Ministro da Saúde alerta para a importância da colaboração dos pais para o sucesso da campanha

Foi lançada na manhã desta segunda-feira (09/03) no Colégio Marconi, em Belo Horizonte, a campanha nacional de vacinação contra o HPV. Na solenidade estiveram presentes o ministro da Saúde, Arthur Chioro, o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, o secretário de Estado de Saúde, Fausto Pereira dos Santos e o secretário Municipal de Saúde de Belo Horizonte, Fabiano Pimenta.

Nicole Alessandra, de 9 anos, tomou a primeira dose da vacina contra o HPV - Crédito: Carlos Alberto

Este ano a vacinação contra o HPV (papilomavírus humano) e terá sua abrangência ampliada e serão vacinadas meninas de 9 a 11 anos, além de mulheres de 14 a 26 anos que são portadoras de HIV /Aids. A meta é que 80% desse público seja imunizado, o que representa, em Minas Gerais, 478.679 meninas nessa faixa etária e 1.815 mulheres que convivem com o HIV/Aids. A vacina para esse novo público estará disponível nas unidades de saúde a partir do dia 3 de março.

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, destacou que em 2015 o calendário de vacinação se fixa na faixa etária de 9 a 11 anos e as meninas que ainda não tomaram a 2ª dose ou a 1ª e 2ª doses, também serão alvo da campanha de vacinação. A partir de então a vacina passa a fazer parte do calendário de vacinação e é muito importante que nessa faixa etária haja a conscientização dos pais e responsáveis sobre a importância da imunização.

Campanha

De acordo com o ministro, a escolha de Belo Horizonte para o lançamento da campanha é simbólica, em reconhecimento aos esforços de mobilização da população mineira. No Brasil, a vacina conta o HPV é oferecida gratuitamente e, este ano, a campanha busca a participação de professoras, diretoras, alunas e de mulheres da comunidade.

O secretário de Estado de Saúde, Fausto Pereira dos Santos, também destacou a importância da parceria com as escolas. “Queremos continuar contando com a solidariedade das professoras das secretarias estaduais e municipais, em todas as escolas espalhadas por toda as Minas Gerais, garantindo o êxito desse trabalho intersetorial tão importante”.

A vacina é utilizada em mais de 100 países, com mais de 200 milhões de doses ofertadas sem registros de reações graves. O Brasil conseguiu na primeira etapa no ano passado, uma cobertura de 101% da população alvo, sucesso que nenhum outro país conseguiu. Na segunda dose, também no ano passo, Arthur Chioro relata que o Brasil conseguiu 63% de cobertura, não atingindo os 80% estimados, devido a uma série de desinformações sobre reações da vacina, o que não é verdade. “A vacina é extremamente segura com garantia da Organização Mundial de Saúde e está disponível em todos os centros de saúde, escolas públicas e privadas. O Ministério está firmando  uma parceria com o Instituto Butantã, em que até 2017, o Brasil irá dispor de tecnologia para produzir a vacina contra o HPV com segurança” revela.

O prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, destacou os esforços dos governos federal, estadual e municipal, tanto na área da saúde, quanto a área de educação, em garantir a vacinação a todas às mulheres que estão na faixa etária da campanha, reforçando a importância desse trabalho para o país. “Temos um gargalo na saúde pública brasileira que é o câncer de colo uterino, mas que pode ser revertido para as próximas gerações”, disse.

Por isso, a campanha este ano conta com ampla divulgação por meio de material impresso que será distribuído entre o público alvo, veiculação na TV e principalmente deve reforçar a participação dos pais e o contato e o incentivo à vacinação entre as próprias mulheres, seja nas escolas ou em casa, no contato entre mãe e filha, por exemplo.

HPV

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a cada ano, morrem por anos 5 mil mulheres com câncer de colo de útero, o 3ª tipo de câncer que mais mata as mulheres brasileiras. Com a vacinação da população alvo, o ministro Arthur Chioro, acredita que a doença pode ficar no passado da história da saúde pública brasileira, desde que se una a imunização, o exame ginecológico (Papanicolau) e o uso do preservativo. “Os pais devem ter em mente que a vacina é uma proteção que a menina levará por toda a vida”, disse.

Chioro reforçou, ainda, que existem vários sorotipos do HPV e eles são altamente infectantes e são transmitidos com grande rapidez. “A vacina é extremamente segura e protege contra os quatro principais sorotipos da doença, de tal maneira que as crianças que não deram início à atividade sexual, sendo vacinadas na faixa etária indicada já com duas doses (apenas uma dose não oferece segurança) têm uma altíssima proteção, tanto no caso de câncer do colo de útero quanto de verrugas genitais”, destacou o ministro.

Por Luciane Marazzi