Com meta de identificar, de forma precoce, tratar em tempo oportuno os casos de sífilis adquirida e gestante, e reduzir a ocorrência de sífilis congênita em todo o território, a Unidade Regional de Saúde (URS) de Ubá está aplicando as ações Plano Estadual de Enfrentamento à Sífilis entre os 31 municípios sob sua jurisdição. Em outubro, mês de combate ao agravo instituído pelo Ministério da Saúde, foi apresentado, por meio de videoconferência, o primeiro monitoramento dos indicadores do plano e o Boletim Informativo Anual Epidemiológico de Sífilis da URS-Ubá, trazendo dados regionais para as referências técnicas municipais acerca dos casos de sífilis notificados, propondo mobilização para melhora dos índices com todos os equipamentos de saúde.

O Plano Estadual de Enfrentamento à Sífilis (PEES) é dividido em cinco eixos de intervenções – assistência; vigilância; gestão e governança; mobilização social; comunicação e educação permanente - incluindo estratégias de combate à sífilis adquirida e congênita. “Durante as videoconferências que realizamos em julho e setembro, orientamos quanto às ações no âmbito estadual e municipal a serem desenvolvidas no enfrentamento da sífilis adquirida, gestante e congênita, além de ações de promoção, prevenção e controle do processo epidêmico. Muito importante também foi a retomada das atividades do Comitê Regional de Investigação de transmissão Vertical de ISTs e capacitação dos profissionais dos municípios para investigação dos casos, que é uma das estratégias para reduzir a ocorrência de sífilis congênita no território”, contou Priscila Teixeira, referência técnica em Infecções Sexualmente Transmissíveis da URS-Ubá.

Mobilização

Durante a capacitação realizada em julho para as referências técnicas municipais, coordenadores de Epidemiologia e Atenção Primária, o PEES foi apresentado e as secretarias municipais de saúde foram orientadas quanto à elaboração das matrizes de ações para enfrentamento da sífilis. Na reunião de setembro, foi apresentado o cenário da sífilis congênita e orientando sobre a investigação dos casos de transmissão vertical. E em outubro, o Boletim Epidemiológico contextualizou com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação–Sinan a realidade vivida pelos municípios da Regional de Ubá.

281021 Uba Sifilis

A intenção é construir novas rotinas de saúde, reorganizar fluxos e serviços, conscientizar a população e profissionais de saúde. “É de extrema importância a oferta de testes rápidos, que já estão disponíveis nos 31 municípios, para a população sexualmente ativa. Além disso, cada caso de sífilis diagnosticado deve ser tratado conforme determinado nos Protocolos do Ministério da Saúde, pois o não seguimento traz sérias consequências, por isso estamos nos empenhando para que o enfrentamento seja realizado no nível municipal, onde as pessoas têm acesso aos serviços do SUS. Infelizmente, registramos neste ano 40 casos de sífilis congênita, em que o bebê nasce com a infecção; o que para nós é um motivo para nos dedicarmos ainda mais na prevenção”, completou Priscila.

Acesso

Entre as medidas preventivas e assistenciais disponíveis nos equipamentos do SUS, estão a disponibilidade de preservativos, testagem rápida de gestantes, testagem de pacientes sintomáticos, acesso ao pré-natal precoce nas unidades básicas de saúde da família, e a oferta de penicilina nas farmácias municipais. “Estamos fortalecendo a vigilância epidemiológica da sífilis adquirida, em gestante e sífilis congênita. Assim, temos capacitado as referências técnicas municipais e averiguado a disponibilidade de testagem e tratamento, tudo para que o plano seja estabelecido e exitoso”, falou Fábio Ribas, coordenador da Vigilância em Saúde da URS-Ubá.

Serviço

A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável, que pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária). A transmissão pode ocorrer por relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada, ou ser transmitida para a criança durante a gestação ou parto.

O Teste Rápido (TR) de sífilis está disponível nos serviços de saúde do SUS, sendo prático e de fácil execução, com leitura do resultado em, no máximo, 30 minutos, sem a necessidade de estrutura laboratorial. Nos casos de TR positivos (reagentes), uma amostra de sangue deverá ser coletada e encaminhada para realização de um teste laboratorial para confirmação do diagnóstico.

Em caso de gestante, devido ao risco de transmissão ao feto, o tratamento deve ser iniciado com apenas um teste positivo (reagente), sem precisar aguardar o resultado do segundo teste.

O tratamento da sífilis é realizado com a penicilina benzatina, antibiótico que está disponível nos serviços de saúde do SUS. A dose de penicilina que deve ser utilizada vai depender do estágio clínico da sífilis. Após o tratamento completo, é importante continuar o seguimento com coleta de testes não treponêmicos para ter certeza da cura. Todas as parcerias sexuais dos últimos 3 meses devem ser testadas e tratadas para quebrar a cadeia de transmissão.

Por Keila Siqueira de Lima