No dia 13 de dezembro, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Patos de Minas promoveu a "Oficina para Fortalecimento do Planejamento Reprodutivo e Sexual na Atenção Primária à Saúde (APS)", uma iniciativa que buscou qualificar e aprimorar as ações relacionadas ao planejamento reprodutivo. O evento teve como palco o Centro Universitário de Patos de Minas (Unipam) e contou com a participação de gestores e coordenadores da APS.
Dividida em dois momentos distintos, a oficina começou com uma palestra realizada pela médica ginecologista e sexóloga, Adelaide Maria Ferreira Campos D’Avila. Sua apresentação focou em sensibilizar os participantes sobre a importância do planejamento reprodutivo e a necessidade de estratégias eficazes na Atenção Primária à Saúde. A médica destacou os benefícios e os ganhos associados ao uso de métodos anticonceptivos de longa duração (Larc), ressaltando sua eficácia e impacto positivo na saúde reprodutiva.
De acordo com Adelaide D‘Avila, em relação aos gastos da gestão, para cada real investido com métodos contraceptivos de longa duração, haveria uma economia de pelo menos 120 reais para o município, considerando o impacto total na utilização pelas pacientes. Isso abrangeria desde o período gestacional até o parto, levando em conta as questões sociais envolvidas. “Sem considerar situações de gastos com CTI, é importante destacar que as populações vulneráveis são as mais propensas a demandar recursos devido a casos como filhos prematuros ou com necessidades especiais, acarretando custos significativos para o município”, observou a médica ginecologista.
Em relação aos benefícios para a paciente em relação ao uso de métodos contraceptivos Adelaide D‘Avila afirma que “observamos significativos ganhos em sua saúde, além de evitar gestações precoces e de risco, bem como problemas associados a gestações indesejadas. Em termos emocionais, a mulher que planeja sua gestação enfrenta menos desafios, evitando questões emocionais relacionadas a gestações não planejadas, complicações de saúde e possíveis perdas infantis”. Ela acrescenta que, “considerando as utilizações futuras do sistema de saúde, social e educacional por parte dessa mulher, o ganho para ela se estende ao âmbito socioeconômico, preservando seu trabalho, permitindo sua progressão na escola e concedendo-lhe a escolha do momento adequado para ter filhos”.
Durante a oficina, realizada no segundo momento, foram realizadas dinâmicas de grupo nas quais os participantes discutiram sobre objetivos e ações práticas voltadas para o planejamento reprodutivo na APS. A abordagem participativa permitiu a troca de experiências, a identificação de desafios comuns e a construção de estratégias inovadoras.
Um dos principais focos da oficina foi a redução da mortalidade materna e infantil, considerada um dos pontos cruciais para a promoção da saúde reprodutiva. Os participantes foram orientados a desenvolver ações concretas para implementar práticas que contribuam para a diminuição desses índices alarmantes.
A importância da oficina não reside apenas na disseminação de conhecimento, mas na formação de gestores e coordenadores da APS capazes de liderar a implementação eficaz de políticas voltadas ao planejamento reprodutivo. A capacitação profissional é crucial para garantir o acesso adequado aos serviços de saúde reprodutiva e promover a conscientização sobre a importância do planejamento familiar.
Para Núbia Medeiros, secretária de Saúde do Município de Cruzeiro da Fortaleza, “a oficina possibilitou reflexões sobre alternativas para fortalecer as iniciativas de planejamento sexual e reprodutivo na atenção primária. Oportunizou o acesso a informações sobre diferentes métodos contraceptivos, especialmente os de longa duração, e nos instigou a considerar opções mais viáveis para o município”. A secretária observou que “a oficina lançou um desafio. Agora, cabe a nós planejar, juntamente com a equipe e a gestão, uma abordagem eficaz para atender às necessidades dos nossos munícipes”.
Por Pedro Lucas
