A Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros realiza nesta quarta e quinta-feira, 6 e 7 de dezembro, o I Webinário Macrorregional de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). A iniciativa integra as ações do Dezembro Vermelho, mês de mobilização da população para as ações de educação em saúde e prevenção do HIV/Aids e demais infecções sexualmente transmissíveis, entre elas sífilis e hepatites virais.

A referência técnica em HIV/Aids da Superintendência Regional de Saúde, Helen Regina Pinheiro Rodrigues, entende que a realização do Webinário, envolvendo profissionais de saúde da macrorregião, favorece a divulgação das informações e o debate sobre as infecções sexualmente transmissíveis sem uso correto da camisinha feminina ou masculina; da transmissão vertical da mãe para o bebê durante a gestação, parto e amamentação, mesmo não apresentando sinais e sintomas de ISTs. Essas infecções, se não tratadas de forma adequada, podem ocasionar óbitos. 

“Quanto mais o tema das ISTs for abordado nas escolas, universidades e nos demais segmentos da sociedade, melhor estará a população consciente da necessidade de prevenção contra as ISTs, inclusive do HIV/Aids, sífilis e hepatites virais. Atualmente, das 439 Unidades Básicas de Saúde (UBS) existentes em 54 municípios da área de atuação da SRS Montes Claros, 422 já realizam testes rápidos para a detecção de infecções sexualmente transmissíveis e, mensalmente, são dispensados insumos de prevenção para os municípios”, explica a referência técnica. 

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Helen Rodrigues entende que “é importante que os profissionais de saúde mantenham a população informada e consciente de que os testes rápidos utilizados para diagnóstico precoce (resultado em 20 minutos) e os tratamentos das infecções sexualmente transmissíveis estão acessíveis, de forma gratuita e durante todo o ano, nas unidades de saúde, no Serviço Ambulatorial Especializado (SAE) de Montes Claros; no Centro de Referência em Doenças Infecciosas de Janaúba (Ceredi) e no Centro de Promoção à Saúde Cristiano Azevedo, de Pirapora”.

 

Programação

O I Webinário Macrorregional de Infecções Sexualmente Transmissíveis terá início no dia 6/12, às 13 horas, pela coordenadora de vigilância em saúde da SRS Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes. Na sequência, a referência técnica, Helen Rodrigues, apresentará o cenário epidemiológico das ISTs na macrorregião de Saúde Norte de Minas. 

A rede de atendimento às infecções sexualmente transmissíveis, incluindo o Serviço Ambulatorial Especializado (SAE), será abordada pelo coordenador do serviço em Montes Claros, João Paulo Lopes, e pela coordenadora do Ceredi de Janaúba, Dayane Tavares. 

Em seguida, haverá apresentação da Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical do HIV e Sífilis e a apresentação de experiência exitosa do município de Montes Claros. As palestras serão apresentadas por Cecília Oliveira, da Coordenação Estadual de ISTs da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e Aline Lara Oliva, coordenadora de Vigilância Epidemiológica de Montes Claros.

O primeiro dia da programação será encerrado por Cynthia Barbosa, coordenadora de assistência farmacêutica da SRS Montes Claros, que fará apresentação sobre a assistência às pessoas em tratamento de ISTs por meio do SUS.

O segundo dia do Webinário será aberto quinta-feira, às 13 horas, pela médica infectologista, Sara Lua Bueno, atuante no Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) e na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Belo Horizonte. Ela apresentará o tema “Abordagem às Infecções Sexualmente Transmissíveis HIV, Sífilis e Hepatites Virais”.

Na sequência, a programação envolverá os temas: estratégia de prevenção combinada – profilaxia pré-exposição e pós-exposição ao HIV; promoção e prevenção à saúde integral às populações vulneráveis no Sistema Único de Saúde; aconselhamento pré e pós testes e a importância do diagnóstico das ISTs por meio de testes rápidos; atenção ao pré natal com foco nas ISTs; atenção ao parto e nascimento com foco nas ISTs e na prevenção da transmissão vertical; ações para o enfrentamento da coinfecção tuberculose–HIV. 

Os temas serão abordados pelos especialistas: Lino Neves, médico infectologista em Brasília; Graciele Fernandes, nutricionista e referência técnica da Coordenadoria de Atenção à Saúde da SRS Montes Claros; Jamile Dias, médica da atenção primária de Montes Claros; Isabella Oliveira, médica obstetra do Hospital Universitário Clemente de Faria; e por Thaís Rolla de Caux, farmacêutica da SES-MG.

 

Incidência

 

Dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS), evidenciam que, desde a descoberta, em 1981, mais de 40 milhões de pessoas infectadas já morreram. Em 2022, a cada minuto aconteceu uma morte em decorrência da Aids, totalizando 630 mil óbitos no mundo. Por outro lado, atualmente cerca de 39 milhões de pessoas vivem com o HIV, sendo que, desse total, 29,8 milhões estão em tratamento.

 

No Brasil, em 2022, ocorreram 13 mil mortes em decorrência da Aids e 990 mil pessoas vivem com o vírus HIV. 

 

Em relação à sífilis adquirida, em 2021, foram registrados no Brasil mais de 167 mil novos casos e também acometeu 74 mil gestantes. No mesmo ano, outras 27 mil ocorrências de sífilis congênita foram diagnosticadas, além de 192 óbitos

 

Até junho de 2022 foram constatados no país 79,5 mil casos de sífilis adquirida; 31 mil registros de sífilis em gestantes e 12 mil ocorrências de sífilis congênita, totalizando mais de 122 mil novos casos.

 

Por outro lado, entre 2000 a 2021 foram notificados no país mais de 718,6 mil casos confirmados de hepatites virais. Destes, 168.175 (23,4%) são referentes aos casos de hepatite A; 264.640 (36,8%) casos de hepatite B; 279.872 (38,9%) casos de hepatite C; e 4.259 (0,6%) casos de hepatite D. 

 

Os óbitos por hepatite C são a maior causa de morte entre as hepatites virais. De 2000 a 2020, foram identificados 62.611 óbitos associados à hepatite C (76,2% do total). 

 

Diante de números tão expressivos, a coordenadora de Vigilância em Saúde da SRS Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes reforça que, “quanto mais o tema das ISTs for abordado, maiores são as oportunidades que os profissionais de saúde têm para repassar conhecimentos para a população, além da divulgação da disponibilidade de testes rápidos para o diagnóstico das Infecções Sexualmente Transmissíveis e tratamento viabilizado gratuitamente pelo SUS. Quanto mais essas ações forem trabalhadas, melhor será para o enfrentamento do HIV/Aids, bem como de outras infecções que podem ser prevenidas e/ou tratadas de forma adequada”.

Por Pedro Ricardo