Com prazo de operacionalização previsto para ser finalizado em até 12 meses, a Comissão Intergestores Bipartite do Sistema Único de Saúde (CIB-SUS) aprovou no dia 1º de marços os planos de trabalho dos hospitais Santa Casa e Mário Ribeiro da Silveira, sediados em Montes Claros, e do Hospital Oswaldo Prediliano Santana, de Salinas, para a implantação de três Centros de Tratamento de Queimados no Norte de Minas. Ao todo, os investimentos viabilizados para a região pela Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) são superiores a R$ 3,8 milhões.

Durante reunião da CIB-SUS, realizada em Montes Claros, Denilson Paranhos Costa, referência técnica da Rede de Urgência e Emergência da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros, explicou que “o credenciamento dos hospitais levou em conta os critérios estabelecidos na Resolução 9.112 e a pactuação aprovada em reunião da CIB-SUS, realizada dia 17 de novembro, com a participação dos gestores de saúde da macrorregião de Saúde Norte. Em todo o estado 14 hospitais credenciados receberão recursos do tesouro estadual e os valores serão transferidos quadrimestralmente para os fundos municipais de saúde”.

Hospital Dr. Mário Ribeiro da Silveira, sediado em Montes Claros

O plano de trabalho do Hospital Dr. Oswaldo Prediliano Santana, de Salinas, prevê investimento de R$ 311,1 mil na compra de medicamentos e R$ 483,2 mil na aquisição de equipamentos para o Centro de Tratamento de Queimados.

“A implantação do Centro em Salinas visa aprimorar a capacidade e proporcionar um atendimento eficaz e de qualidade aos pacientes, contribuindo para a prevenção de sequelas. Nossa meta é atender crianças, idosos e adultos classificados como de média gravidade”, ressalta Laiane Medeiros Ramos Lima e Wexley Miranda Mendes, gestora do hospital e secretário municipal de Saúde de Salinas, respectivamente.

Com investimento previsto de R$ 794,6 mil, a Santa Casa de Montes Claros também apresentou o plano de trabalho para a estruturação do Centro de Tratamento de Queimados Porte II. O prazo de execução será de até 12 meses, com R$ 311,1 mil destinados à aquisição de insumos e medicamentos e R$ 485,5 mil à compra de equipamentos e materiais permanentes.

Já o Hospital das Clínicas Dr. Mário Ribeiro da Silveira pretende investir mais de R$ 1,9 milhão na compra de equipamentos para a implantação do Centro de Tratamento de Queimados porte III.   

 

Critérios

O coordenador de Atenção à Saúde da SRS Montes Claros, João Alves Pereira, explica que a SES-MG estabelece que “caso tenham mais hospitais que atendam os critérios exigidos para serem credenciados como Centro de Tratamento de Queimados porte II ou III, os elegíveis serão os que cumprirem os critérios na seguinte ordem de prioridade: realizar assistência a pacientes pediátricos; possuir relevância referente à regionalização assistencial, objetivando a ampliação do acesso; e apresentar a maior contribuição de produção para a Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde  (CID) de queimaduras, no período de 12 meses anteriores à análise do pleito”.

Um hospital que se propor a se tornar centro de tratamento de queimados da tipologia II deve ter abrangência microrregional ou macrorregional do Módulo Valor em Saúde ou instituição especializada do trauma nível I do Programa Rede Resposta às Urgências e Emergências. 

Já a instituição que pretende sediar Centro de Tratamento de Queimados do Porte III deve ser hospital de referência microrregional, macrorregional ou estadual do Módulo Valor em Saúde; ser hospital nível III ou II ou especializado no trauma nível I. Deverá estar localizado, preferencialmente, no polo macrorregional e se comprometer a atender as macrorregiões pactuadas na grade de referência e outras regiões de saúde, quando necessário.

Para viabilizar a estruturação dos Centros, a SES-MG está disponibilizando R$ 2,2 milhões para os serviços de Porte III e R$ 794,3 mil para os centros Porte II.

Entre equipamentos e materiais permanentes a serem comprados pelos hospitais estão: dermátomo (equipamento utilizado para corte de pele e remoção de tecido necrótico ou materiais biológicos de feridas); expansão de pele (utilizado em procedimentos cirúrgicos, como enxerto); faca de Blair (utilizada para enxerto); cama hospitalar tipo Fawler Elétrico; carro maca avançado; monitor multiparamétrico e de sinais vitais; ventilador pulmonar pressométrico e volumétrico; cardioversor; carro de anestesia e de emergência; câmara hiperbárica para paciente e balneoterapia (sistema de higienização de pacientes).

Por Pedro Ricardo - Fotos: Anni Sieglitz e Ascom/Hospital Dr. Mário Ribeiro da Silveira