O enfrentamento à pandemia da covid-19 envolve mais do que a gestão da rede pública de saúde: demanda, também, entregar à população informação qualificada sobre a situação epidemiológica nos 853 municípios de Minas Gerais. Desde o dia 2 de março, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, (SES-MG), emite, diariamente, o Informe Epidemiológico Coronavírus – Boletim Coronavírus –, que chegou à 200ª edição.

Publicação de caráter técnico-científico e de livre acesso pelo www.saude.mg.gov.br/coronavirus, os dados reunidos no Boletim orientam ações de vigilância em saúde e monitoram o cenário epidemiológico em Minas Gerais. Nele, estão contidas, entre outras informações, o total de casos confirmados de covid-19, óbitos, número de recuperados e em acompanhamento registrados no estado, taxa de letalidade do vírus, municípios com casos e óbitos, dados de hospitalização por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e dados laboratoriais sobre a rede pública estadual.

“O Boletim desempenha importante papel na comunicação com a população, além de ser instrumento para a tomada de decisão por parte de gestores estaduais e municipais”, explica o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, que também divulga as informações do Boletim durante as coletivas de imprensa, que vão ao ar às 12h30, pela Rede Minas, de segunda a sexta-feira, na rádio Inconfidência AM, e ainda pelas mídias sociais do Governo de Minas Gerais e pelo Instagram da SES-MG.

De acordo com a Superintendente da Vigilância Epidemiológica da SES-MG Janaína Passos, as pessoas esperam pelas informações do Boletim, que circula de segunda a segunda, incluindo feriados; “e recebemos muitos questionamentos quando há algum atraso na publicação (geralmente, às 10h já está disponível). É uma ferramenta que conecta informações verídicas e a população”, ressalta Janaína.

A confecção do Boletim é um trabalho ininterrupto de captação, análise e sistematização de dados realizado por 17 profissionais de uma equipe multidisciplinar integrada por administrador público, assistente social, biólogo, demógrafo, ecólogo, economista, enfermeiro, farmacêutico, fonoaudiólogo, médico veterinário, psicólogo. “Desde sua primeira publicação, o Boletim Coronavírus passou por processos de aprimoramento, tanto na forma de captação dos dados quanto na divulgação com intuito de fornecer à população, mídia e gestores, informação ágil, transparente e atualizada”, explica a especialista em Políticas e Gestão da Saúde, Eva Lídia Medeiros, coordenadora da Sala de Situação, onde trabalham os profissionais responsáveis pelo informe.

Segundo Eva, um dos maiores desafios é estimular, constantemente, cada um dos 853 municípios a alimentarem os sistemas oficiais de informação utilizados pela SES-MG: “Estamos 100% alinhados com as informações que os municípios atualizam no SIVEP-GRIPE”, explica ela, referindo-se ao sistema utilizado pela Vigilância Epidemiológica estadual e municipal para inserção das fichas de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), classificação na qual se encontra a covid-19.

Para a bióloga Aline Pereira, uma das coordenadoras dos profissionais responsáveis pelo Boletim e integrante do grupo multidisciplinar, o papel do informe, hoje, vai além do objetivo inicial de ser uma ferramenta para o direcionamento das ações de vigilância em saúde e tomada de decisão por parte de gestores de saúde: “Percebemos que o Boletim Epidemiológico se tornou uma das principais peças de informação sobre a pandemia para a população. Conferiu identidade ao processo de comunicação.”

 

22-09-boletim 200

Por Raquel Ayres