Na tarde desta quarta-feira (12/07), na programação da 1° Conferência Estadual de Saúde das Mulheres de Minas Gerais (CESMu), foi realizada apresentação das crianças na “Conferencinha”, espaço dedicado às pequenas e aos pequenos nos três dias da atividade no Minascentro, em Belo Horizonte (MG). Clique aqui e confira a nossa galeria de fotos.

A ideia da Conferencinha foi uma inovação na 8ª Conferência Estadual de Saúde de Minas Gerais (2015), proposta pela atual Ouvidora de Saúde de Minas Gerais, Conceição Resende, com o objetivo de proporcionar acesso e inclusão das mulheres no evento, assegurando a participação efetiva de conselheiras, voluntárias e trabalhadoras.

Foto: Marcus Ferreira / SES-MG.

Segundo a conselheira de saúde e uma das coordenadoras da CESMu, Adriana Carajá, o espaço da Conferencinha recebeu 35 crianças de zero a 12 anos de vários lugares do Estado que participaram de oficinas de teatro, vídeos com a diversidade social e cultural das mulheres brasileiras, jogos, rodas de conversa sobre alimentação e nutrição. “Essas crianças são as delegadas e delegados mirins. Todas as atividades que trabalhamos com eles estão baseadas nos eixos da Conferência”, explica.

As conselheiras e conselheiros que levaram seus filhos à CESMu receberam um manual com orientações sobre alimentação, higiene e segurança e a informação de que durante a atividade, as crianças seriam cuidadas por monitoras voluntárias (profissionais da saúde, letras e pedagogia).

Adriana destaca a importância dos pais entenderem que a Conferencinha é um espaço para aqueles que veem de municípios distantes participarem das atividades sabendo que seus filhos estão próximos, em segurança e fazendo parte de importantes debates do Controle Social no Sistema Único de Saúde (SUS). “A Conferencinha é uma atividade diferente, pois aqui cuidamos dos filhos das conselheiras, das trabalhadoras e das voluntárias. Nosso papel, além da responsabilidade com as crianças é mostrar que desde pequeno a participação social está presente”, afirma.

Propostas

As 35 crianças se apresentaram no plenário da CESMu com os trabalhos das oficinas com temas variados como saúde das mulheres indígenas, ciganas, atingidas por desastres ambientais e deficientes, além de uma moção, que foi votada e aceita pelas conselheira e conselheiros presentes para o fortalecimento da assistência integral às populações indígenas nos territórios de Minas Gerais.

Denúncia

Ainda na Conferencinha, o espaço foi utilizado para denunciar a recomendação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), de 2014, em que hospitais e centros de saúde comunicassem à Justiça o nascimento de bebês de mães usuárias de drogas. Muitas dessas crianças estão sendo retiradas das mães, de forma aleatória e arbitrária.

A máxima da discussão envolve não apenas mulheres usuárias de drogas, mas também aquelas condenadas à pobreza, exclusão, invisibilidade e agora, o sequestro judicial de seus filhos. Dados apresentados mostram que em 2013, 26 crianças foram retiradas de suas mães e em 2016, 132 menores. 

 

Por Sílvia Amâncio / ESP-MG.