Gripe e resfriado são duas doenças bastante comuns, principalmente no período do inverno. Isso porque nos dias mais frios, o agrupamento de pessoas em ambientes fechados favorece a transmissão das doenças. Tendo em vista a importância da prevenção, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), orienta a população a adotar hábitos simples, porém muito eficazes para reduzir o risco de adquirir ou transmitir doenças respiratórias. Para mais informações sobre como se prevenir da gripe, acesse: www.saude.mg.gov.br/gripe 

Lavar bem as mãos com água e sabão, com frequência; utilizar o antebraço ou o lenço de papel quando for tossir ou espirrar (evitando assim cobrir a boca com as mãos); evitar tocar os olhos, boca e nariz após contato com superfícies; não compartilhar objetos de uso pessoal e manter os ambientes bem ventilados são algumas das medidas que podem ser tomadas por todos.

Para a referência técnica de Influenza da SES-MG, Luciene Rocha, mesmo com a vacina contra a gripe disponível na rede pública de saúde, as mudanças de hábitos são essenciais para evitar a proliferação da doença. “A vacina tem como objetivo evitar os casos graves e os óbitos provocados pela gripe. Por isso, seguindo a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), vacinamos os grupos com maior vulnerabilidade para as complicações e óbitos”, afirma.

Em Minas Gerais, a Campanha de Vacinação contra a Gripe será realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) entre os dias 30 de abril e 20 de maio, nas mais de 3.854 salas de vacinação do estado. Ao todo, serão disponibilizadas para Minas Gerais o total de 5.278.400 doses da vacina contra gripe. O grupo prioritário é composto por 4.933.081 pessoas, entre idosos (acima de 60 anos), gestantes, mulheres no período de até 45 dias após o parto (em puerpério), crianças entre seis meses e menos de 5 anos de idade, profissionais de saúde, indígenas, além dos doentes crônicos, como pessoas com diabetes, asma, bronquite e hipertensão, dentre outros grupos.

Gripe e resfriado

A gripe é causada pelo vírus da Influenza que, por sua vez, se subdivide nos tipos A, B ou C. Historicamente, os vírus do tipo A provocam os quadros mais graves, por sua variabilidade genética. O tipo A inclui, por exemplo, os subtipos H1N1, H3N2 e H5N1. Enquanto isso, os resfriados são causados por diversos outros tipos de vírus, como os rhinovírus, mais brandos que os da gripe.

O resfriado comum é também chamado de coriza aguda e se caracteriza pela inflamação das vias aéreas superiores, com obstrução nasal e/ou tosse. Geralmente a pessoa com resfriado não tem febre. Já a síndrome gripal é a doença aguda, com duração máxima de cinco dias, e apresenta quadros de febre, acompanhada de tosse ou dor de garganta e também com infecção aguda das vias aéreas superiores (faringe, laringe, amídala e traqueia).

H1N1

A gripe H1N1, ou influenza A, é um tipo do vírus influenza, causador da gripe. O vírus é resultado da combinação de segmentos genéticos do vírus humano da gripe, do vírus da gripe aviária e do vírus da gripe suína. Desde 2009, ano em que o H1N1 de origem suína atingiu a população humana, sete variações distintas deste vírus foram identificadas. Estas variações vão se substituindo sucessivamente no ciclo de transmissão, substituindo as variantes genéticas mais antigas. Por isso, anualmente, a OMS recomenda uma determinada formulação da vacina para cada hemisfério, com base nos vírus que estão circulando na população naquele momento. A vacina protege contra os três subtipos do vírus da gripe que mais circularam no inverno passado que são: Influenza A (H1N1); Influenza A (H3N2) e Influenza B.

Até o momento, Minas Gerais apresenta um quadro dentro do esperado para a sazonalidade da Influenza. Dados de 22 de março mostram que, em 2016, foram notificados três casos de Influenza A (H1N1) no estado, sendo que dois deles evoluíram para óbito; um caso de Influenza B e dois casos de Influenza A não subtipado. No Brasil, até 19 de março, foram registrados 372 casos por influenza. Destes, 305 (82%) foram por Influenza A (H1N1), 26 (7%) pelo tipo B, 37 (9,9%) pelo tipo A não subtipado e quatro (1,1%) pelo tipo A (H3N2). Teve 51 óbitos por Influenza, sendo 42 (90,2%) decorrentes de H1N1, três (5,9%) por Influenza B e dois (3,9%) por Influenza A não subtipado. A região Sudeste concentra o maior número de casos 329, sendo 322 no estado de São Paulo.

Diante da situação apresentada no estado de São Paulo, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) enviou um comunicado epidemiológico para as unidades de saúde, com o objetivo de informar e sensibilizar os profissionais da assistência (Unidades Básicas de Saúde), bem como das demais portas de acesso dos serviços de saúde sobre a situação em São Paulo. A coordenadora estadual de Doenças e Agravos Transmissíveis, Tatiane Bettoni, explica que, na sua grande maioria, os casos de gripe são leves e se resolvem espontaneamente sem sequelas ou complicações.

“Nos grupos mais vulneráveis, entretanto, os casos podem se complicar e gerar outras doenças graves. Daí a importância de uma vigilância ativa nesse público. Sendo assim, é de notificação compulsória a notificação da síndrome respiratória aguda causada por influenza e a SES-MG realiza um estudo epidemiológico da frequência de casos e óbitos segundo a identificação do vírus influenza no estado”, explica. 

 

Por Ana Paula Brum