Todos os anos, milhares de pessoas se submetem à estomia, cirurgia que resulta na confecção de uma abertura realizada no abdome – chamada estoma – para possibilitar a saída das fezes ou da urina, coletadas através da utilização de uma bolsa coletora. Este procedimento salva vidas e alivia o sofrimento causado por algumas doenças ou condições de saúde, como neoplasias, má formação congênita ou traumatismos.

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Assim, com o intuito de capacitar e instrumentalizar os profissionais para o cuidado em reabilitação da pessoa estomizada, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) lançou a "Linha de Cuidados da Pessoa Estomizada", publicação de autoria dos enfermeiros estomaterapeutas Mauro Souza Ribeiro, referência técnica da Coordenação de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência da SES-MG, e Eline Lima Borges, professora da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais.

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Com tiragem inicial de 1.300 exemplares, o material tem como público alvo os enfermeiros que atuam na Atenção Básica em Saúde em todo o Estado, e os 48 Serviços de Atenção à Saúde da Pessoa Estomizada da Rede de Cuidados da Pessoa com Deficiência. "Nossa intenção é que a Linha de Cuidados seja tomada como material de referência para o cuidado em reabilitação do estomizado e para a capacitação das equipes dos demais serviços da rede pública de saúde", explicou David Mello de Jesus, coordenador de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência (CASPD) da SES-MG, David Mello de Jesus. "A continuidade do cuidado em todas as fases da vida da pessoa estomizada é determinante para sua reabilitação e para seu retorno às atividades diárias, melhorando sua qualidade de vida", completou Mauro Ribeiro, um dos autores da publicação.

Nesse sentido, a capa da Linha de Cuidados da Pessoa Estomizada traz imagens de pessoas estomizadas exercendo atividades comuns de seu cotidiano, seja trabalhando, realizando atividades domésticas, ou fazendo exercícios físicos e até mesmo praticando esportes. "Durante o processo de criação da arte da capa, nos inspiramos em um movimento existente em todo o mundo, inclusive no Brasil, em que pessoas estomizadas publicam fotos em suas redes sociais realizando diferentes atividades e expondo sua bolsa coletora; quebrando, assim, preconceitos e ajudando outras pessoas que sofrem desse mesmo problema e têm dificuldades em enfrentá-lo. Assim, tivemos a ideia de convidar as pessoas estomizadas de Minas Gerais a ceder fotografias suas para ilustrar a capa da Linha de Cuidados da Pessoa Estomizada", conta Mauro.

Feito o convite, que contou com o apoio dos enfermeiros responsáveis pelos Serviços de Atenção à Saúde das Pessoas Estomizadas do SUS-MG e da Associação Mineira de Ostomizados (AMOS), a equipe envolvida na produção do material se surpreendeu com uma grande adesão, recebendo fotos de cerca de 50 pessoas estomizadas. Com essas fotos, criou-se um mosaico, formando o símbolo nacional das pessoas estomizadas.

"A nossa ideia é demonstrar para todos os profissionais que tiverem acesso a esse material, que a reabilitação do paciente é possível, e deve ser tomada como foco principal do cuidado. E às pessoas estomizadas recém-operadas, que é possível se reabilitar e viver com um estoma, uma vida plena e com qualidade", destacou Mauro.
Além da tiragem impressa, a Linha de Cuidados da Pessoa Estomizada está disponível para download gratuitamente no link http://www.saude.mg.gov.br/ostomizados, para que qualquer profissional tenha acesso ao material.

Ostomia: Conhecer para cuidar melhor

O site da SES-MG inaugurou um novo espaço de informação sobre a atenção à saúde da pessoa com deficiência. Por meio do saude.mg.gov.br/deficiencia, o usuário acessa informações sobre a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência de Minas Gerais, bem como a relação de serviços de reabilitação do Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado. Por meio do link "Ostomia", o usuário tem acesso a informações básicas sobre o estoma, a bolsa coletora, dicas de reabilitação e sobre o acesso aos Serviços de Atenção à Saúde da Pessoa Estomizada.

SUS

Para receber as bolsas coletoras, que são disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a pessoa estomizada deve agendar consulta no serviço de referência na sua região e, neste dia, levar o relatório do médico que a operou ou sumário de alta. Existem vários tipos de bolsas e sua indicação depende do tipo de estoma, tipo de material eliminado, idade, estilo de vida, presença de alterações no estoma ou pele ao redor e diversos outros fatores que serão avaliados pela equipe de saúde e pela pessoa estomizada.

Por Pollyana Teixeira