Mais uma das ações previstas para o enfrentamento às arboviroses foi colocada em prática. A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e a Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), inauguraram, nesta segunda-feira (26/2), a Unidade de Reposição Volêmica (URV) no Hospital João Paulo II (HIJPII). A instituição é referência para o atendimento pediátrico no estado e terá um espaço exclusivo para a hidratação de crianças com até 12 anos de idade que estejam com suspeita ou diagnóstico positivo de arboviroses (dengue, chikungunya e zika).

Crédito: Fábio Marchetto

O evento contou com a presença de representantes do Ministério da Saúde como a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, do secretário de Atenção Especializada à Saúde, Helvécio Magalhães e da superintendente Estadual, Maflávia Ferreira. Também participaram a presidente da Fhemig, Renata Ferreira Leles Dias, a secretária de Estado Adjunta de Saúde, Poliana Cardoso Lopes, a secretária de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais, Luísa Barreto e o secretário Municipal de Saúde de Belo Horizonte, Danilo Borges.

O HIJPII é a segunda unidade da rede Fhemig a oferecer o serviço. No local haverá 20 poltronas no total, sendo que a metade delas estará disponível imediatamente e, o restante, de forma escalonada, conforme a demanda. A previsão é de que sejam atendidas, em média, 80 crianças diariamente. Desde o dia 2 de fevereiro, o Hospital Júlia Kubitschek abriu uma sala de hidratação para o atendimento de pacientes com dengue e, desde então, já atendeu mais de 1.900 pessoas.

Crédito: Fábio Marchetto

“Minas está tendo a menor letalidade da sua história. Estamos capacitando profissionais e habilitando locais para ampliar o atendimento. Hoje, inauguramos mais uma Unidade de Reposição Volêmica com 20 poltronas para que as crianças possam ficar em observação, se hidratando. É muito importante termos locais com expertise nesse atendimento e se soma ao Júlia Kubitschek e o Eduardo de Menezes que já estão atendendo os pacientes com sintomas de dengue, para que possamos evitar mortes”, ressaltou o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti.

Ainda de acordo com Baccheretti, o número de atendimentos da última semana representa metade do total atendido desde o início de 2024, o que demonstra a necessidade da URV, que vai funcionar 24 horas para atender, exclusivamente, crianças, que é o público que traz preocupação para os serviços de saúde.

Segundo a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, é muito difícil frear a infecção quando há o cenário de uma epidemia instalada, mas é possível adotar medidas eficazes de enfrentamento. “A grande ação que precisamos tomar em casos de dengue é de reforçar a hidratação, que salva vidas. Neste local teremos condições de cuidar melhor das crianças. Esperamos cerca de 18 semanas difíceis no Brasil para as arboviroses e precisamos nos preparar com união entre o Governo Federal, Estados e municípios, para que possamos evitar as mortes por dengue e chikungunya e vencer esse momento. O que está sendo feito em Minas é muito importante e serve de exemplo para outros estados, que estão vivendo a mesma situação” destacou a secretária.

De acordo com a presidente da Fhemig, Renata Dias, no Plano de Contingência, elaborado pela Fhemig e SES-MG, os focos principais foram a estrutura e infra-estrutura para o atendimento dos pacientes com dengue, tanto de adultos quanto de crianças. “Atualmente temos o Julia Kubitschek, atendendo a unidade de hidratação e com leitos de enfermaria. Caso seja necessário, vamos abrir leitos de CTI. Também temos a unidade de hidratação do João Paulo II, que estamos abrindo hoje, além dos leitos de enfermaria e de CTI do hospital infantil. E temos, também, o Hospital Eduardo de Menezes, onde há enfermarias vocacionadas, com um total de 60 leitos, além da UTI. Foi autorizada a recomposição e aumento da equipe assistencial para que possamos proporcionar conforto à população que precisa de atendimento. Houve remanejamento de médicos, técnicos de enfermagem e enfermeiros para as salas de hidratação, que contam ainda com os demais serviços de apoio do hospital”, explica.

Para o secretário Municipal de Saúde de Belo Horizonte, Danilo Borges, o combate ao Aedes aegypti deve ser feito diariamente e as medidas devem ser adotadas pelos municípios de acordo com a realidade local. “Os municípios devem manter o monitoramento dos focos do mosquito, e temos que intensificar ações como a aplicação de biolarvicidas, mutirões de limpeza e providenciar a contratação de agentes de combate à endemias. Outros locais ainda podem ser utilizados para ampliar a rede de atendimento à população em Belo Horizonte, caso seja necessário. Estamos ampliando o horário de atendimento e os locais de internação e estamos abrindo alguns centros de saúde no fim de semana, para desafogar o atendimento de urgência. É muito importante contar com uma unidade como esta que tem uma expertise muito grande e vai dar retaguarda para a demanda de internação no município”, sublinhou.

A secretária de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais, Luísa Barreto, comentou sobre a ampliação do atendimento de arboviroses no estado. “Essa semana estamos disponibilizando o prédio do Centro de Especialidades Médicas, que faz parte do Ipsemg, para a Prefeitura de Belo Horizonte, que vai abrir um centro de atendimento às pessoas com dengue e vamos reforçar o atendimento do próprio Ipsemg para os servidores do estado. Haverá contratação de 69 profissionais, autorizada na data de hoje (26/2), assim como fizemos o reforço de pessoal para a equipe da Fhemig para que possa ter uma atuação mais forte neste momento”, afirmou.

Vigilância em Saúde

Durante a tarde, foi realizada uma reunião na Cidade Administrativa de Minas Gerais para tratar das ações da SES-MG no combate às arboviroses e das propostas de aumento da cobertura vacinal do estado. O encontro trouxe dados discutidos diariamente pela equipe do Centro de Operação de Emergência (COE) e contou com a participação da secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, do secretário Fábio Baccheretti, da secretária Adjunta, Poliana Lopes e dos subsecretários da Secretaria de Saúde.

A secretária acompanhou as ações adotadas junto aos municípios para o atendimento às emergências em relação a dengue e conheceu algumas das ações de vigilância em Minas Gerais, como a ampliação da rede de laboratórios pelo estado e programas como o Vacina Mais, Minas, que criou a política do vacimóvel e da premiação financeira aos municípios que conseguirem aumentar os índices vacinais da população.

O Baleia é do SUS

A partir de junho deste ano, o Hospital da Baleia, mantido pela Fundação Benjamin Guimarães, passa a ter o atendimento 100% SUS. O anuncio foi feito na manhã desta segunda (26/2), em evento realizado na Instituição. Com a migração, o número de leitos será ampliado de 106 para 202 até o final do ano.

“Conseguimos fazer grandes políticas e pagar em dia as dívidas, inclusive com as Filantrópicas. Estamos vivendo um momento bom para Minas Gerais de expansão e investimento. Temos oportunidades muito grandes para o Hospital da Baleia que terá atendimento exclusivo do SUS e temos muito orgulho do papel da instituição para o estado. A expectativa é muito positiva, de que o Hospital proporcione à população uma saúde e atendimento de qualidade”, comemorou o secretário Fábio Baccheretti.

Por Jornalismo SES-MG