Na segunda-feira, 17 de julho, uma capacitação presencial sobre manejo clínico de casos de Tuberculose em povos indígenas reuniu 25 participantes, entre médicos e enfermeiros que atendem a população indígena, no município de Governador Valadares.

A capacitação envolveu diversas áreas técnicas, como o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), a Casa do Índio de Governador Valadares (Casai), Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Governador Valadares, Secretaria Municipal de Saúde de Governador Valadares, Hospital Municipal de Governador Valadares, CIEVS Regional e CIEVS DSEI, além da APS de Governador Valadares e o Centro de Referência de Doenças Endêmicas de Governador Valadares (Creden Pes).

O evento teve como principal objetivo oferecer subsídios para o acompanhamento de casos suspeitos e confirmados de tuberculose em povos indígenas, bem como promover o alinhamento clínico-assistencial. Essa ação foi motivada pela observação de um aumento de casos notificados de tuberculose na população indígena, provenientes da aldeia dos Maxacalis na macrorregião de Saúde Nordeste. O encontro foi conduzido pelo servidor do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NUVEPI) da SRS Governador Valadares, Charles Aguiar, em conjunto com a médica sanitarista Katiuscia Rodrigues.

A ideia é ampliar o diagnóstico oportuno de todas as formas de tuberculose, com oferta de cultura e teste de sensibilidade, bem como o tratamento adequado e oportuno para todas as pessoas diagnosticadas com a doença. Além disso, pretende-se intensificar as atividades colaborativas entre tuberculose e HIV, bem como fortalecer ações de prevenção, com tratamento da Infecção Latente da Tuberculose (ILTB) e monitoramento dos contatos.

A capacitação faz parte do Plano Estadual e Regional pelo Fim da Tuberculose, com foco na prevenção e cuidado integrado, centrado no paciente acometido pela doença. De acordo com as normativas estaduais e nacionais, a ação busca intensificar estratégias para atender às populações mais vulneráveis ao adoecimento por tuberculose, em especial a população indígena.

Com essa iniciativa, espera-se fortalecer o enfrentamento da tuberculose entre a população indígena, proporcionando um atendimento mais eficiente e integrado para aqueles que enfrentam a doença, contribuindo assim para a melhoria da saúde e qualidade de vida dessas comunidades.

Maria Luiza Martins, servidora da Superintendência Regional de Saúde de Governador Valadares, explicou que “a reunião técnica sobre o manejo clínico de casos de tuberculose em indígenas foi muito importante para reforçar a atuação das equipes de saúde no que tange à busca ativa de sintomáticos respiratórios e a busca passiva de casos para investigação, diagnóstico e tratamento, e também o fortalecimento da adesão terapêutica. Além disso, foi possível reconhecer e alinhar informações sobre os pontos de atenção da rede de assistência, além de suas atribuições.”

Capacitação sobre manejo clínico em casos de tuberculose em populações indígenas - Plano Estadual e Regional pelo Fim da Tuberculose - Foto: Charles Aguiar

Tércia Gonçalves, do CIEVS DSEI, elogiou a capacitação. “O encontro permitiu aprimorar saberes sobre o tema, além de dar oportunidade à articulação intersetorial, estreitando vínculos interinstitucionais para o enfrentamento desse problema de saúde pública, primando pelo cuidado em populações mais vulneráveis. Foi possível a troca de experiências diante da diversidade étnica, social e cultural”, disse Tércia.

 

Plano Estadual e Regional pelo Fim da Tuberculose

O Plano Estadual e Regional pelo Fim da Tuberculose é uma estratégia de saúde pública com o objetivo de combater a doença como um problema de saúde, e trabalhar para erradicar o agravo dentro de uma determinada região ou estado.

Esses planos são elaborados com base em dados epidemiológicos e em diretrizes estabelecidas pelas autoridades de saúde, como o Ministério da Saúde e as secretarias estaduais de Saúde. Eles visam criar um conjunto de ações coordenadas e integradas para prevenção, diagnóstico precoce, tratamento adequado e acompanhamento de casos de tuberculose.

Os planos geralmente incluem estratégias para identificar grupos de maior vulnerabilidade à doença, como a população indígena, pessoas em situação de rua, encarceradas ou com imunossupressão, promovendo a ampliação do acesso aos serviços de saúde para essas populações.

Por Glenda H. Corteleti