Em uma sala repleta de brinquedos, piscina de bolinhas, pula-pula, cineminha e outros atrativos, fica até difícil acreditar que as crianças possam se concentrar em um bate papo sobre a saúde. Acreditando no potencial das garotas e garotos, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) ampliou o público da 8ª Conferência Estadual de Saúde e criou a 1ª Conferencinha, para crianças e pré-adolescentes de 0 a 12 anos. O resultado não poderia ser melhor: muita animação, criatividade e ideias inovadoras, que serão anexadas ao relatório final da Conferência. 

O pequeno Lucas Melo,  morador de Ubá, aceitou o desafio de pensar em melhorias para uma causa nobre, a luta antimanicomial. “Todos deveriam ficar em lugares melhores e mais bonitos, com árvores, flores, televisão, pista de corrida e bola para brincar. Fazer exercício é importante e eles merecem viver bem”, conta. O que Lucas não imaginava é que projetos como o dele já existem em algumas cidades. Em Belo Horizonte, por exemplo, a rede municipal possui Centros de Referência em Saúde Mental – CERSAMs, cujo tratamento também inclui oficinas e atividades de cultura e lazer.   Crédito: Gilson de Souza

O trabalho de Izabela Beatriz também foi destaque entre o grupo. Ela escolheu como público as pessoas com deficiência visual e criou um dispositivo para ajudá-las a atravessar as ruas. Uma caixa de som, nos passeios, iria avisá-las quando o sinal estivesse fechado, para uma travessia mais segura. Para a monitora de atividades da Conferencinha Hellen Caroline Soares, a surpresa com os trabalhos das crianças foi extremamente positiva. “Não esperava que elas tivessem essa percepção do mundo e propusessem projetos tão interessantes. São ideias simples, mas que podem sim fazer a diferença na vida das pessoas”, completa. 

A equipe multiprofissional da Conferencinha, formada por cuidadores, recreadores e técnicos, foi responsável pelas atividades ao longo dos quatro dias do encontro. Além de atividades como amarelinha, rouba-bandeira, esconde-esconde, ciranda e telefone sem fio, as crianças também foram convidadas a debater sobre saúde, de uma forma lúdica e descontraída. Livros de colorir, com os símbolos da Conferência, cartazes com propostas de melhorias para cada uma das populações representadas nos símbolos, colagens e faixas sobre o que é saúde para as crianças foram algumas das atividades desenvolvidas ao longo dos dias.

Crédito: Gilson de Souza

A Funed (Fundação Ezequiel Dias) também preparou um espaço dedicado às crianças e também aos adultos. No “Ciência em Movimento”, participantes puderam ver exposição sobre animais peçonhentos, apresentação do Cine Saúde no interior do caminhão e participar de oficinas de reciclagem. Veja a matéria completa aqui

Os bons resultados gerados pelas crianças serão levados adiante. A intenção é que a proposta de um espaço especialmente pensado para as crianças, filhas e filhos de delegadas e delegados, de membros da Comissão Organizadora e das trabalhadoras e trabalhadores presentes na Conferência possa se expandir nacionalmente. Carlos Henrique, de 11 anos, que também participou das atividades, sintetiza em uma única frase o ideal buscado por muitos: “todos são iguais e precisam de saúde. Para melhorar o mundo, é preciso ter um bom coração e pensar em outras pessoas, não apenas em si mesmo”. 

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Por Ana Paula Brum