Tendo a mobilização social como a principal ferramenta de prevenção da dengue, a SES desenvolveu várias ações no município com a finalidade de integrar todos os segmentos da sociedade para agir, sistematicamente, de forma a impedir a formação de focos do mosquito transmissor, o Aedes aegypti.
Com isso, a SES busca demonstrar que as representações intersetoriais do município, quando organizadas, têm a capacidade de se articular, determinar e viabilizar o quê e como fazer, de acordo com a realidade local, para impedir o avanço da doença.
Segundo a diretora em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Unaí (SMS), Cássia Ulhôa, a presença da SES no município traz uma ajuda sem tamanho para a cidade, no sentido de exaltar o compartilhamento da responsabilidade sobre a prevenção da dengue entre os três setores da sociedade. Levando-se em consideração que 90% dos focos de dengue estão dentro das residências e que, ao longo dos últimos anos, o poder público vem investindo muito recurso financeiro para o controle da doença, ela não será contida se não houver a participação popular.
“Se a conscientização de cada pessoa não acontecer, nosso mundo vai virar um lixão”, disse a diretora.
Dengômetro e Dengue Móvel
Além dos agentes de endemias que vistoriaram todos os bairros de Unaí, fazem parte da FT da SES a equipe de mobilização social – que articula a intersetorialidade e incentiva a participação popular, o Dengômetro – espaço de convivência onde se disponibiliza, para a população, material gráfico e informações sobre os cuidados com a dengue – e o Dengue Móvel – caminhão que percorre os bairros trocando material descartável, como latinhas, garrafas plásticas e pneus, principais vilões dos focos de dengue, por material escolar.
Instalados na Praça da Feirinha, no bairro Novo Horizonte, os estandes para abrigar o Dengômetro e as atividades culturais e recreativas denominadas “Minha Cidade Sem Dengue” chamaram a atenção das pessoas que levaram muitos inservíveis para a realização das trocas.
Estudantes da Escola Estadual Maria Assunes Gonçalves, os alunos Arthur Rodrigues Costa e Maycon Silva, ambos com 12 anos, juntos, recolheram pets e pneus e terminaram levando para casa 100 cadernos e 30 borrachas, em três etapas de trocas. “Vou dividir com nossos irmãos e primos. Vou levar para a aula hoje e os meus colegas vão vir aqui amanhã para trocar também”, apostou Maycon.
Demonstrando já ter internalizados os alertas e cuidados com a dengue, Arthur exibiu a pilha dos cadernos recebidos e reafirmou a relevância da troca: o mais importante é que a capa do caderno vai nos lembrar, todo dia, que temos que combater a dengue”.
Residente no bairro Politécnica, a babá, Rosa Aparecida Castro, 37 anos, já atua como mobilizadora social, há algum tempo. Ao tomar conhecimento das ações da SES em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde nas proximidades da sua moradia, no bairro Novo Horizonte, a babá reuniu as crianças da comunidade, divulgou a informação, reuniram bastante descartáveis e trocaram no Dengue Móvel. “São mais de 60 cadernos e 20 borrachas. É material para mais de um ano. Lembrete para os alunos e economia para os pais”, contabilizou.
Ainda no estande da SES junto com o Dengômetro, diversas participações no evento “Minha Cidade Sem Dengue” reuniram moradores de todas as idades, principalmente crianças dos bairros Canaã e Novo Horizonte.
Disseminando informação de maneira lúdica, a peça teatral “Dona Filisbina e o Combate À Dengue” foi encenada pelo grupo de teatro “Saúde e Arte”, formado por voluntários do Programa de Saúde da Família (PSF) da SMS.
Agente comunitária de Saúde (ACS), a intérprete da personagem Dona Filisbina, Elenita Caixeta, 36 anos, se declara recompensada, ao passar pelas ruas e ver que sua personagem se tornou um símbolo da causa. “As crianças não esquecem que me viram envolvida com o problema da dengue”, comentou.
Também integrante do elenco, a ACS Eliana Alves, compara seu trabalho diário com a encenação do teatro. “A gente visita as casas e as pessoas não guardam o que recomendamos.
Com as crianças é diferente; elas identificam com o que já ouviram na escola e se tornam nossas aliadas”, Apontou.
Autor: Ana Rita Fernandes