O diagnóstico da doença e medicações estão disponíveis em qualquer unidade de saúde do Estado

Febre, tosse persistente, sangue no escarro, suor excessivo a noite, perda de peso, fraqueza e falta de apetite são sintomas que podem estar associados a uma doença grave, que se não for cuidada, pode levar a morte, a Tuberculose.  Essa doença é transmita pelo ar e pode atingir todos os órgãos do corpo em especial os pulmões. No Dia Mundial de Combate à doença, celebrado nesta terça-feira, 24 de março, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais orienta sobre os cuidados e reforça a necessidade de se enfrentar um dos maiores desafios relacionado à doença, que é a adesão integral do paciente ao tratamento.

Crédito: Carol Garcia

Para o enfermeiro e referência técnica em Tuberculose da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, Rômulo Morato, o abandono da medicação durante o período recomendado é um fator agravante para o sucesso do tratamento. “O esquema terapêutico do tratamento convencional tem uma duração longa, de seis meses, utilizando diariamente os medicamentos. O  paciente de tuberculose fazendo uso correto da medicação tende a ter uma melhora no quadro clínico (acaba com a tosse, deixa de ser transmissor da doença e ganha peso) nos primeiros 15 dias, após o início do tratamento.  Diante desta melhora, alguns pacientes acabam parando de tomar a medicação, julgando não ser mais necessário, interrompendo o tratamento. Se não tiver uma sensibilização dos familiares, amigos, colegas e dos Serviços de Saúde, a probabilidade de abandonar é muito grande, podendo agravar o estado de saúde e voltar a transmitir a doença”, orientou. Em 2014 foram registrados no Estado 1.945 casos da doença. A taxa de abandono, preconizada pelo Ministério da Saúde para o tratamento, é de 5% e o estado de Minas Gerais apresentou em 2012, último ano com dados fechados no sistema, taxa de 10%. Devido ao longo período de tratamento, as taxas referentes aos anos de 2013 e 2014 ainda não foram fechadas.

Diagnóstico

Em minas, o teste rápido para o diagnóstico da doença já está disponível para todos os municípios do estado.  Segundo Morato, para ter acesso ao exame o paciente deverá deixar as amostras do escarro nos Centro de Saúde mais próximo de sua residência. “Estas amostras são encaminhadas pelos municípios para um dos cinco laboratórios existentes no Estado de Minas Gerais e/ou laboratórios dos Hospitais Julia Kubistchek e Hospital das Clinicas, e os resultado do exame saem em duas horas. Caso tenha resistência a alguma droga, esse teste irá acusar o que facilita a conduta do médico em prescrever outro fármaco para substituir o medicamento acusado como resistente”, afirmou.

Outros métodos para o diagnóstico da tuberculose também são utilizados no Estado, como o exame microscópico direto (baciloscopia direta), cultura para micobactéria com identificação de espécie, teste de sensibilidade antimicrobiana e radiografia de tórax. Além desses exames, recomenda-se que o teste anti-HIV seja oferecido a todas as pessoas com tuberculose.

Prevenção

Para prevenir a doença é necessário imunizar as crianças obrigatoriamente no primeiro ano de vida ou no máximo até quatro anos, com a vacina BCG. Crianças soropositivas ou recém-nascidas que apresentam sinais ou sintomas de Aids não devem receber a vacina. A prevenção inclui evitar aglomerações, especialmente em ambientes fechados, mal ventilados e sem iluminação solar. A tuberculose não se transmite por objetos compartilhados.

A doença

 A Tuberculose é uma doença infectocontagiosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, embora possa acometer outros órgãos, afeta prioritariamente os pulmões. Por ser mais frequente, a forma pulmonar é a principal responsável pela transmissão. Ao falar, espirrar e, principalmente, ao tossir, as pessoas com tuberculose ativa lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilos, sendo denominadas de bacilíferas.

Calcula-se que, durante um ano, numa comunidade, um indivíduo que tenha baciloscopia positiva pode infectar, em média, de 10 a 15 pessoas. Bacilos que se depositam em roupas, lençóis, copos e outros objetos dificilmente se dispersam em aerossóis e, por isso, não desempenham papel importante na transmissão da doença.

Vulnerabilidade

Além dos fatores relacionados ao sistema imunológico de cada pessoa, o adoecimento por tuberculose, muitas vezes, está ligado à pobreza e à má distribuição de renda. Assim, alguns grupos populacionais possuem maior vulnerabilidade devido às condições de saúde e de vida a que estão expostos. Neste grupo estão os Privados de Liberdade (presidiários), moradores de rua, pessoas que vivem em aglomerados, população indígena, dependentes químicos (tabagismo, álcool e outras drogas) e soro positivo de HIV. 

Por Míria César