O suicídio é um fenômeno complexo, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, classes sociais, idades, orientações sexuais e identidades de gênero. Saber reconhecer os sinais de alerta em si mesmo ou em alguém próximo a você pode ser o primeiro e mais importante passo para sua prevenção. Por isso, fique atento(a): se a pessoa demonstra comportamento suicida, procure ouvi-la e ajudá-la.
SINAIS DE ALERTA:
Os sinais de alerta descritos abaixo não devem ser considerados isoladamente. Não há uma “receita” para detectar seguramente quando uma pessoa está vivenciando uma crise, nem se tem algum tipo de tendência suicida. Entretanto, um indivíduo em sofrimento pode dar certos sinais, que devem chamar a atenção de seus familiares e amigos próximos, sobretudo se muitos desses sinais se manifestam ao mesmo tempo.
Preocupação com sua própria morte ou falta de esperança.
As pessoas sob o risco de suicídio costumam falar sobre morte e suicídio mais do que o comum; confessam se sentir sem esperanças, culpadas, com falta de autoestima e têm visão negativa de sua vida e futuro. Essas ideias podem estar expressas de forma escrita, verbal ou por meio de desenhos.
Expressão de ideias ou de intenções suicidas.
Fiquem atentos para os seguintes comentários, que são muitas vezes ignorados: "vou desaparecer”; “vou deixar vocês em paz”; “eu queria poder dormir e nunca mais acordar”; “é inútil tentar fazer algo para mudar, eu só quero me matar”.
Essas manifestações não devem ser interpretadas como ameaças nem como chantagens emocionais, mas sim como avisos de alerta para um risco real.
Isolamento
As pessoas com pensamentos suicidas podem se isolar, não atendendo a telefonemas, interagindo menos nas redes sociais, ficando em casa ou fechadas em seus quartos, reduzindo ou cancelando todas as atividades sociais, principalmente aquelas que costumavam e gostavam de fazer.
Outros fatores
Uso de drogas, perda de emprego, crises políticas e econômicas; discriminação por orientação sexual e identidade de gênero; agressões psicológicas e/ou físicas; sofrimento no trabalho; diminuição ou ausência de autocuidado; conflitos familiares; perda de um ente querido; doenças crônicas; dolorosas e/ou incapacitantes; entre outros, podem ser fatores que vulnerabilizam, ainda que não possam ser considerados como determinantes para o suicídio. Sendo assim, devem ser levados em consideração se o indivíduo apresenta outros sinais de alerta.
Pensamentos e sentimentos de querer acabar com a própria vida podem ser insuportáveis e pode ser muito difícil saber o que fazer e como superá-los; mas existe ajuda disponível e apoio através de profissionais de saúde. É muito importante conversar com alguém que você confie. Não hesite em pedir ajuda, você pode precisar de alguém que te acompanhe e te auxilie a entrar em contato com os serviços de suporte.
Quando você pede ajuda, você tem o direito de ser respeitado e levado a sério; ter o seu sofrimento levado em consideração; falar em privacidade com as pessoas sobre você mesmo e sua situação; ser escutado; ser encorajado a se recuperar.
PRINCIPAIS DÚVIDAS
Os mitos em relação ao suicídio são vários, e conhecê-los é importante para a prevenção das tentativas e do suicídio.
É possível ajudar alguém sob o risco de suicídio?
Sim. Diante de uma pessoa sob o risco de suicídio, você pode tomar algumas medidas:
Falar sobre suicídio induz as pessoas a se matarem?
Isso é um mito. Falar sobre suicídio de forma profissional e bem organizada é uma forma eficaz de orientar as pessoa,s e estimular para que encontrem outras formas de lidar com o seu sofrimento. Clique aqui e descubra quais os canais onde pode encontrar ajuda.
As pessoas que falam sobre o suicídio não farão mal a si próprias, pois querem apenas chamar a atenção?
