Em 13/3, a Coordenação de Assistência Farmacêutica (CAF) da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Ponte Nova realizou, em sua sede, reunião técnica com os farmacêuticos dos 30 municípios da sua área de abrangência. Na pauta, destaque para o papel do farmacêutico dentro do Programa Nacional de Combate ao Tabagismo (PNCT) e uso do medicamento Palivizumabe durante a sazonalidade do Vírus Sincicial Respiratório (VSR). A reunião foi conduzida pelo coordenador da CAF, Marcos Luiz de Carvalho. 

Sobre o PNTC, Carvalho ressaltou que as ações têm como objetivo reduzir a prevalência de fumantes e a consequente morbimortalidade relacionada ao consumo de produtos derivados do tabaco no Brasil. “O programa segue um modelo lógico, no qual ações educativas, de comunicação, de atenção à saúde, junto com o apoio a adoção ou o cumprimento de medidas legislativas e econômicas se potencializam para prevenir a iniciação do tabagismo, promover a cessação de fumar e proteger a população da exposição à fumaça ambiental do tabaco”, explicou. 

18.03.2024 - Ponte Nova - Tabagismo

Segundo o coordenador, a implantação da linha de cuidado de combate ao tabagismo deve ter a Atenção Primária em Saúde (APS) como gestora dos fluxos assistenciais, sendo responsável pela coordenação do cuidado e ordenamento das Redes de Atenção à Saúde (RAS). Para tanto, apresentou duas abordagens de tratamento. A primeira, chamada de Mínima/Breve/Básica, pressupõe que os profissionais de saúde estejam preparados e sensibilizados para estimular e apoiar os pacientes a parar de fumar. “As intervenções devem ser centradas no paciente, considerando sua individualidade e a realidade do ambiente sociocultural na qual está inserido. Na abordagem breve/mínima (cerca de 3 minutos), consideram-se as seguintes etapas: perguntar sobre o uso do tabaco, avaliar a vontade de parar, aconselhar a cessação do tabagismo com mensagens claras e personalizadas e preparar para a cessação (PAAP).  Há, ainda, a inclusão de mais uma etapa a essa abordagem, com o acompanhamento e a organização do suporte (PAAPA), quando executamos a abordagem básica”, esclareceu. 

A segunda abordagem, conhecida como Estruturada, pressupõe que todos os indivíduos em tratamento do tabagismo devem receber aconselhamento terapêutico intensivo. “Esse tratamento deve ser baseado na terapia cognitivo-comportamental e realizado em sessões periódicas, de preferência em grupo de apoio, podendo também ser individual. Consiste na participação ativa do paciente e do profissional de saúde, orienta-se em metas que visam à resolução do problema, tem tempo limitado e auxilia o paciente a identificar, avaliar e reestruturar os pensamentos”, pontuou. Segundo ele, o modelo de intervenção se faz com ou sem o apoio medicamentoso, sendo este um complemento à terapia de grupo, para aqueles pacientes que têm maior sofrimento de abstinência para cessar o tabagismo. 

 Carvalho também mencionou a Resolução SES-MG nº 8428/2022, que estabelece as normas gerais para concessão e execução do incentivo financeiro para custeio, na esfera municipal, da Política Estadual de Assistência Farmacêutica Ambulatorial no âmbito das Redes de Atenção à Saúde – Farmácia de Minas, enfatizando que, caso os municípios desenvolvam os grupos de combate ao tabagismo, há previsão na resolução para recebimento de recursos. 

 

Palivizumabe

A reunião também deu destaque ao uso do anticorpo monoclonal Palivizumabe, durante a sazonalidade do VSR na região Sudeste, que vai de março a julho, reforçando que o público elegível é formado por menores de um ano prematuros, nascidos até 28 semanas e seis dias, e crianças até dois anos de idade que apresentem broncodisplasia pulmonar associada à prematuridade ou doença cardíaca congênita com repercussão hemodinâmica demonstrada. “É necessário que os farmacêuticos das farmácias municipais informem às famílias que a solicitação de medicamento pode ser feita diretamente em suas unidades, e não somente por meio de clínicas ou hospitais. O farmacêutico municipal pode conferir a documentação e, uma vez que esteja correta, remetê-la à Unidade Regional de Saúde, evitando o deslocamento da família da criança de seus municípios apenas para levar os formulários”, alertou. 

A reunião ainda abordou aspectos da rotina dos farmacêuticos municipais, como o preenchimento de novo requerimento do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF) e a Declaração Autorizadora. 

Por Tarsis Murad