No mês em que se comemora 100 anos do descobrimento do bacilo causador da doença, o município de Janaúba realizou nos dias 21 e 22 de março o 1º Seminário sobre Tuberculose. O evento foi organizado pela Secretaria Municipal de Saúde e contou com a participação da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros.

1º Seminário sobre Tuberculose - Janaúba

Dentro da proposta de reestruturação dos serviços de atenção primária, o secretário de saúde de Janaúba, Helvécio Campos Albuquerque destacou que o investimento na capacitação dos profissionais do município visa melhorar e ampliar o atendimento das demandas da população. Isso porque “80% das necessidades assistenciais podem ser resolvidas pela atenção primária à saúde. Outras 10% das demandas podem ser atendidas pelo Hospital Regional; 7% pelo Hospital Fundajan e 3% pelo Centro Estadual de Atenção Especializada (CEAE). Por isso, vamos fazer um investimento maciço na Atenção Primária à Saúde, visando uma melhor gestão da performance técnica”, pontuou o secretário.

O que é tuberculose e o panorama epidemiológico da doença na microrregião de Janaúba foram temas abordados na abertura do Seminário pela médica Louise Cardoso e pela enfermeira Thais Freitas Teixeira. A busca dos pacientes sintomáticos respiratórios, a notificação de casos e a realização de testes para o diagnóstico da doença foram temas de palestras ministradas pelas referências técnicas da Coordenadoria de Vigilância em Saúde da SRS Montes Claros, Damaris Soares e Siderllanny de Brito.

A importância da integração das redes de atenção à saúde no enfrentamento à tuberculose, fluxos de dispensação de medicamentos e a adoção de estratégias colaborativas para o enfrentamento da coinfecção da tuberculose e o vírus HIV/Aids também foram temas abordados durante o Seminário.

 

A DOENÇA

A coordenadora de Vigilância em Saúde da SRS Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes explica que a tuberculose é uma doença infectocontagiosa que afeta principalmente os pulmões, mas também pode acometer órgãos como ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro e medula espinhal).

Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) alertam que um terço da população mundial está infectada pelo Mycobacterium tuberculosis e está em risco de desenvolver a doença. Anualmente há cerca de 8,8 milhões de doentes e 1,1 milhão de mortes ocasionadas pela tuberculose.

O Brasil ocupa o 17º lugar entre os 22 países responsáveis por 82% do total de casos de tuberculose no mundo. Embora seja uma doença passível de ser prevenida, tratada e mesmo curada, ainda mata cerca de 4,7 mil pessoas todos os anos no Brasil.

Cada paciente com tuberculose que não se trata pode infectar, em média, de 10 a 15 pessoas por ano. Alguns fatores contribuem para a disseminação da doença, tais como a pobreza; má distribuição de renda; a Aids; a desnutrição; as más condições sanitárias e a alta densidade populacional.

SINTOMAS

Os principais sintomas da tuberculose são:tosse seca ou com secreção por mais de três semanas, podendo evoluir para tosse com pus ou sangue; cansaço excessivo e prostração; febre baixa, geralmente no período da tarde; suor noturno; falta de apetite; emagrecimento acentuado e rouquidão.

Alguns pacientes, entretanto, não exibem nenhum indício da doença, enquanto outros apresentam sintomas aparentemente simples, que não são percebidos durante alguns meses. Pode ser confundida com uma gripe, por exemplo, e evoluir durante três a quatro meses sem que a pessoa infectada saiba, ao mesmo tempo em que transmite a doença para outras pessoas. 

A transmissão da tuberculose é direta, de pessoa a pessoa. O doente expele pequenas gotículas de saliva ao falar, espirrar ou tossir.

 

TRATAMENTO

A vacina BCG é obrigatória para menores de um ano, pois protege as crianças contra as formas mais graves da doença. 

A melhor forma de prevenir a transmissão da doença é fazer o diagnóstico precoce e iniciar o tratamento adequado o mais rápido possível. Com 15 dias após iniciado o tratamento a pessoa já não transmite mais a doença. O tratamento deve ser feito por um período mínimo de seis meses, diariamente e sem nenhuma interrupção. O tratamento só termina quando o médico confirmar a cura total do paciente.

Por Pedro Ricardo