A Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Ponte Nova, por meio do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (Nuvepi) e da Coordenação de Assistência Farmacêutica (CAF), tem levado aos municípios de sua área de abrangência, rotineiramente, orientações acerca de fluxos, tratamento e manejo da tuberculose ativa e da infecção latente, conforme Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública e Plano Estadual pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde 2023 (disponível em https://www.saude.mg.gov.br/tuberculose), que propõe ações e metas para o cumprimento das diretrizes do Ministério da Saúde de 2023 a 2026.

A doença, de natureza infecciosa, é transmitida pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, sendo sua forma mais comum a pulmonar (podendo, também, atingir outros órgãos). A tuberculose tem cura em praticamente todos os casos, desde que o paciente tome a medicação de forma regular e em doses adequadas. O tratamento dura, no mínimo, seis meses, e é disponibilizado gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). “Algumas pessoas acreditam que a tuberculose não existe mais, mas temos registro expressivo de casos anualmente, inclusive com municípios apresentando alta incidência”, alertou a referência técnica do Nuvepi, Dádiva Raquel Rodrigues. 

A referência relatou, dentre as ações intensificadas pela SRS Ponte Nova, a realização de reuniões online junto aos municípios com maior incidência. “Dentre os tópicos abordados, estão a busca ativa dos sintomáticos respiratórios, notificação, acompanhamento e encerramento dos casos, realização do Tratamento Diretamente Observado (TDO) e envio de amostras para a realização de teste rápido e exame de cultura, além de apresentação do fluxograma com ações para a primeira consulta”, elencou.

Segundo o coordenador da CAF regional, Marcos Luiz de Carvalho, o trabalho realizado busca, sobretudo, proporcionar ao paciente de tuberculose o acolhimento necessário para que haja uma adesão satisfatória ao tratamento proposto. “Para tanto, quando da notificação de um caso ativo de tuberculose ou de infecção latente, convidamos para uma reunião o enfermeiro da unidade de saúde que irá acompanhar o caso, bem como o farmacêutico municipal. Nesse momento, explicamos sobre condutas, manejo, monitoramento da terapia e estratégias para se evitar o abandono do tratamento”, disse.

Carvalho também frisou a questão da desinformação acerca da doença, o que causa discriminação e preconceito. “A tuberculose tem cura, sendo necessários apenas 15 dias de tratamento para que a pessoa não mais transmita a doença. Assim, ela pode levar uma vida normal do ponto de vista comunitário, familiar e laboral”. 

Um exemplo de engajamento municipal para a temática da tuberculose é do município de Viçosa. Em 12 de abril, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes comunitários da Atenção Primária à Saúde (APS) participaram de uma capacitação promovida pela Secretaria Municipal de Saúde e pelo Programa de Educação pelo Trabalho em Saúde (PET-Saúde) da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Os atendimentos da tuberculose, que antes eram direcionados ao SAE/CTA, agora estarão vinculados às Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Capacitação no município de Viçosa alinha fluxos da Atenção Primária para o manejo da tuberculose - Foto: DMC/Prefeitura Municipal de Viçosa

“À APS caberá o cumprimento dos três pilares para controle da tuberculose: busca ativa de casos, com identificação precoce das pessoas que tossem, chamados de Sintomáticos Respiratórios (SR); TDO, que consiste na observação da tomada dos medicamentos pela pessoa em tratamento por um profissional de saúde por pelo menos três vezes na semana; e investigação de contatos, que visa identificar e tratar precocemente pessoas com tuberculose ativa ou infecção latente, a fim de prevenir o desenvolvimento da doença”, explicou Dádiva. 

 

Credenciamento

Como parte do Plano Regional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde, relata-se o recente credenciamento do Serviço de Atendimento Especializado/Centro de Testagem e Aconselhamento (SAE/CTA) de Ponte Nova para acompanhamento de casos no âmbito da Atenção Secundária. O serviço, que funcionará em breve, será responsável pela elucidação de casos, tratamento com esquemas especiais, acompanhamento de pacientes com apresentação de efeitos adversos maiores no uso de medicamentos e comorbidades associadas.

Por Tarsis Murad