A Campanha de Vacinação contra Raiva Animal de 2023 será no período entre 1 de agosto a 30 de setembro, em Minas Gerais. Para orientar os 50 municípios da área de abrangência da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Varginha, foi realizada na quinta-feira, 20 de julho, uma reunião no auditório do Centro Administrativo do Sul de Minas. Foram convidados médicos veterinários, coordenadores de vigilância ambiental e referências técnicas de raiva animal e humana, que atuam nessas localidades.
Para o coordenador de Vigilância Epidemiológica da SRS Varginha, Anderson José Pessi Corrêa, “a vacinação contra a raiva animal sempre gera expectativa nos municípios, por se tratar de uma grande campanha nacional. Este alinhamento é muito importante para orientá-los e sanar as dúvidas pertinentes às aplicações e logística da campanha. O auditório cheio demonstra o interesse e empenho dos municípios. Esperamos que todos consigam atingir a meta de pelo menos 80% dos animais vacinados, que é preconizada pelo Ministério da Saúde”, disse Anderson.
A referência técnica dos programas de vigilância, controle e profilaxia de zoonoses da SRS Varginha, Yasmim Gonçalves Lacerda, reforça que “é essencial vacinar o maior número de cães e gatos no período de 45 dias. Esse prazo é importante para interromper o ciclo de transmissão do vírus rábico”, disse Yasmim. Segundo ela, devem ser vacinados todos os animais acima de 3 meses e não há contraindicações para animais gestantes e lactantes. “Recomenda-se que os animais que estejam em tratamento de saúde ou doentes sejam vacinados após a melhora dos sintomas”, disse a referência, que também é médica veterinária.
Os primeiros lotes da vacina contra raiva animal serão retirados pelos municípios na rede de frio da SRS Varginha nos dias 25 e 26 de julho, seguindo cronograma repassado a eles.
Os municípios têm autonomia na organização da data de início da campanha e nos locais onde serão feitas as aplicações, observando questões como facilidade de acesso para a população e segurança dos animais. A maioria dos municípios tende a iniciar a campanha pela zona rural e posteriormente seguir para a área urbana, realizando ações de vacinação coletiva em locais públicos ou casa a casa.
Na reunião foram destacados também os cuidados que garantam a segurança de aplicadores, tutores e animais. Yasmim abordou os conceitos de bem-estar animal. “Paciência é essencial! É preciso fazer a contenção dos animais de forma adequada, com a ajuda dos tutores quando possível. No caso dos cães, fazer o uso da guia e focinheira quando necessário, mantendo a cabeça dele segura e abordando o animal por trás para aplicar a vacina. No caso dos gatos é recomendado o uso de sacos ou que eles tenham as patas apoiadas em árvore ou poste. Quando se trata de um animal de pelo longo, reforçar a higienização com álcool na área da aplicação e ter sempre os cuidados necessários no descarte da agulha e seringa, evitando acidentes”, finaliza Yasmim.
Raiva
Conforme dados de pesquisas apresentados aos municípios, o vírus da raiva é responsável por cerca de 60 mil mortes humanas anualmente no mundo. Todos os mamíferos são suscetíveis a contágio e o prognóstico é fatal na grande maioria dos casos.
De 1983 até 2019 houve uma redução de 98% dos casos de raiva humana transmitida por cães na região das Américas, caindo de 300 para 3. Essa redução é atribuída às medidas de vigilância epidemiológica, entre elas a vacinação ampla de cães e gatos domésticos.
Autor: Thayane Viana