A Gerência Regional de Saúde (GRS) de Itabira participou, no dia 24 de julho, da ação de implantação da rotina de testagem de ISTs no sistema prisional de Nova Era. Esta ação foi realizada pela Secretaria Municipal de Saúde de Nova Era em parceria com o Sistema Prisional do município. Durante a ação, foram realizados um total de 107 testes rápidos, entre eles HIV, hepatite C, hepatite B e sífilis, além da divulgação de orientações sobre as medidas eficazes para prevenir tais infecções.

O diretor regional de Saúde, Maurício Geraldo Marques, que participou da ação, destacou que a estratégia realizada pelo município amplia a prevenção de ISTs na região e aumenta o diagnóstico precoce, ponto importante para enfrentamento e tratamentos destas doenças.

“Sabemos que, quanto antes for detectada uma IST, melhor será o resultado do tratamento. Quando detectamos a sífilis nos estágios iniciais ela tem cura e não há o desenvolvimento de uma patologia crônica e com sequelas. Detectar o HIV o mais breve possível possibilita o não desenvolvimento da doença Aids, aumentando com isso a qualidade de vida dos pacientes”, ressaltou Maurício.

24.07.23 Itabira IST 1

A secretária municipal de Saúde de Nova Era, Poliana Aparecida Barbosa de Souza Baeta, explicou que a iniciativa foi promovida em conjunto com o Sistema Prisional de Nova Era e contou com o apoio da GRS Itabira e da equipe técnica do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) de João Monlevade. Com a implantação da rotina de testagens, os privados de liberdade que continuarem no sistema prisional serão submetidos à testagem uma vez ao ano.

“Trata-se de uma ação inovadora e pioneira na região e reflete o comprometimento em garantir o bem-estar e a saúde de todos os cidadãos, incluindo aqueles que estão em situação de privação de liberdade. A gestão da saúde de Nova Era entende que a prevenção e o cuidado com a saúde dentro das instituições prisionais são fundamentais para assegurar que todos tenham acesso a um tratamento justo e igualitário”, afirmou Poliana.

De acordo com Lorena Dias Oliveira da Silva, enfermeira da Vigilância Epidemiológica de Nova Era, a importância dessa ação vai além das paredes dos presídios. Ao assegurar atendimento à saúde dos detentos, também é assegurada proteção às suas famílias, parceiros e toda a comunidade.

“Além dos detentos, os funcionários também foram submetidos ao procedimento, contemplando também todo o quadro de pessoal do sistema prisional. É preciso reafirmar que a equidade é um dos princípios norteadores do Sistema Único de Saúde (SUS) e essa ação reafirma o nosso compromisso em promover a igualdade de acesso a serviços de saúde de qualidade”, enfatizou a enfermeira.

Lorena Silva ressaltou também que o sucesso da ação ocorreu graças ao apoio dos profissionais da Secretaria Municipal de Saúde de Nova Era e do Sistema Prisional do município, além da equipe técnica do Centro de Testagem e Aconselhamento de João Monlevade, que também foram envolvidos na iniciativa e tornaram possível essa ação tão relevante para a cidade e a região.

“Agradecemos a todos os profissionais que participaram desta ação. Conseguimos levar saúde para dentro do sistema prisional, que é um lugar restrito, mas que nem por isso pode deixar de ser contemplado no quesito saúde. Levamos muita orientação, estamos monitorando as infecções sexualmente transmissíveis, visando prevenir doenças e quebrar a cadeia de transmissão”, pontuou a enfermeira.

A equipe técnica da Secretaria Municipal de Saúde de Nova Era, informou que após a testagem, caso o exame do usuário seja positivo para alguma IST, será feita uma série de encaminhamentos e orientação para o tratamento do paciente. Atualmente, o Centro de Testagem e Aconselhamento de João Monlevade é referência em ISTs para a microrregião de saúde João Monlevade, abrangendo os municípios de Bela Vista de Minas, Catas Altas, Nova Era, Rio Piracicaba e São Domingos do Prata.

Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs)

Infecções Sexualmente Transmissíveis são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. São transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de preservativo com uma pessoa que esteja infectada. A transmissão de uma IST pode acontecer, ainda, da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação.

O Ministério da Saúde (MS) recomenda aos órgãos que trabalham com saúde pública e saúde coletiva o uso da nomenclatura "IST" (Infecções Sexualmente Transmissíveis) no lugar de “DST” (Doenças Sexualmente Transmissíveis). A sigla "DST" faz referência ao conceito de doença, que implica em sintomas e sinais visíveis no organismo do indivíduo. Já as "infecções" podem ter períodos assintomáticos ou se manterem assintomáticas durante toda a vida do indivíduo, como são os casos da infecção pelo HPV e o vírus do herpes, detectadas por meio de exames laboratoriais.

São alguns exemplos de IST: herpes genital, sífilis, gonorreia, tricomoníase, infecção pelo HIV, infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), hepatites virais B e C.

Saiba mais clicando em em: www.saude.mg.gov.br/sexoseguro.

Por Flávio A. R. Samuel