Na quinta-feira, 27 de abril, foi realizado em Governador Valadares o Workshop Regional de Hanseníase da macrorregião de Saúde Leste, que reuniu cerca de 130 pessoas entre referências técnicas municipais, coordenadores de epidemiologia e atenção primária, profissionais de medicina e enfermagem, e acadêmicos da região. O objetivo foi discutir o cuidado integral à pessoa com hanseníase e o trabalho em rede.
A macrorregião de Saúde Leste é considerada endêmica para hanseníase, o que torna a vigilância e a capacitação de profissionais uma prioridade para as autoridades de saúde. O workshop contou com a participação de representantes da Secretaria Municipal de Saúde de Governador Valadares, da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE), da Universidade Feder e da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Governador Valadares.
Durante o evento, os participantes trocaram experiências e informações sobre o cuidado da pessoa com hanseníase – e sua família – na rede de atenção, além de discutir estratégias para melhorar os indicadores de hanseníase da macrorregião de Saúde Leste. A expectativa é de que a ação ajude a qualificar a equipe de profissionais que trabalham com hanseníase na região e contribua para a implementação do Plano Municipal de Enfrentamento à Hanseníase em Governador Valadares.
Os organizadores destacaram a importância da vigilância constante na região endêmica e afirmaram que o aprendizado obtido no workshop deve fazer parte de uma rotina bem estabelecida. A expectativa é de que os municípios da macrorregião de Saúde Leste melhorem a capacidade de resposta à doença e facilitem a referência e contrarreferência dos casos.
“Como nossa região é endêmica, a vigilância precisa ser sistemática e constante. Este aprendizado deve fazer parte de uma rotina bem estabelecida”, diz Katiuscia Cardoso Rodrigues, médica sanitarista da Secretaria Municipal de Saúde de Governador Valadares. “Esperamos que os municípios de nossa macrorregião de Saúde qualifiquem sua capacidade de resposta, uma vez que essa atividade faz parte de um Plano Municipal de Enfrentamento à Hanseníase em Governador Valadares. Por sermos referência regional, o plano prevê ações neste âmbito”, completou Katiuscia.
Hanseníase
A hanseníase é uma doença infecciosa, crônica e contagiosa, que afeta principalmente a pele, as mucosas e os nervos periféricos, podendo causar danos irreversíveis e até mesmo exclusão social, se não tratada adequadamente. Minas Gerais apresentou números significativos da doença em 2020, sendo o décimo estado em número de casos no país. Só na macrorregião de Saúde Leste, foram diagnosticados aproximadamente 550 novos casos nos últimos cinco anos. Além disso, a hanseníase está associada às condições socioeconômicas e ambientais desfavoráveis, sendo que entre os anos de 2016 e 2020 foram diagnosticados mais de 155 mil casos novos no Brasil.
A transmissão da hanseníase ocorre quando uma pessoa infectada com a forma infectante da doença elimina o bacilo para o meio exterior, infectando outras pessoas suscetíveis. Essa eliminação ocorre principalmente pelas vias respiratórias superiores, através de tosse, espirro ou fala. É importante ressaltar que a hanseníase apresenta um longo período de incubação, que pode durar em média de dois a sete anos. Por isso, é fundamental que a população esteja atenta aos sinais e sintomas, e busque atendimento médico o mais cedo possível, para que o tratamento seja iniciado e a transmissão seja evitada.
Autor: Glenda H. Corteleti