SRS Divinópolis realiza capacitação sobre a vigilância epidemiológica e o manejo clínico da leptospirose

Na segunda-feira, 24/11, o Núcleo de Vigilância Epidemiológica (Nuvepi) da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Divinópolis, em parceria com a  Força Estadual do SUS, promoveu, no auditório da unidade, uma capacitação para médicos e coordenadores de vigilância epidemiológica dos 53 municípios que compõem a macrorregião de Saúde Oeste. O objetivo dessa capacitação foi apoiar os municípios na qualificação dos processos de vigilância e manejo clínico da leptospirose, principalmente durante o período chuvoso.

A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela bactéria do gênero Leptospira, que é transmitida ao homem principalmente pelo contato com a  urina de animais infectados, como ratos. Esses animais  possuem a leptospira nos rins, e a eliminam viva no meio ambiente, contaminando água, solo e alimentos. É uma doença considerada grave, que apresenta altas taxas de letalidade. Porém, a maioria dos casos não são identificados e notificados. 

Segundo Renata Fiúza Damasceno, referência técnica das Doenças Febris Hemorrágicas do Nuvepi da SRS Divinópolis, no período de janeiro de 2022 a outubro de 2025, foram notificados 157 casos suspeitos de leptospirose na macrorregião de Saúde Oeste, sendo que foram confirmados 22 casos e dois óbitos pela doença neste período. “A leptospirose é uma doença endêmica no Brasil, mas que se torna epidêmica em períodos chuvosos devido às enchentes associadas à aglomeração populacional de baixa renda, às condições inadequadas de saneamento e à alta infestação de roedores infectados”, disse. “Assim, para redução dos casos e óbitos pela doença, precisamos preparar os municípios para intensificação da vigilância de casos, da realização de medidas de proteção e controle, e do manejo clínico adequado da doença durante o período chuvoso”, destacou a referência.

Segundo Renata, o tratamento da doença é realizado por meio de antibióticos distribuídos gratuitamente pelo SUS, sendo que o mesmo deve ser iniciado imediatamente após a suspeita clínica, não precisando confirmar o diagnóstico da doença por meio de exames laboratoriais para início do tratamento.

O médico da Força Estadual do SUS, Fagner Lúcio de Toledo, ressaltou que a leptospirose é uma doença de difícil suspeição, pois seus sinais e sintomas iniciais são semelhantes a de outras doenças febris agudas. Segundo ele, a leptospirose costuma ser diagnosticada como uma “síndrome gripal”, “virose” ou outras doenças que ocorrem na mesma época, como dengue ou influenza. Ele alertou aos médicos presentes na capacitação quanto à necessidade de investigar antecedentes epidemiológicos e a presença de alguns sinais e sintomas característicos da doença em todo indivíduo que for atendido com a queixa de febre, cefaléia e mialgia. 

Ainda de acordo com Fagner, o tratamento da Leptospirose, por meio de antibiótico, deve ser iniciado em qualquer momento da doença. Porém, os melhores desfechos ocorrem quando o tratamento é realizado na fase inicial. Ele também recomendou, fortemente, que os exames específicos para diagnóstico da doença sejam solicitados pelos médicos, ainda que os resultados desses exames não sejam necessários para início do tratamento. Para Fagner, cabe aos profissionais médicos contribuírem para o fortalecimento da vigilância dessa doença nos territórios por meio da notificação dos casos suspeitos e da solicitação de exames específicos.

Texto: Willian Pacheco

Fotos: Willian Pacheco

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