Profissionais da Atenção Primária e Vigilância em Saúde dos 35 municípios que compõe a região de saúde do Território Vale do Aço participaram, nessa quarta e quinta-feira (13 e 14/12), de capacitação sobre “Manejo de Surtos por Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) e Doenças Diarreicas Agudas (DDA). O encontro foi promovido pela Regional de Saúde de Coronel Fabriciano, por meio dos Núcleos de Núcleo de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Saúde do Trabalhador (NUVEAST) e Vigilância Sanitária (VISA). Teve como objetivo atualizar os profissionais da Atenção Primária e da Vigilância em Saúde dos municípios na identificação, investigação e notificação de possíveis surtos de doenças transmitidas por alimentos (DTA).

Crédito: Flávio A.R. Samuel

Segundo Aline Santos, referência técnica em Investigação de Doenças Transmitidas por Alimentos da SRS de Coronel Fabriciano, “estas doenças, mais conhecidas como DTA, são causadas pela ingestão de alimentos ou bebidas contaminadas e são uma importante causa de morbidade e mortalidade, e são transmitidas pela ingestão de água ou alimentos contaminados. Dentre os agentes etiológicos estão os vírus, parasitos, príons, bactérias e suas toxinas. E nestas épocas festivas, como Natal e Ano Novo, os casos tendem a aumentar", informou Aline.

De acordo com Gilmar Rodrigues, referência técnica da coordenação de Agravos Transmissíveis da Vigilância Epidemiológica da SES-MG, a capacitação visou à conscientização e a educação em saúde, que são essenciais para a prevenção e redução dos casos de DTA, além do fortalecimento da fiscalização sanitária e o esclarecimento junto à população. “Fiz um resgate histórico da Vigilância Epidemiológica em DTA’s no Brasil e no Estado, percebemos que avançamos muito, mas precisamos ainda sensibilizar o trabalho em conjunto da Atenção Primária e da Vigilância em Saúde, para que o monitoramento e as notificações realmente aconteçam nos municípios, fortalecendo assim as ações de enfrentamento e controle”, destacou Gilmar.

As referências técnicas em Surtos de DTA, Cláudia Beatriz de Oliveira Fróes e Raquel Rezende Menezes, da Diretoria de Vigilância em Alimentos da Superintendência de Vigilância Sanitária da SES-MG, destacaram durante a capacitação que o surto de DTA é um episódio em que, duas ou mais pessoas, apresentam doença semelhante após ingerirem alimentos ou água da mesma origem, afetando o intestino, causando diarreia e gastroenterite, Salmonelose, Botulismo, Febre Tifóide, Brucelose, Toxoplasmose, Cólera, Hepatite A, Cisticercose, entre outras doenças.

“A contaminação dos alimentos pode ocorrer de diferentes maneiras, como falta de higienização das mãos, das superfícies da cozinha e dos utensílios utilizados no preparo da comida”, concluiu Cláudia Fróes.

Doença Diarreica Aguda

A capacitação abordou também a doença diarreica aguda (DDA) que é caracterizada por três ou mais evacuações, amolecidas ou aquosas no período de 24 horas, com duração de até 14 dias, e são causadas por bactérias, vírus, parasitas e toxinas, que podem ser transmitidas de forma direta, de pessoa para pessoa, ou indireta, através da ingestão de água e alimentos contaminados.

Ao abordar sobre as Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar (DTHA) e os cuidados para evitar estas doenças, como filtrar e desinfetar a água Referência Técnica do Programa VIGIAGUA, Fabiano Martins, da Regional de Saúde de Coronel Fabriciano, detalhou sobre os trabalhos realizados na Vigilância das Águas da região, e ressaltou o que preocupa nas DTHA’s é a desidratação, fazendo com que a pessoa possa ficar em choque e até chegar a óbito nos casos mais graves.

“Para a filtragem de água é possível utilizar filtro doméstico. Após a filtragem é necessário colocar na água hipoclorito de sódio a 2,5%. A medida é de 2 gotas da substância para cada litro de água. Lembrando o hipoclorito de sódio é distribuído gratuitamente em todas as Unidades Básicas de Saúde. Uma opção ao hipoclorito é ferver a água após a filtragem. A água deve ser fervida por cinco minutos, contados a partir do início da fervura”, esclareceu.

A programação do evento contou com a participação da coordenadora da Vigilância Epidemiológica e Sanitária do município de Periquito, Valdirene Arantes Costa Almeida, que apresentou as experiências e os diversos episódios de surtos vivenciados pela Secretaria Municipal de Saúde, bem como as ações de enfrentamentos às DTA’s com o apoio da Regional de Saúde de Coronel Fabriciano, que visam reduzir a incidência das doenças no munícipio, melhorando a qualidade devida da população.

Já a referência técnica de Serviço de Gerenciamento de Amostras da Fundação Ezequiel Dias (FUNED), Edson Eugênio, abordou sobre os cuidados com o armazenamento, coleta e envio de amostras, e o fluxo do laboratório nas análises dos alimentos em geral.

Também participaram do evento as referências técnicas da Regional de Coronel Fabriciano, Elaine Coelho (Núcleo de Vigilância Sanitária) e Renata Garajau (Núcleo de Assistência Farmacêutica).

Por Flávio A.R. Samuel