Visando proporcionar ações de promoção da saúde, prevenção e vigilância no âmbito do combate à sífilis, foi realizado, no dia 31 de outubro, no auditório da Gerência Regional de Saúde (GRS) de Unaí, o Workshop de Sífilis. O evento foi voltado para a qualificação dos profissionais dos municípios da área de abrangência da GRS Unaí para os serviços da Vigilância Epidemiológica, Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar, Atenção Primária à Saúde, Assistência Farmacêutica e Hospitais. 

A programação contou com a apresentação do cenário epidemiológico da sífilis adquirida e em gestante e congênita, considerações relevantes e resultados do Plano de Enfrentamento à Sífilis; Rede de Assistência à Saúde no contexto da Sífilis; Assistência Farmacêutica: Fluxo de solicitação da Penicilina Benzatina; Administração da Penicilina Benzatina nas Unidades Básicas de Saúde; Aspectos Clínicos, diagnóstico e tratamento da Sífilis adquirida, na gestante e congênita. 

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Os sintomas da doença às vezes são imperceptíveis, o que pode levar a um tratamento tardio ou até mesmo ao não tratamento, gerando intercorrências futuras, principalmente no período da gestação, já que a contaminação vertical pode causar graves danos para o feto. 

 

Cenário Epidemiológico 

É perceptível o aumento do número de casos notificados de sífilis no Brasil, no estado de Minas Gerais e, por sua vez, na regional de saúde de Unaí, o cenário não é diferente. A exemplo, destaca-se o aumento de 32% do percentual de casos de sífilis em gestante do ano de 2021 para 2022, na GRS Unaí. 

De acordo com a referência técnica em Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) da GRS Unaí, Franciele Nascimento, “para discutirmos o aumento no número de casos notificados, devemos levar em consideração todo o esforço que vem sendo realizado para que o número de indivíduos testados aumente. Entretanto, não podemos deixar de sugerir que as estratégias de prevenção na transmissão da infecção estejam fragilizadas em alguns territórios. Devemos insistir e utilizar novas estratégias para educação em saúde, voltadas para prevenção não só da sífilis, mas das demais ISTs.” Franciele Nascimento acrescenta que a estratégia de qualificação dos profissionais dos municípios é uma prioridade para que possamos atingir a excelência no enfrentamento da sífilis, a fim de minimizar suas consequências, principalmente no contexto da sífilis congênita.

 

Assistência à Saúde

Considerando a relevância e os desafios das Redes de Atenção à Saúde (RAS), a proposta do workshop foi instruir as referências técnicas dos municípios sobre as linhas de cuidado para atenção integral à pessoa com sífilis adquirida, na gestante e congênita. Para tanto, é indispensável destacar as competências e complexidades relacionadas a cada serviço para a tomada de decisão qualificada e assertiva.

 

Assistência Farmacêutica

A Assistência Farmacêutica enfatiza os critérios estabelecidos para o tratamento da sífilis, com enfoque na gestante, a fim de minimizar as possíveis consequências da sífilis congênita. 

Vale destacar que o medicamento de escolha para tratamento da sífilis é a penicilina benzatina. Neste contexto, vale esclarecer que as benzilpenicilinas benzatina e potássica/cristalina e a doxiciclina 100mg foram incorporadas ao Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica (CESAF) em 2017 e 2018, respectivamente, exclusivamente as benzilpenicilinas para tratamento da sífilis adquirida e parcerias sexuais, sífilis em gestantes e parcerias sexuais, sífilis congênita e a doxiciclina para o tratamento alternativo da sífilis na impossibilidade do uso da benzilpenicilina benzatina para não gestantes. Atualmente, estes medicamentos são adquiridos pelo Ministério da Saúde (MS) e distribuídos aos estados, competindo a estes o armazenamento e a distribuição aos municípios.

O farmacêutico tem um papel indispensável na programação e aquisição dos medicamentos de escolha para tratamento da sífilis. Cabe enfatizar a necessidade de uma articulação multiprofissional para construção de um universo de atenção integral com inclusão promissora do cuidado e do acompanhamento farmacoterapêutico dos pacientes em tratamento da sífilis, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade e com maior probabilidade de abandonar o tratamento.

Por GRS Unaí / Foto: Franciele Nascimento