O projeto de troca de experiências exitosas no enfrentamento da covid-19 no Triângulo do Norte foi idealizado pelas Unidades Regionais de Saúde de Uberlândia e Ituiutaba, e teve o apoio do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais da região (COSEMS-MG). Após um mês entre as inscrições, alinhamento das informações e formatação da apresentação, cinco projetos foram compartilhados com os técnicos municipais e regionais nesta terça-feira, (6/10), durante reuniões da Comissão Temática de Uberlândia e Ituiutaba.
O ponto em comum das experiências exitosas é que todas elas são intersetoriais, ou seja, além do envolvimento das equipes de saúde e outras entidades, não teria dado certo se não houvesse o engajamento da população, que muitas vezes foi viabilizado pela tecnologia e pelo uso de redes sociais.
A coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Araguari enfatizou o modelo criado para a articulação com os pontos de testagem para identificar principalmente os pacientes assintomáticos positivos. “Além da Vigilância em Saúde, o trabalho foi desencadeado junto com a Atenção Primária e a faculdade local para que esses pacientes façam o isolamento e sejam telemonitorados quanto aos sintomas e agravos”, disse Valéria dos Reis Rodrigues.
O município de Nova Ponte apresentou a criação de um sistema de informação que coleta todos os dados necessários do paciente. O banco de dados on-line é acessível nos pontos de atendimento do município e é capaz de gerar relatórios para monitoramento e tomada de decisão. “A experiência com o coronavírus nos fez pensar em criar plataforma semelhante para outros agravos, pois é um sistema que o próprio técnico de informática do município pode desenvolver”, destacou a coordenadora do Centro Covid-19, Thalita Freitas Martins.
Uma das consequências do isolamento social foi o agravamento do sedentarismo e o ganho de peso entre os escolares. Já trabalhando nesta temática antes da pandemia, a educadora física de Nova Ponte, Alessandra Valeriano, remodelou o projeto Cross Kids, no qual ela envia atividades físicas, dicas de alimentação e cuidados com a saúde mental de forma remota e monitora as crianças com o auxílio dos responsáveis. “Estamos retornando gradualmente os atendimentos presenciais de dois em dois alunos, mas continuamos no virtual para não interromper as atividades e cuidar da saúde dos inscritos no Cross Kids”, finalizou Alessandra.
Com relação à mobilização social e papel desempenhado pelos agentes comunitários de Saúde, o município de Capinópolis, que tem 100% de cobertura de Atenção Primária, apresentou dois projetos que utilizam da territorialização como estratégia para que uma comunicação qualificada chegue até a população. “Nosso comitê intermunicipal é atuante e temos muitos parceiros. Trabalhamos também com educação permanente das equipes de saúde e contamos com canais de apoio como a rádio local e redes sociais para articular as ações. Um exemplo desta integração é que ampliamos o número de participantes do projeto de tabagismo, um dos fatores de agravamento dos casos da covid-19”, pontuou Celismar Vieira de Lima, coordenador da Atenção Primária.
O superintendente regional de saúde de Uberlândia, Marcelo José Pires Ferreira, destaca a necessidade de ouvir os municípios e que o trabalho desenvolvido em um território serve de exemplo para outras equipes, o que impacta diretamente em toda a população do Triângulo do Norte. “Tivemos um retorno positivo das pessoas que participaram das reuniões. Vamos fazer as adaptações necessárias do projeto para continuarmos as próximas etapas desta troca de experiências exitosas”, disse o superintendente.
Clique aqui e acesse a apresentação dos projetos.