Reorganizar a Rede de Atenção à Saúde do estado, por meio da realização de mudanças nos processos de trabalho da Atenção Primária à Saúde e dos serviços de Atenção Ambulatorial Especializada. Estes são os principais propósitos do Projeto Saúde em Rede que, neste mês de maio, encerrou suas atividades no Polo Belo Horizonte.

Composto pelas microrregiões de saúde de Belo Horizonte, Nova Lima, Santa Luzia e a microrregião de Vespasiano, cerca de 80 profissionais de saúde agora voltam aos seus municípios para colocarem em prática tudo que aprenderam em um longo período de muito aprendizado.

Durante meses, foram construídos diferentes espaços de ensino que ampliaram a capacidade das equipes de analisarem seus processos de trabalho e organizá-los sob a perspectiva da Educação Permanente em Saúde. O surgimento do Projeto Saúde em Rede é justamente uma resposta às mudanças no perfil demográfico, à transição epidemiológica e aos estilos de vida da população, o que traz uma prevalência das condições crônicas de saúde.

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Essas transformações geraram a necessidade de uma organização de forma integrada, compreendendo a Atenção Primária à Saúde (APS) como ordenadora do cuidado. Em números, foram realizados 9 encontros formativos, 16 oficinas tutoriais de Atenção Primária à Saúde e 12 oficinas tutoriais de Atenção Ambulatorial Especializada.

Com um evento de encerramento, realizado no dia 6/5, os profissionais do Polo BH realizaram uma retrospectiva de todos os trabalhos realizados e que abordaram entre outros assuntos:

Primeiro encontro: a compreensão do Projeto e suas estratégias de monitoramento, a importância do trabalho em equipe e de forma colaborativa.

Segundo encontro: às características da relação entre as equipes de Atenção Primária à Saúde e de Atenção Ambulatorial Especializada.

Terceiro encontro: discussão dos papéis das equipes com foco no cuidado materno-infantil, os fluxos e critérios do compartilhamento do cuidado à gestante e a importância do cadastramento familiar.

Quarto encontro: discussão sobre como são realizadas as visitas domiciliares e compreender a classificação de risco familiar.

Quinto encontro: discussão das barreiras de acesso à saúde e desenvolvimento de práticas educativas para o cuidado aos usuários com condições crônicas.

Sexto encontro: compreensão dos elementos necessários ao dimensionamento da capacidade operacional da unidade de Atenção Ambulatorial Especializada.

Sétimo encontro: compreensão das características de condições agudas e suas diferenças em relação às condições crônicas, e a importância da estratificação de risco.

Oitavo encontro: compreender as principais causas de morte de mulheres durante o puerpério e discutir as potencialidades da educação em saúde para o cuidado à saúde da gestante.

Nono encontro: conhecimento dos aspectos do perfil epidemiológico da Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus no Brasil.

Complementando a retrospectiva e todo aprendizado, o artista Vando Euripes, do Projeto Hico Art, apresentou a peça teatral Nascença, Vivença, Sabença, Passança.

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O momento foi uma verdadeira reflexão na qual situações e falas da população mineira foram mostradas, registrando a sabedoria que se adquire por meio da experiência e do conhecimento.

Após todo esse processo, os profissionais dos municípios participantes voltam com informações e ideias para reorganizar suas equipes e assim aprimorar os trabalhos no atendimento à população.

A gestora de Saúde do município de Pedro Leopoldo, Michele Moreno, elogiou muito a proposta do projeto. "O Saúde em Rede foi um aprendizado e uma construção para todas as referências técnicas. Essa qualificação oportunizou a aproximação da rede, a entrega dos processos de trabalho e a promoção à saúde. Esperamos qualificar cada vez mais nossas redes de atenção e aprimorar cada vez mais o cuidado à população”, disse.

A médica de família e também gestora de Saúde de Lagoa Santa, Karina Viana Brandão, destacou a importância do Saúde em Rede. “A importância que este projeto tem para o município é de reorganização do fluxo da atenção primária. Quando reorganizamos o serviço, conseguimos atender tanto demandas de saúde agudas, quanto crônicas de forma mais ampla e com um serviço mais qualificado ", destacou.


O projeto Saúde em Rede foi desenvolvido pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), em parceria com a Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP-MG).

O projeto foi iniciado em 2019, em sua etapa piloto, para a macrorregião Jequitinhonha e foi expandido para outras regiões do estado.

Os analistas regionais do Saúde em Rede no Polo Belo Horizonte Maídila Sales de Mello, Patrik Felix Jardim, Ana Luiza Vieira de Freitas e Regina Eufrasio Trindade também destacaram o que significou toda a interação e aprendizado ao longo do período.

“As atividades do projeto nos permitiram, enquanto referências técnicas dos programas da atenção primária à saúde e da atenção especializada, acompanhar esses municípios e juntos promovermos o fortalecimento e integração entre os serviços com foco no atendimento às necessidades de saúde da população”. Os profissionais destacaram que a participação no Projeto Saúde em Rede – Polo BH significou momentos de aprendizado, compartilhamento e crescimento profissional.”

Por Alessandra Maximiano / Fotos: Alessandra Maximiano