A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) iniciou nesta terça-feira 21/03 uma ação conjunta de alinhamento e capacitação para o atendimento a pacientes com suspeita de arboviroses como dengue, chikungunya e zika. A ação integrada reúne profissionais da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Sete Lagoas, da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), do Ministério da Saúde e dos municípios de Sete Lagoas, Paraopeba, Prudente de Morais e Caetanópolis, na região central do estado.

A iniciativa reúne um diagnóstico das situações municipais desde o combate ao mosquito Aedes aegypti com ação das equipes de vigilância epidemiológica para evitar a expansão da doença no território e a etapa de diagnóstico das arboviroses com integração das equipes de vigilância laboratorial e assistência à saúde, para que os cidadãos com os sintomas da doença possam receber o diagnóstico correto, que vai garantir um tratamento mais eficaz minimizando riscos de agravos, sequelas e até óbitos.

“O estado de Minas Gerais é prioritário nessa ação do Ministério da Saúde, tanto devido aos níveis de incidência de arbovirose quanto ao número de óbitos registrados. Identificamos a região de saúde de Sete Lagoas como um desses pontos prioritários e os municípios que vamos visitar nos próximos dias também como prioridade de intervenção neste momento para evitar uma piora geral no cenário total”, explicou a epidemiologista Morgana de Freitas, da Coordenação Geral das Arboviroses (GARB) do Ministério da Saúde.

Créditos: Nayara Souza

A epidemiologista ressaltou ainda que neste momento o trabalho envolve fazer o diagnóstico das áreas de vigilância epidemiológica, assistencial e farmacêutica dos municípios. “Entender os processos, a parte laboratorial, ter conhecimento desses processos e fortalecer a capacidade de resposta do estado como um todo” finalizou Freitas. Na manhã desta terça-feira (21/03), as equipes se reuniram para elaborar esse diagnóstico do fluxo de atendimento aos pacientes com sintomas com o objetivo de organizar o atendimento em rede da cidade de Sete Lagoas. O município atende por meio de seus hospitais e unidade de pronto atendimento a usuários de Sete Lagoas e também das cidades vizinhas, como Prudente de Morais.

O alinhamento buscou preparar o aparato assistencial no território considerando também o cenário epidêmico regional. De acordo com os dados divulgados no Boletim Epidemiológico de Monitoramento dos casos de dengue, chikungunya e zika, nesta terça-feira (21/03), foram confirmados 1540 casos de dengue e um óbito da doença. Em relação à chikungunya, no território, foram confirmados ainda 88 casos.

“Esse é um cenário de chikungunya que nunca tivemos na Regional de Saúde de Sete Lagoas, o que pede ações de capacitação e alinhamentos com os municípios, com foco na questão assistencial nos municípios de assistência e retaguarda, observação de como está organizada a rede de atendimento e o fluxo assistencial à população, mas também dedicando esforços ao controle vetorial (do mosquito). Estamos agindo em toda região em ações de contingenciamento pontuais e controle”, ressaltou a coordenadora de vigilância epidemiológica da Regional de Saúde de Sete Lagoas, Silmeiry Angélica Teixeira.

As equipes ainda realizaram visitas diagnósticas locais nas unidades de vigilância epidemiológica e de saúde no município de Sete Lagoas. Já na quarta-feira (22/03) as equipes se deslocaram ainda aos setores de controle vetorial, às unidades assistenciais e de vigilância laboratorial dos municípios de Prudente de Morais, Caetanópolis e Paraopeba, capacitando e acompanhando os profissionais da saúde que atuam nas cidades. Na quinta-feira (23/03) será realizada ainda uma capacitação sobre Manejo Clínico de pacientes para profissionais médicos e da enfermagem dos 35 municípios do território.

Para o diretor Regional de Saúde de Sete Lagoas, Fabrício Júnior Alves Teixeira, a participação dos profissionais de saúde na capacitação é fundamental para a redução de riscos aos pacientes com sintomas e casos confirmados. “O manejo clínico correto do paciente pode influenciar diretamente a ocorrência de óbito em casos de dengue ou chikungunya”, observa Teixeira que ainda completa: “os profissionais da assistência em saúde devem seguir as recomendações do Ministério da Saúde e buscar alcançar o nível de adequação esperado para o manejo, proporcionando assim uma tratamento mais eficaz com melhora dos sintomas e reduzindo os riscos de agravamento da doença”.

Por Nayara Souza