado de Minas Gerais e faz a gestão do atendimento regionalizado de Urgência e Emergência, o Samu 192. 

Por Keila Lima / Fotos: Josiel da Silva Ferreira