Com o objetivo de otimizar a utilização de recursos com foco na melhoria dos processos de trabalho dos estabelecimentos hospitalares, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), criou o projeto OtimizaSUS, que foi lançado em dezembro de 2021 dentro do Módulo Valor em Saúde da Política de Atenção Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Valora Minas). São pilares do OtimizaSUS qualificar a assistência, ampliar o acesso qualificado e responder de forma eficiente às demandas da população.

Cada instituição hospitalar que aderir ao projeto recebe uma parcela fixa de R$ 75 mil por mês. Há outra parte, que é variável e pode chegar até R$ 83 mil, que depende do cumprimento das etapas e indicadores.

O Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) foi a primeira instituição no Triângulo do Norte a ser beneficiada por atender ao critério de ser hospital macrorregional, na primeira onda.

A segunda onda, que iniciou no mês passado, contemplou mais três hospitais na macrorregião de saúde, são eles: Hospital e Maternidade Municipal Doutor Odelmo Leão Carneiro em Uberlândia, Santa Casa da Misericórdia de Araguari e a Santa Casa de Misericórdia de Patrocínio, que tiveram como critério, ser hospital microrregional com quantidade de total de leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) maior ou igual a 100 leitos. Na terceira onda entram os hospitais microrregionais com quantidade total de leitos (SUS) menor que 100 e maior ou igual a 50 leitos.

29.06.2023.Uberlândia Infográfico Clara Facchin


No dia 27 de junho, representantes das instituições hospitalares e técnicos estaduais de saúde participaram de uma reunião para contextualizar os detalhes do OtimizaSUS, avanços do projeto e esclarecimento de dúvidas das instituições hospitalares.

O projeto não reflete apenas na atenção hospitalar. O consultor técnico da Superintendência de Redes de Atenção à Saúde (SRAS) da SES-MG, Marcos Aurélio Fagundes ngelo, explicou a importância da melhoria da qualidade de gestão para obter o custo médio por procedimento e/ou paciente para a elaboração de políticas públicas conforme os resultados assistenciais. “É necessário aprimorar a qualidade dos registros e avaliar a complexidade dos pacientes. Análise de dados como o tempo de permanência, taxa de mortalidade e desospitalização dos pacientes para serem acompanhados pela Atenção Primária à Saúde (APS) ou Serviço Domiciliar, são indicadores que impactam no processo para aumentar a rotatividade dos leitos e, consequentemente, beneficiar toda a população”.

Cristiane Primo Bernardes, referência técnica em Urgência e Emergência da Coordenadoria de Atenção à Saúde (CAS) da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Uberlândia, destaca as expectativas do OtimizaSUS. “Com a implantação do projeto nos hospitais que atendem pelo Sistema Único de Saúde aqui no Triângulo do Norte, esperamos agregar as informações sobre os custos dos hospitais, relacionado ao perfil de pacientes que eles atendem, com a mensuração do valor/custo que está sendo repassado para melhorar a eficiência e qualidade”.

29.06.2023.Uberlândia Valora Minas

Compartilhamento de experiências

O HC-UFU apresentou as etapas para a consolidação do primeiro eixo do projeto, que é a implantação do Sistema de Apuração e Gestão de Custos do SUS (ApuraSUS), que foi desenvolvido pelo Ministério da Saúde para auxiliar no processo de gestão de diferentes unidades de saúde, de forma padronizada e estruturada. A próxima etapa consiste no avanço para o segundo eixo.

O Hospital Márcio Cunha, de Ipatinga, que já implantou o eixo dois preconizados no projeto, compartilhou a experiência com os participantes. Esta parte do OtimizaSUS consiste na utilização da metodologia de Grupos de Diagnósticos Relacionados, com o apoio do dados gerados pelo ApuraSUS, sendo possível analisar maior disponibilidade de leitos; gerar maior eficiência nos gastos; diminuir o tempo médio de internações; redução de desperdícios e melhor controle de gestão; avaliar os processos assistenciais e gerenciais das unidades hospitalares; além de definir o produto hospitalar para fins de monitoramento, avaliação e gerência de qualidade da atenção hospitalar com a disponibilidade de informações qualificadas, estruturadas e referenciadas para análise dos gestores.

Por Lilian Cunha / Foto: Clara Fonseca / Infográfico: Clara Fonseca