Nesta sexta-feira (18/05), a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), promoveu, na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, a 1ª Reunião Integrada do Comitê Técnico Estadual de Fortalecimento das Ações de Vigilância e Cuidado das Crianças Diagnosticadas ou com Suspeita de Síndrome Congênita Associada à Infecção pelo Vírus Zica e outras etiologias infecciosas – ZTORCH. Clique aqui e confira a nossa galeria de fotos.

“O Ministério da Saúde repassou para o Fundo Estadual de Saúde cerca de R$ 630 mil para o início dos trabalhos do Comitê, como a qualificação do diagnóstico, o acompanhamento e suporte às crianças envolvidas. A criação do comitê é um trabalho importantíssimo do ponto de saúde pública”, afirmou o Chefe de Gabinete da SES-MG, Lisandro Carvalho de Almeida Lima.

Crédito: Marcus Ferreira / SES-MG.

O Comitê surgiu a partir da Portaria 3.502, publicada no dia 19 de dezembro de 2017, no Diário Oficial da União. Tal ação tem como objetivo apoiar os Estados, o Distrito Federal e os Municípios para a organização do cuidado integral em rede, garantindo a todas as crianças diagnosticadas com Síndrome Congênita associada à infecção pelo vírus Zika (SCZ) e com outras síndromes causadas por sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e herpes vírus, a STORCH.

A partir daí, a SES-MG em parceria com as Secretarias de Desenvolvimento Social, Educação, Direitos Humanos, Fiocruz e Conselho Estadual de Saúde implanta o Comitê Gestor Estadual a fim de coordenar a execução dessa estratégia. “Serão realizadas um conjunto de avaliações clínicas e laboratoriais, de forma sistemática, e o acompanhamento de cada criança, considerando as necessidades de cada uma”, explicou a Diretora de Redes Assistenciais da SES-MG, Cláudia Pequeno.

As ações do Comitê serão desenvolvidas a fim de realizar o levantamento da situação epidemiológica da SCZ e STORCH em todos os municípios do Estado; além de identificar os serviços de saúde e unidades hospitalares que compõem a rede de atenção à saúde das crianças com SCZ e STORCH, bem como as referências para investigação dos casos.

Crédito: Marcus Ferreira / SES-MG.

Para isso, será redigido o Plano Estratégico Estadual, até o dia 19 de junho deste ano, para a implantação da Estratégia de Fortalecimento das ações de cuidado das crianças suspeitas ou confirmadas para a Síndrome Congênita associada à infecção pelo vírus Zika, responsabilizando-se, dessa forma, pela sistematização dos dados e informações relativas ao protocolo de avaliação das crianças no Sistema Único de Saúde (SUS). “O Comitê construirá o plano estratégico de ações que irá avaliar todas as crianças acometidas pelas comorbidades associadas ao zika vírus e a STORCH”, afirmou Cláudia Pequeno.

Vigilância e Monitoramento

Minas Gerais realiza, desde dezembro de 2015, a vigilância e monitoramento das alterações no crescimento e desenvolvimento a partir da gestação até a primeira infância, relacionadas às infecções pelo zika vírus, sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e herpes vírus, denominadas Z-STORCH, de acordo com as Orientações Integradas de Vigilância e Atenção à Saúde no âmbito da Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional-ESPIN.

Em julho de 2017, a ESPIN foi encerrada. No entanto, todas as ações desenvolvidas, bem como os fluxos de informações, assistências e estruturas de saúde disponibilizadas foram mantidos de forma a continuar a vigilância e o monitoramento dos casos. “Neste período entre 2015 a 2017 nós conseguimos traçar um cenário epidemiológico da situação e a partir de 2017 conseguimos estabelecer a vigilância dessas infecções”, afirmou Flávia Cruzeiro, Referência Técnica do Centro de Informações em Vigilância em Saúde da SES-MG.

Dados em Minas Gerais

Entre 22 de novembro de 2015 até 29 de dezembro de 2017, período de vigência da ESPIN, foram notificados, em Minas Gerais, 693 casos suspeitos de síndrome congênita por Z-STORCH. As notificações incluíram fetos, óbitos fetais, natimortos, abortamentos, recém-nascidos e crianças. Desses 693 casos, 96 foram confirmados, 293 descartados, 1 apresentou resultado inconclusivo, 272 permanecem em investigação e outros 31 casos são prováveis.

Já em relação aos óbitos, Minas Gerais, registra 10 óbitos e apresenta letalidade de 16,67%.

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Por Paula Gargiulo