Com mais de R$ 22,1 milhões repassados pelo Governo do Estado entre o segundo semestre de 2021 e o início deste ano, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros realizou nesta quarta-feira, 6 de abril, encontro com gestores municipais de saúde  com o objetivo de reforçar as ações de controle e enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya, zika e da febre amarela. O encontro foi realizado no auditório da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), com a participação da superintendente regional de saúde, Dhyeime Thauanne Pereira Marques, do presidente regional do Conselho de Secretários de Saúde de Minas Gerais (Cosems), Edvaldo Farias da Silva Filho e do promotor da Coordenadoria de Saúde do Ministério Público de Minas Gerais, Daniel Lessa.

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Durante o encontro, tanto a superintendente regional de saúde como o presidente do Cosems destacaram a necessidade dos municípios intensificarem as ações de controle das arboviroses, levando em conta o aumento das notificações e confirmação de casos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Neste ano, a SRS Montes Claros já disponibilizou mais de R$ 1 milhão em insumos para os municípios executarem ações de eliminação de focos do mosquito.

“Estamos num período epidemiológico sério e preocupante, levando-se em conta que grande parte dos municípios da área de atuação da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros apresentam média ou alta taxa de incidência do Aedes aegypti. Nesse contexto, os municípios precisam redobrar os esforços para obterem um controle vetorial efetivo, além de garantir a assistência médica às pessoas que venham contrair alguma das doenças transmitidas pelo Aedes”, alertou Dhyeime Marques. 

Na mesma linha de raciocínio, o presidente regional do Cosems reforçou que “mais de 80% dos municípios do Norte de Minas estão em estado de alerta para o aumento das notificações das arboviroses. Por isso, precisamos que todos os municípios alinhem ações entre os diversos setores da saúde e apliquem os recursos financeiros já disponibilizados pelo Governo do Estado. Só assim teremos condições de conter o aumento do número de pessoas doentes e, consequentemente, de óbitos”, pontuou Edvaldo Farias. 

A coordenadora de vigilância em saúde da SRS Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes destacou a importância dos municípios manifestarem as dificuldades que estejam encontrando para o controle e enfrentamento ao Aedes aegypti, a fim de que a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) tenha condições de avaliar e definir a adoção de outras medidas que possam auxiliar os municípios no controle das arboviroses. 

As referências técnicas em vigilância epidemiológica da SRS, Valdemar Rodrigues dos Anjos e Cássia Nely Morais lembraram que as secretarias municipais de saúde precisam colocar em prática seis ações para conter o avanço das arboviroses no Norte de Minas: a notificação dos casos suspeitos de pessoas que tenham contraído alguma das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, a fim de que os agentes de controle de endemias possam realizar as ações de bloqueio de transmissão; análise semanal da taxa de incidência do mosquito; colocação em prática dos planos de contingência elaborados no segundo semestre de 2021; realização de reuniões dos comitês municipais de enfrentamento das arboviroses para a tomada de decisões; atenção às epizootias e aumento das coberturas vacinais da população contra a febre amarela; e coleta de amostras para a realização de exames laboratoriais e isolamento viral.

Os coordenadores de Regulação e de Assistência Farmacêutica da Superintendência Regional de Saúde, Cleiton Francis Carnielli e Cynthia Antunes Barbosa falaram sobre as ações que os municípios podem adotar com vistas à assistência médica aos pacientes acometidos por arboviroses, bem como o fornecimento de medicamentos dos componentes básicos e especializados por meio do SUS (Sistema Único de Saúde).

 

INCIDÊNCIA

Durante o encontro, a SRS Montes Claros apresentou aos gestores de saúde e aos coordenadores de controle de endemias balanço da situação epidemiológica das arboviroses. A proliferação do Aedes aegypti está acontecendo em sua maioria em reservatórios de água localizados em nível de solo. Com isso, 52 municípios da área de abrangência da SRS apresentam alto ou médio risco de transmissão de doenças por parte do Aedes aegypti. 

Mesmo com quadro de técnicos reduzido, neste ano a Superintendência Regional de Saúde já realizou visitas técnicas a 13 municípios para reforçar o repasse de orientações sobre as ações de controle e enfrentamento ao Aedes aegypti. Além disso, sete municípios já foram contemplados com ações de eliminação de mosquitos adultos por meio da utilização de equipamentos de Ultra Baixo Volume Veicular (UBV): Espinosa, Riacho dos Machados, Joaquim Felício, Francisco Sá, Janaúba, Montes Claros e Pai Pedro. 

Neste ano a SRS já investiu mais de R$ 1 milhão com a disponibilização de insumos para a eliminação de focos do Aedes aegypti nos municípios, incluindo o repasse de 141,5 mil pastilhas utilizadas para eliminação de focos de mosquitos em ralos e outros recipientes.

Também neste ano, a SRS reforçou a capacitação de agentes de controle de endemias nos municípios de Francisco Sá, Janaúba, Josenópolis e Riacho dos Machados. Outros 51 municípios foram contemplados com a manutenção de equipamentos de UBV costal.

Por Pedro Ricardo