Os municípios pertencentes à Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Passos vêm atuando para promover a saúde do homem - com objetivo de prevenir o câncer de próstata -, não apenas durante a campanha Novembro Azul, mas no ano todo. É o que mostra levantamento da SRS Passos, feito por meio da Coordenação de Atenção à Saúde (CAS). Segundo o resultado da pesquisa, as equipes municipais de atenção primária à saúde usam diferentes estratégias para chamar a atenção dos homens sobre a importância das consultas médicas periódicas, exames e hábitos saudáveis para evitar doenças. “O Novembro Azul é um marco anual para a prevenção e promoção da saúde do homem. Porém, ressalto que os trabalhos das equipes da atenção primária ocorrem o ano todo, fazendo o acolhimento e despertando o olhar das famílias para o cuidado da saúde masculina”, disse a coordenadora da CAS, Vivian Castro Lemos. “Favorecer e facilitar a chegada deles às unidades de saúde, precocemente, faz toda a diferença no processo saúde-doença, impactando em melhor qualidade de vida e longevidade”, completou a coordenadora.
Segundo a referência técnica da CAS, Gilmar Antônio Batista Machado, responsável pelo levantamento, as ações relacionadas à saúde do homem já são consolidadas em nível federal, mas são ampliadas no mês de novembro para maior sensibilização da sociedade. “Nós da CAS, recomendamos a sua realização durante todo o ano, ficando para o mês de novembro um marco para o aumento dessa sensibilização”, disse.
Além das doenças
Ainda conforme Gilmar Machado, as ações pela saúde do homem devem abordar outros aspectos além das doenças para a promoção da atenção integral à saúde, com vistas à redução das estatísticas. Os números mostram mais homens internados por conta de doenças evitáveis ou tratáveis do que as mulheres, numa relação de 53% a mais entre os usuários masculinos do Sistema Único de Saúde (SUS), segundo dados do Datasus para a região.
“O foco das ações de saúde do homem é ampliar o olhar sobre a saúde, em especial para o que se chama de atenção integral à saúde. Dessa forma, o foco deixou de ser apenas a prevenção do câncer de próstata e passou a ser tudo aquilo que envolve uma vida saudável, como a importância da alimentação, da atividade física, da cultura da paz”, avalia a referência técnica da CAS.
Os municípios que responderam ao levantamento da CAS relataram ações diversas, como o exame do PSA (sigla em inglês para o antígeno específico da próstata), mediante orientações sobre os resultados e agendamento de consulta médica, visitas a fábricas, com palestra e orientação para os homens e ofertas de testes rápidos de doenças sexualmente transmissíveis e prevenção do câncer de próstata.
Ações dos municípios
Em Passos, a Atenção Primária à Saúde (APS) municipal realizou o “Dia D” de atenção e alerta ao câncer de próstata, em 26 de novembro, na Praça do Rosário, segundo informou a enfermeira Olívia Cristina Alves Lopes, no levantamento da SRS. “Foram realizadas atividades de promoção e prevenção à saúde, tais como: orientação sobre o câncer de próstata, testes rápidos para rastreamento de HIV, sífilis e hepatites, avaliação nutricional, atividades físicas, verificação de glicemia e pressão arterial, além de vacinação”, acrescentou a enfermeira.
Em Delfinópolis, segundo Thaís Antônia Freitas, da atenção básica municipal, além de palestras com os temas “saúde do trabalhador” e “saúde do homem”, foi criado um horário especial em novembro, “com atendimento noturno de médico, enfermeiro e dentista para atender demanda de homens que trabalham no horário de funcionamento comum das unidades, principalmente”, informou Thaís.
Gilmar Machado alertou que, embora os cuidados com a saúde integral do homem tenham agora maior atenção dos municípios, ainda há muito para se fazer, para que os homens se conscientizem plenamente sobre a importância da prevenção. “Falar com a população masculina exige das equipes de saúde fazer com que uma população, que historicamente se preocupa pouco com sua saúde, passe a mudar essa visão e desenvolver ações para uma vida saudável, além de começar a frequentar os serviços de saúde”, observou.
Por Enio Modesto
