No dia 08 de março, data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, não podemos deixar de destacar o avanço das políticas públicas de saúde noSelecionar âmbito de Minas Gerais. Por meio da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, inúmeros programas voltados para a Saúde da Mulher são criados e melhorados a cada ano. Um grande destaque foi a Rede de Atenção às Vítimas de Violência Sexual dentro da Política de Atenção Hospitalar – Valora Minas.

Instituições SUS da Rede de Atenção às Vítimas de Violência Sexual no Triângulo Mineiro e Noroeste / Crédito: Lilian Cunha

De acordo com Maíra Lemos, coordenadora da Atenção à Saúde da Superintendência Regional de Saúde de Patos de Minas, todos os pontos da Rede devem estar preparados e organizados para oferecer com respeito e cuidado, uma escuta qualificada para essas vítimas. “Mesmo que elas cheguem na Unidade Básica de Saúde de referência ou na Unidade de Pronto Atendimento, essas vítimas devem ser direcionadas para o Atendimento Hospitalar, onde uma equipe multiprofissional vai receber essa vítima, vai acolher e realizar todos os exames necessários.”

Conforme a última deliberação publicada, Minas Gerais tem 109 instituições hospitalares que fazem o acolhimento humanizado às vítimas de violência sexual, 12 delas estão localizadas no Triângulo Mineiro e Noroeste para atender as mulheres de 87 municípios.

Crédito: Lilian Cunha

Pensando na amplitude do território, a SES-MG desenhou uma grade de referência e dividiu os estabelecimentos entre Tipo I e Tipo II. A coordenadora explica como é o atendimento no Noroeste. 

“Nas microrregiões de São Gotardo, João Pinheiro e Patos de Minas, nós temos um hospital em cada microrregião como referência Tipo I. Na microrregião de Unaí, nós temos dois hospitais como referência Tipo II, que além desse leque de procedimentos ofertados no Tipo I, faz também interrupção de gestação previsto em lei, e é referência para todos os 33 municípios”, explica Maíra Lemos, coordenadora da Atenção à Saúde da Superintendência Regional de Saúde de Patos de Minas.

Maíra ressaltou também a articulação intersetorial. “Aqui em Patos de Minas, existe um grupo de apoio às vítimas de violência doméstica, em especial às mulheres, que é o grupo mais vulnerável, e envolve entidades como o Ministério Público, Judiciário, Polícia Civil e Polícia Militar, que reforçam a importância dessa rede de apoio à vítima de violência”.

Em Uberaba, vítimas de violência sexual contam com apoio do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), que tem portas abertas, tanto para pacientes de Uberaba, quanto de outros municípios que necessitem de cuidados mais avançados. Lá, as vítimas contam com acolhimento psicológico, exames e profilaxias pós exposição a infecções sexualmente transmissíveis e situações de abortamento legal. Também são feitos encaminhamentos para continuidade do tratamento em outros pontos da rede, como acompanhamento psicológico, que nesse caso, tanto pode ser feito na Unidade de Saúde de referência no território onde a vítima reside, quanto no Centro de Atenção Integrado à Saúde da Mulher (CAISM).

No caso de crianças e adolescentes, além do HC-UFTM, podem contar com o suporte do Centro de Atenção Psicossocial Infanto Juvenil (CAPS I), referência no tratamento de problemas psicológicos graves, que trabalha em parceria com o Conselho Tutelar e Assistência Social. Além disso, visando proteger vítimas de violências continuadas, reincidentes, ou que envolvem também outros tipos de violência doméstica, o Centro Integrado da Mulher (CIM) é a referência. Thalita Miranda, assistente social do CIM, explica que “é oferecido acolhimento com suporte psicossocial, sempre integrado com outros órgãos de proteção, como a delegacia da mulher e o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS)”.

Em Uberlândia, há 26 anos, a Organização Não Governamental (ONG) SOS Mulher e Família, atua no atendimento transversal quanto às questões sociais, psicológicas e jurídicas. A coordenadora da ONG, Suyane Rodrigues, reforça como é trabalhada a articulação com o SUS. “O nosso atendimento é gratuito, sigiloso e por livre demanda. No entanto, grande parte das mulheres chegam por indicação das enfermeiras das Unidades Básicas de Saúde e dos Centros de Atenção Psicossocial. Trabalhamos de forma articulada, pois as mulheres chegam adoecidas, não apenas emocionalmente, como também fisicamente. O atendimento delas deve ser facilitado dentro desta rede integrada”, concluiu Rodrigues.

 

Por Lilian Cunha, Pedro Lucas e Sara Braga