Considerando a necessidade de orientar gestores e técnicos municipais na elaboração do Plano Municipal de Contingência das Arboviroses Urbanas (PMC) 2021-2022, o Núcleo de Vigilância Epidemiológica (Nuvepi) da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Ponte Nova realizou, no dia 4/11, uma videoconferência. Cerca de 50 pessoas, entre coordenadores de Epidemiologia e Vigilância em Saúde, representantes da Atenção Primária e Atenção Farmacêutica e agentes de endemias, receberam orientações acerca do PMC, que tem como finalidade auxiliar os municípios na resposta às epidemias das diferentes arboviroses (Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela).

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A referência técnica do Nuvepi, Paloma Aparecida Costa Gesualdo, conduziu as apresentações, a começar pela Resolução SES/MG N° 7.733, de 22 de setembro de 2021, que institui ações estratégicas ligadas à assistência à saúde, à vigilância, à prevenção e o ao controle das arboviroses urbanas, assim como o repasse de incentivo financeiro aos municípios. “Entre as ações previstas, contemplam-se a elaboração ou revisão Plano Municipal e a implantação do Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses”, destacou.

Sobre o PMC, Paloma esclareceu que é necessário para planejar as ações e serviços em saúde para o enfrentamento de possíveis epidemias de doenças transmitidas pelo Aedes. “O plano não deve ser apenas um documento, mas sim uma ferramenta de trabalho de prevenção e controle, com o objetivo de evitar o adoecimento do maior número de pessoas e a ocorrência de óbitos”, disse. Para tanto, a referência projetou modelo do documento a ser preenchido, tecendo considerações sobre cada campo específico, entre os quais: Contatos, Rede Assistencial, Atenção Primária à Saúde, Vigilância Epidemiológica, Controle Vetorial, Comunicação e Mobilização Social, Serviços, Ações e Parâmetros de Medicamentos e Insumos.

Na sequência, foi enfatizada a necessidade de atuação do Comitê Municipal de Enfrentamento das Arboviroses, cuja função é desenvolver ações de educação em saúde e mobilização social para o controle do mosquito Aedes aegypti, com participação intra e intersetorial. “Na época adequada, deverá ser apresentado no comitê o PMC e, ao longo do ano, as reuniões devem conter registros da situação epidemiológica local, como número de casos notificados e resultados de Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa/LIA), bem como as ações de mobilização social”, elencou.

Aos presentes, Paloma Gesualdo reforçou que o trabalho deve ser de qualidade, e não se restringir apenas ao cumprimento de planos e protocolos. “Peço a todos o empenho na qualidade do serviço de vigilância, que vai muito além do preenchimento de formulários e sistemas, e foco no poder da mobilização social. Isso irá impactar imensamente no processo, evitando sérios danos às pessoas e ao meio ambiente”, concluiu.

A coordenadora do Nuvepi, Mônica Maria Sena Fernandes Cunha, ressaltou a importância de não perder o foco na febre amarela dentro do cenário das arboviroses, uma vez que houve uma epidemia nos anos de 2016 e 2017, iniciada em Minas Gerais e com confirmação de mortes em nove estados. “No momento, poucas notificações de epizootias foram realizadas pelos municípios da SRS e, portanto, faz-se necessário ter esse olhar para a vigilância das epizootias, em consonância com o aumento da cobertura vacinal da febre amarela”, pontuou.

Sobre as ações preventivas e de controle, Mônica enfatizou que todos devem ser protagonistas do processo para conter o vetor. “Temos que adotar ações rotineiras, seja em casa, no trabalho ou nos espaços de convívio. E é neste ponto que devemos sensibilizar a população como um todo. O processo não depende só da área da saúde. Precisamos realizar a interface com as áreas de educação e meio ambiente, por exemplo, além de contar com o apoio de lideranças comunitárias e sociedade civil organizada, porque a luta é de todos”.

 

Por Tarsis Murad