A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e o Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais (CES-MG) receberam a imprensa na manhã desta segunda-feira (13/07), no Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais para o Lançamento da 8ª Conferência Estadual de Saúde. O evento foi aberto para todos os veículos de comunicação, inclusive blogs e influenciadores digitais.

As Conferências Municipais de Saúde acontecem até 15 de julho. Em Minas Gerais, a 8ª Conferência Estadual de Saúde será realizada de 1º a 4 de setembro, no Expominas, com a participação de cerca de 3 mil pessoas de todas as regiões do Estado. A última etapa será a 15ª Conferência Nacional de Saúde, marcada para o período de 1º a 4 de dezembro, em Brasília-DF. O tema principal em todas as etapas é “Saúde Pública de Qualidade para cuidar bem das pessoas: direito do povo brasileiro”.

Crédito: Marcus Ferreira.

De acordo com o Presidente do Conselho Estadual de Saúde e Secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fausto Pereira dos Santos, a participação dos profissionais de mídia aumenta a capacidade da sociedade influenciar a elaboração de propostas e caminhos para o aprimoramento do Sistema Único de Saúde (SUS). “As conferências são um momento de novas proposições para a saúde pública. Mas também é a hora de resistência a modificações que desfiguram o SUS. Nesse movimento é muito importante ter a participação da mídia para dialogar com a sociedade e para pautar as discussões. Para ampliar e amplificar o debate é necessário a participação dos meios de comunicação social, principalmente das novas mídias”, disse.

Conforme o Secretário, na atual situação histórica é importante divulgar os avanços do SUS, mas sem esquecer as dificuldades que temos. “Todos sabem das dificuldades de financiamento, de colocar o SUS à disposição da sociedade. Mas também é preciso que todos saibam dos enormes avanços, demonstrados por indicadores, que compravam que o SUS também faz muito pela população”, disse.

A Assessora para a Participação, Controle Social, Negociação Permanente e Educação na Saúde da SES-MG, Conceição Rezende, explica que os profissionais da mídia têm um papel democrático na conferência estadual, sendo fundamentais para aproximar a população das discussões e embates que serão tematizados. “As falas sobre o SUS giram em torno de seus gargalos e de suas dificuldades. Porém, quem conhece o sistema mais a fundo e lida com o dia a dia da saúde coletiva sabe que o sistema possui indicadores extraordinários, como a queda da mortalidade infantil e materna, o aumento da média de vida da população, entre outros. Precisamos dar voz a esse lado da história e ampliar o modo de perceber o SUS. Superando o problema de comunicação do sistema com a população em geral, teremos mais força para lutar pela saúde que queremos e para resistir aos desvios que estão ocorrendo”, disse.

O Conselheiro Nacional de Saúde, Renato Barros, disse que o SUS, como sistema de saúde coletiva foi alcançado por meio de debates populares que ajudaram a definir diretrizes que hoje norteiam a assistência à saúde. “Foram as conferências que, na transição do governo militar para a democracia, pressionaram por um modelo de assistência coletivo universal e equitativo”, disse.

Segundo o Vice-Presidente do Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais, Ederson Alves da Silva, em 2015 a Conferência Estadual que assegurar, de forma inédita, a presença e a voz de representantes de diversos segmentos sociais. “Queremos ampliar a participação de minorias para discutir avanços no SUS. A começar pela representação das mulheres. Elas ganharão maior destaque, uma vez que deverão ser representadas em, no mínimo, 50% na etapa estadual e nacional”, explicou.

Plano de Comunicação

A diretora de comunicação do Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais, Lourdes Machado, apresentou aos participantes o Plano de Comunicação da 8ª Conferência Estadual de Saúde. O plano detalha as estratégias para ampliar na sociedade a discussão sobre o SUS, buscando diversificar as vozes e incluir mais pessoas. “Com o objetivo de democratizar as informações sobre os serviços do sistema, o plano contempla minorias populacionais. Busca atribuir voz às pessoas marginalizadas e excluídas, como quilombolas, pessoas em situação de rua e movimentos afros”, explicou Lourdes. Clique aqui e confira a apresentação dos slides dela no Slideshare.

A jornalista e representante do Fórum Nacional de Democratização da Comunicação, Florence Poznanski, falou aos presentes sobre os desafios que a sociedade enfrenta para expressar ideias não consensuais e para permitir que populações marginalizadas e excluídas possam ter lugar de fala na sociedade. “Em um contexto de concentração de propriedade, a mídia representa uma sociedade preconceituosa e sem diversidade de vozes. Desafios como o monopólio, a propriedade cruzada, a falta de regulamentação atualizada precisam ser enfrentados para que as minorias sejam ouvidas e possam pautar os debates públicos”.


O coordenador de Comunicação Digital da SES-MG, Wander Veroni, disse que a Conferência deve ser um espaço em que vozes mais variadas possíveis debatem políticas de saúde pública para os próximos 4 anos. “Isso significa que diversos temas de interesse público estarão em discussão. São pautas que se impõem ao olhar jornalístico e que devem ser levantadas pela imprensa, pois vários direitos sociais estarão sendo discutidos e definidos”, disse. Clique aqui e confira os slides apresentados no evento.

Logomarca

Pautada nesse caráter inclusivo e paritário proposto, a logomarca da 8ª Conferência Estadual de Saúde foi criada com o objetivo de ilustrar a importância da participação de todas as classes, povos e grupos da sociedade nas discussões sobre a saúde pública no Brasil. A marca estadual conversa com a nacional, que destaca a riqueza e diversidade cultural das regiões brasileiras.

O objetivo é fazer com que o maior número possível de grupos minoritários se sinta representado, como por exemplo, juventude, povos indígenas, comunidade LGBT, negros e quilombolas, mulheres, populações de rua, povos da floresta, ribeirinhos e do campo, povos de terreiro, pessoas portadoras de deficiência, patologias e necessidades especiais, pessoas com transtornos mentais, ciganos, idosos, entre outros.

Criadora da marca, a designer da SES-MG, Cláudia Daniel, destacou o desafio da construção de um conteúdo com tanta diversidade. “Criar uma logomarca com tantos itens e símbolos é sempre muito difícil. Nesse caso foi preciso muita pesquisa para que o conteúdo, de fato, representasse as diversas minorias propostas e tivesse uma ligação entre os elementos. Fiquei muito satisfeita com o resultado e a representatividade da marca”, ressalta. Abaixo, confira a galeria de fotos do evento:

Crédito das fotos: Marcus Ferreira.

 

 

Por Juliana Gutierrez