Seminário aborda Síndrome Congênita associada ao Zika Vírus em Minas

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Estudantes e profissionais da área de saúde participaram, na tarde dessa sexta-feira (25/08), na Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais, do Seminário “Síndrome Congênita associada à infecção pelo vírus Zika: resposta brasileira e mineira à Emergência de Saúde Pública em 2015 e 2016, situação atual e perspectivas”. Clique aqui e confira a nossa galeria de fotos.

O evento, que contou com a participação da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e da Fundação Oswaldo Cruz da Bahia (Fiocruz), buscou apresentar os aspectos epidemiológicos da infecção pelo vírus Zika e suas consequências no âmbito da situação de emergência e na rotina do Sistema Único de Saúde (SUS).

A síndrome congênita está relacionada às doenças transmissíveis que, caso ocorram durante a gestação, podem ser transmitidas para o feto. Até 2015, as doenças consideradas como causa das infecções intrauterinas eram a sífilis, a toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e herpes. A partir do surto de Zika registrado na região nordeste do país e das discussões e ocorrências dos casos de microcefaliaem seguida, foi incluído a investigação também pelo Zika vírus.

Segundo o Pesquisador do Centro de Integração de Dados e Conhecimento para a Saúde – Fiocruz da Bahia, Wanderson Kleber de Oliveira, o Brasil foi protagonista na resposta à epidemia de Zika e as consequências da infecção pelo vírus, que é a Síndrome Congênita.

“As ações integradas que ocorreram durante a emergência do vírus no país e todas as discussões que permearam o assunto, permitiram estudos e conhecimentos. Além de instituir um sistema de notificação e investigação específico para infecções pré-natais e microcefalia fetal e neonatal relacionada ao Zika, com o desenvolvimento de estratégias de intervenção, controle e prevenção, houve também o envolvimento de todas as áreas esferas governamentais, de comunicação, da área social,da saúde, com médicos das diversas áreas, durante os processos de investigação da Síndrome Congênita associada a infecção pelo vírus, no período de 2015 e 2016”, destacou o pesquisador da Fiocruz.

Ainda segundo Oliveira, é preciso pesquisar mais e aumentar o conhecimento sobre a clínica da doença. “O Zika apresenta quadros leves, podendo ter casos moderados (como síndromes neurológicas e congênitas) e casos mais graves com evolução para o óbito. Já avançamos muito, mas é preciso conhecer mais o vírus e as doenças que estão relacionadas com sua infecção”.

Para o subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde da SES-MG, Rodrigo Fabiano do Carmo Said, é um marco fundamental relacionar a qualidade na resposta da emergência de saúde pública ao fato da adoção de medidas operacionais para a avaliação diferenciada da circunferência do perímetro encefálico em relação as medidas existentes como referência, justamente para criar maior sensibilidade do sistema nesse processo, tendo uma captação maior de situações e de casos e, com isso, ter a possibilidade de fazer uma investigação mais aprofundada, além da criação de um manual único com ações integradas entre a vigilância e atenção, com um novo enfoque sobre esse aprendizado coletado durante essa vivência.

‘’A partir do momento que estamos aprimorando a vigilância de infecções congênitas, procuramos requalificar as nossas políticas públicas, como a vigilância de sífilis e sua associação com as infecções congênitas, o monitoramento em relação a essas infecções durante o acompanhamento do pré-natal, focando na vigilância do parto, do pós-parto e na puericultura (até a criança alcançar a idade de três anos), tendo em vista algumas complicações neurológicas, principalmente as associadas ao Zika vírus, mesmo em crianças que não foram detectadas durante o pré-natal ou no momento do parto com algum marcador clínico importante’’.

Além dessas medidas, o subsecretário acrescenta que as ações de prevenção e de vigilância do vírus Zika são permanentes no estado. “Em Minas Gerais, a vigilância é constante. Temos uma coordenação de doenças transmitidas pelo Aedes,em que as atividades são desenvolvidas de forma diferenciada, em cada época do ano. Há um plano de contingência, que é atualizado anualmente e tem por objetivo intensificar as atividades que são desenvolvidas nos períodos de maior sazonalidade, onde é registrado os maiores números de casos. Fazemos o acompanhamento semanal de todo quadro epidemiológico no nosso estado, publicamos o boletim com informações e dados em nosso site, reforçamos as atividades em todos os 853 municípios, realizamos ações de capacitação e formação dos profissionais das 28 Regionais de Saúde”, ressaltou.

Ainda segundo Said, nos períodos sazonais, de maior circulação do vírus, essas ações são intensificadas. Ele ressalta que a prevenção não é só por parte do poder público, mas de uma parceria com a população. ‘’90% dos criadouros são intradomiciliares, ou seja, estão dentro dos domicílios. O envolvimento da população é fundamental nesse processo”, finalizou.

Cenário da Zika em Minas

Em 2017, de janeiro até o momento, foram notificados 764 casos prováveis de Zika em Minas. Desse total, 121 casos foram em gestantes. Em 2016 foram 14.086 casos prováveis notificados da doença no Estado. Para saber mais informações sobre Zika Vírus, clique aqui.

 

Autor: Míria César

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