Projetos Ecos dos Gerais e Minas Telecárdio darão mais agilidade ao diagnóstico de ultrassonografia e eletrocardiograma, melhorando o tempo resposta e qualificando o atendimento pré-hospitalar na região

 


A incorporação de novas tecnologias aos serviços de saúde prestados na rede de Urgência e Emergência do Norte de Minas, através dos projetos Ecos dos Gerais e Minas Telecárdio, está redimensionando o diagnóstico e atendimento na região, principalmente de pacientes em situação crítica de saúde. Com o projeto Ecos dos Gerais, todas as portas de entrada de urgência e emergência dos municípios de Montes Claros, Brasília de Minas, Pirapora, Taiobeiras e Janaúba, unidades atenção primária do município de Manga e unidades de suporte avançado do SAMU Macro Norte estão recebendo a ultrassonografia point-of-care, que vai permitir que o médico, mesmo não sendo especialista, realize exame de ultrassom emergencial à distância e, em tempo real, se comunique com profissionais de uma central que realizarão um diagnóstico mais seguro e indicarão, de forma rápida e compartilhada, o melhor tratamento do paciente.

O Ecos dos Gerais, lançado pioneiramente no Norte de Minas em junho de 2012, é uma parceria entre a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) e o grupo World Interactive Network Focused on Critical Ultrasound (Winfocus) e tem como objetivo estabelecer um sistema de telemedicina para apoiar as áreas rurais, unidades móveis de saúde e a rede hospitalar. O método da ultrassonografia point-of-care, criado pelo grupo de médicos do Winfocus, utiliza a mesma tecnologia de transmissão de imagens utilizada pela NASA, e está sendo empregado em caráter inédito no Brasil pelo Governo de Minas, envolvendo a capacitação de 200 médicos que atuam em hospitais, unidades básicas de saúde e no Serviço Móvel de Urgência e Emergência da região Norte de Estado.

 

O projeto envolve investimento aproximado de R$ 6 milhões e, até o final deste ano, terá instalado 30 equipamentos de ultrassonografia point-of-care nas unidades de saúde dos municípios contemplados.

Já o projeto Minas Telecárdio está acompanhando, desde o mês de junho de 2013, pacientes com suspeita ou diagnóstico de doenças cardiovasculares atendidos pelas unidades do SAMU e nas portas de entrada de urgência e emergência de Montes Claros, com objetivo de implantar e avaliar a linha de cuidados do infarto agudo do miocárdio (IAM) no Norte de Minas.

Desenvolvido pela SES-MG, em parceria com a Rede de Teleassistência de Minas Gerais, com o Minas Telecárdio serão instalados um tablet e um aparelho de eletrocardiograma (ECG) digital em cada ambulância do SAMU e nas portas de entrada dos hospitais para funcionamento do serviço de telecardiologia da região. Utilizando métodos de telemedicina, a imagem do ECG será enviada à Central de Regulação do SAMU para avaliação e orientação quanto à conduta apropriada.

Desde o mês de junho, a equipe do projeto, que também inclui acadêmicos de medicina de faculdades de Montes Claros, está registrando todos os pacientes com quadro de IAM atendidos nas unidades de emergência do SAMU e nas portas e entrada de urgência e emergência, desde o início dos sintomas e chamado ou procura pelo atendimento até o desfecho de cada caso, incluindo o registro dos procedimentos realizados, duração da internação, presença de complicações, e óbito, quando for o caso. Durante esse período, o trabalho da equipe técnica e clínica recebe suporte, treinamento e acompanhamento pela Rede de Teleassistência de Minas Gerais.

O coordenador médico do SAMU Macro Norte, Enius Freire Versiani, diz que a expectativa é reduzir sensivelmente a morbidade e mortalidade por doenças cardíacas na região. “Essas doenças respondem por um terço dos chamados para casos clínicos registrados pela Central de Regulação do SAMU e o Minas Telecárdio vai dar mais agilidade ao atendimento. Já a ultrassonografia point-of-care vai dar mais precisão ao diagnóstico e os pacientes serão encaminhados para o local mais adequado, que é a lógica da Rede, evitando a sobrecarga dos hospitais de maior porte”, ressalta o médico.

Ricardo Afonso Veloso, presidente do Consórcio Intermunicipal de Saúde da rede de Urgência do Norte de Mina (Cisrun), ressalta que os projetos, além de melhorar o acesso, também vão dar mais agilidade ao atendimento. “A introdução da tecnologia possibilitará aos médicos maior agilidade no diagnóstico de pacientes, contribuindo para racionalizar os serviços prestados, sobretudo, pelas unidades de urgência e emergência”, explica. A previsão é que os projetos estejam funcionando efetivamente no início de 2014.

Por Jerúsia Arruda/ CISRUN.