Isso não é verdade. Todas as precauções necessárias devem ser tomadas sempre que uma pessoa fale sobre a intenção ou de um plano suicida. Todas as ameaças devem ser levadas a sério. É muito importante ouvir e considerar sempre o que as pessoas têm a dizer.
Pessoas suicidas querem mesmo morrer ou estão decididas a cometer suicídio, portanto, não devemos intervir.
Não. A maioria das pessoas que pensa em suicídio quer acabar com o sofrimento ou angústia que sentem. Geralmente, compartilham os seus pensamentos com pelo menos uma pessoa ou procuram um serviço de saúde, além de apresentarem características de dúvida e não de certeza de se matar.
Quando uma pessoa mostra sinais de melhoria ou sobrevive a uma tentativa de suicídio, está fora de perigo?
Não. Uma pessoa que está em sofrimento e tentou suicídio deve ser acompanhada por profissionais de saúde, seja no momento da urgência ou internação hospitalar, quanto no retorno para casa por intermédio de serviços da atenção especializada e profissionais de saúde qualificados.
O suicídio é sempre hereditário?
Não, o suicídio é um fenômeno complexo e está relacionado a inúmeros fatores. Uma história familiar de suicídio é um fator de risco, particularmente em famílias nas quais a depressão e outros transtornos relacionados são comuns. Entretanto, o mais importante é ofertar uma rede de assistência à saúde para pessoas com sofrimento.
As pessoas que tentam ou cometem suicídio têm sempre alguma doença mental?
Nem sempre. Os comportamentos suicidas podem ter associação a quadros de depressão, abuso de substâncias, esquizofrenia e outros transtornos mentais. No entanto, a causa é complexa e diversa. Podem ocorrer casos sem que exista um transtorno prévio, tampouco ter um desses transtornos significa que a pessoa tentará suicídio. Apesar disso, reconhecer essa associação é um fator importante para a atuação dos profissionais de saúde.
Após uma pessoa tentar suicídio uma vez, ela nunca voltará a tentar novamente?
Não, uma tentativa prévia é fator de risco isolado para uma nova tentativa. Não significa que o risco existirá para sempre, mas, quem já tentou, apresenta maior risco de nova tentativa que a população geral.
As crianças não cometem suicídio porque não entendem que a morte é final e são incapazes de se empenhar num ato suicida?
As crianças podem cometer suicídio e, qualquer gesto, em qualquer idade, deve ser considerado muito seriamente. A letalidade do método deve ser levada em conta, de acordo com a idade. Mesmo que o método não seja potencialmente fatal, se a criança acredita que poderia morrer daquela forma, o risco deve ser avaliado.
O Sistema Único de Saúde (SUS) possui serviços para assistência de toda a população. O usuário deve procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima da sua casa, ou Centro de Atenção Psicossocial do seu município que possui profissionais de saúde qualificados para atender.
Os familiares que vivenciaram tal situação devem procurar apoio emocional nos serviços de saúde para que sejam acolhidos e recebam a assistência em saúde necessária.
• APS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos e Centros de Saúde);
• UPA 24H, SAMU 192, Pronto Socorro; Hospitais;
Procure a secretaria municipal de saúde de seu município para obter mais detalhes sobre os endereços e telefones dos serviços de saúde ofertados.
CENTRO DE VALORIZAÇÃO À VIDA – CVV
O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo de forma voluntária e gratuita todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mailou chat 24 horas todos os dias. A ligação para o CVV, em parceria com o SUS, por meio do número 188, é gratuita a partir de qualquer linha telefônica fixa ou celular. Também é possível acessar https://www.cvv.org.br/ para chat, Skype, e-mail e mais informações sobre ligação gratuita. Clique aqui e conheça os postos e horários de atendimento.
SERVIÇOS EM SAÚDE MENTAL
Pelos links listados abaixo, é possível encontrar o quantitativo de serviços por modalidade, além de mais informações sobre os estabelecimentos: