A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, por meio da Gerência Regional de Saúde de Pedra Azul, realizou nos dias 25 e 26 de fevereiro, nas cidades de Jequitinhonha e Almenara, respectivamente, uma capacitação sobre manejo clínico de pacientes com leishmaniose visceral para profissionais médicos. O evento teve como público alvo os médicos que trabalham na Atenção Primária à Saúde e nos hospitais São Miguel de Jequitinhonha e Deraldo Guimarães de Almenara.
A referência médica de Agravos de Interesse da Vigilância Epidemiológica da GRS Pedra Azul, Olívia Helena Veiga, disse que o principal objetivo do curso é preparar os profissionais médicos para o diagnóstico e o tratamento da doença que é causada por um parasito chamado leishmania, que na área urbana tem os cães como principal reservatório.
A Referência Técnica de Leishmaniose da GRS Pedra Azul, Cintia Duarte, explicou que a ação visa reduzir o número de casos nos municípios. “A estratégia ocorreu devido ao aumento do número de casos de leshmaniose visceral na região para que aja uma conscientização e discussão acerca da situação, visando uma melhor abordagem clínica dos pacientes e evitando ocorrência de óbitos”. Segundo dados do núcleo de epidemiologia da GRS Pedra Azul, no período de 2012 e 2013, o município de Almenara registrou 8 e 18 casos da doença, com duas mortes. Já o município de Jequitinhonha notificou 3 e 5 casos, sendo que uma pessoa morreu em decorrência da leishmaniose visceral.
O Secretário Municipal de Saúde de Jequitinhonha, Haroldo Ferreira, acredita que o curso possibilitará aos médicos estarem preparados para ajudar a reduzir os óbitos por meio de diagnóstico e tratamento precoce. “Estamos também intensificando os trabalhos de rotina que é composto por manejo ambiental, com visitação nos quintais das residências, para detecção de situações de risco, atividades educativas e orientações sobre os cuidados com os animais para redução do número de casos em nossa cidade”.
A doença
Leishmaniose visceral, ou calazar, é uma doença transmitida pelo mosquito-palha ou birigui (Lutzomyia longipalpis) que, ao picar, introduz na circulação do hospedeiro o protozoário Leishmania chagasi. A doença não é contagiosa nem se transmite diretamente de uma pessoa para outra, nem de um animal para outro, nem dos animais para as pessoas. A transmissão do parasita ocorre apenas através da picada do mosquito fêmea infectado.
Os principais sintomas da leishmaniose visceral são febre intermitente com semanas de duração, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento, anemia, palidez, aumento do baço e do fígado, comprometimento da medula óssea, problemas respiratórios, diarreia, sangramentos na boca e nos intestinos. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações que podem pôr em risco à vida do paciente.
Autor: Allan Campos