A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) lançou na manhã desta sexta-feira (07/11), a campanha de combate à dengue e à febre chikungunya para 2014 e 2015 no estado. O objetivo é informar e alertar a população sobre a febre chikungunya, os sintomas, formas de infecção e tratamento, reforçando sempre as ações de combate à dengue já existentes.
O lançamento contou com a presença do médico Drauzio Varella, que ministrou uma palestra sobre a atenção aos pacientes com dengue e chikungunya e medidas preventivas para o combate às duas doenças, que são transmitidas pelo mesmo vetor, o Aedes aegypti e o Aedes albopictus. O médico participa ainda da campanha publicitária que será veiculada em todo o estado a partir da próxima segunda-feira, 10/11. O público alvo das ações será a população em geral, considerando sempre a existência de grupos de risco, tais como bebês e idosos.
A campanha será veiculada em emissoras de rádio e TV e conta com cartazes e flyers, que serão distribuídos em todo o estado, além de vinhetas em shoppings populares de Belo Horizonte, backbus, anúncios em redes sociais e o site www.saude.mg.gov.br/acabecomomosquito, que entrará no ar no dia 10/11. Este ano, um game criado para ser jogado nas plataformas Android, Apple Store e Windows Phone, com previsão de lançamento para o dia 15/12, fará parte das ações de conscientização. A inspiração veio de um jogo criado para uma campanha publicitária australiana “Dumb Ways to Die” (jeito idiota de morrer), voltada para promover a segurança no metrô. A campanha foi um sucesso, reduzindo em 30% os acidentes envolvendo descuido e falta de atenção.
Alerta
Drauzio Varella alerta que a chikungunya é uma doença que pode chegar a todos os lugares, entretanto, não se pode entregar para o poder público o dever de controlar a doença, pois não há poder público no mundo capaz de acabar com o mosquito. “Esse trabalho envolve toda a população e se cada um de nós tomar medidas práticas evitando garrafas pet, pratinhos de plantas, pneus, a calha que junta água parada, coisas que todo mundo sabe, teremos uma motivação, e a motivação é saber que isso pode acontecer comigo e com pessoas próximas. E o sistema de saúde deve ficar atento porque o avanço da doença é muito rápido”, completa.
O secretário de Estado de Saúde, José Geraldo de Oliveira Prado, destacou os desafios que a chegada da chikungunya representa e a necessidade de um processo contínuo de trabalho entre as secretarias de saúde e especialmente, a população. “Precisamos combater o mosquito com ações pontuais de envolvimento das pessoas em que cada um faça a sua parte, o estado, os municípios, e nesse caso, por ser em número maior, o cidadão”, diz.
Da mesma forma, a coordenadora do Programa Estadual de Controle Permanente da Dengue, Geane Andrade, informa que é importante saber que o mosquito da dengue também transmite a chikungunya e por isso é tão importante manter as medidas de prevenção.
A SES-MG tem apoiado os municípios do estado com ações diversas. Dentre elas há que se destacar o envio de equipes de Força Tarefa, que conta com 180 agentes e 112 veículos disponíveis para os municípios, envio de medicamentos, apoio técnico para reorganização da estrutura assistencial e repasse de recursos financeiros. Já para novembro deste ano, está prevista a liberação de R$14 milhões em recursos para os municípios com alto risco de transmissão e entrega de kits básicos para agentes estaduais e municipais, previsto para dezembro. A SES capacitou 300 médicos e enfermeiros no final do mês de outubro, com o objetivo de criar referências para todo o estado para o diagnóstico da chikungunya.
Números
De acordo com Geane Andrade, em 2013 foram confirmados aproximadamente 368 mil casos de dengue, dados que revelam o pior cenário da doença no estado, contabilizando 117 óbitos. Até agora, em 2014, são 46.125 casos confirmados de dengue e 46 óbitos. A coordenadora acrescenta que a redução dos casos em ralação ao ano de 2013 foi de 87,5%. Com relação à chikungunya o estado tem o total de 39 casos notificados, 28 descartados, nove em investigação e dois confirmados, um em Matozinhos e outro em Coronel Fabriciano.
Por Luciane Marazzi
