Promovido pela SRS Diamantina, o evento reuniu gestores e profissionais de saúde para discutir estratégias de prevenção, assistência e vigilância contra o Aedes aegypti
A Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Diamantina promoveu, nos dias 23 e 24/9, o Seminário Macrorregional de Arboviroses, que reuniu gestores, médicos, enfermeiros e referências técnicas dos 31 municípios da macrorregião de Saúde Jequitinhonha. Realizado no auditório JK da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), o encontro teve como objetivo fortalecer a preparação dos profissionais de saúde para o período de maior risco de transmissão das doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti, entre elas dengue, zika e chikungunya.
No primeiro dia, os participantes tiveram acesso ao cenário epidemiológico atualizado e às principais mudanças no Plano de Contingência Estadual (PEC-Arbo). Foram apresentados os novos painéis digitais de monitoramento em tempo real, que permitem acompanhar de forma contínua os indicadores e metas municipais. Também foram reforçados os fluxos de notificação, investigação de casos e óbitos.
“Os painéis digitais vão fortalecer a resposta dos municípios, permitindo decisões mais ágeis e baseadas em evidências”, ressaltou Sandra Elisa Barbosa da Silva, referência técnica da Coordenação Estadual de Vigilância das Arboviroses (CEVARB).
Outra novidade foi a apresentação do fluxo descentralizado para aquisição de medicamentos, que pretende agilizar o acesso aos insumos necessários para o tratamento das arboviroses. A nova política estadual de aplicação do Ultra Baixo Volume (UBV), popularmente conhecido como “fumacê”, também foi detalhada.
“Acreditamos que a parceria com os consórcios intermunicipais vai ampliar a cobertura do UBV em todo o estado. No caso da nossa região, o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Microrregião do Jequitinhonha (CISMEJE) será o responsável pela aplicação do inseticida, conforme as orientações do Comitê Regional de Arboviroses da SRS Diamantina”, salientou Kesley de Jesus Duarte, referência técnica das Arboviroses da SRS Diamantina.
Experiências exitosas também ganharam destaque no evento. O médico Henrique Marski, do município de Itamarandiba, apresentou uma planilha automatizada que agiliza o atendimento na atenção primária, facilitando prescrições e a notificação de casos suspeitos de arboviroses. Já o farmacêutico Thyago José Silva, do Laboratório Escola de Análises Clínicas (LEAC/UFVJM), apresentou avanços no diagnóstico laboratorial, com a identificação e classificação precoce dos vírus circulantes.
O segundo dia foi dedicado às discussões clínicas com médicos e enfermeiros, conduzidas pelo médico infectologista Frederico Toledo Rocha e pela enfermeira Priscilla Pimenta de Oliveira, integrantes da Força Estadual do SUS (FESUS-MG). A metodologia enfatizou a identificação precoce de sinais de alarme, a classificação de risco e o manejo adequado de casos graves, medidas essenciais para evitar óbitos.
Além dos aspectos técnicos, a programação incluiu apresentações sobre mobilização social, intensificação da vacinação contra febre amarela e orientações sobre os incentivos financeiros do Estado.
“Nos últimos anos, a Secretaria de Estado de Saúde tem investido recursos significativos para apoiar os municípios, com repasses que fortalecem as ações locais de combate às arboviroses”, ressaltou Carolina Di Pietro Carvalho, coordenadora do NUVEPI/SRS Diamantina.
Todo o material técnico apresentado está disponível para consulta no portal da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.
Por: Ricardo Maciel
Foto: Ricardo Maciel