O Secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Carlos Eduardo Amaral, apresentou hoje (04.05) em coletiva virtual o cenário epidemiológico da Covid-19 no estado e enfatizou a importância das medidas de isolamento para adiar o pico da doença e impedir o esgotamento dos sistemas de saúde no estado. “Percebemos uma tendência de diminuição do isolamento no estado. Minas conseguiu até o momento manter a curva de transmissão dentro do aceitável, graças a um trabalho coordenado do estado e a adesão da população. Por isso, é importante que os munícipios que decidirem aderir ao programa Minas Consciente repassem para o estado sua intenção para que possamos coordenar conjuntamente as ações de forma a manter os bons resultados de saúde que alcançamos até o momento”, alertou Carlos Eduardo.
Analisando os dados do boletim epidemiológico do coronavírus, o secretário apontou que até o momento foram 2.347 casos confirmados, destes, 90 foram a óbitos. O estado tem hoje 86 óbitos em investigação e 466 óbitos descartados. Segundo o secretário, os dados permitem fazer uma avaliação consistente do cenário epidemiológico e sinalizam sobre o comportamento e a taxa de transmissão da doença.
“Mesmo não realizando exames em 100% dos casos notificados, a SES possui mecanismos de controle capazes de avaliar o real cenário da doença. Um destes mecanismos é o acompanhamento diário das notificações de casos. Cada pessoa notificada por síndrome gripal, mesmo sem diagnóstico laboratorial, permite aos técnicos inferir no que está acontecendo. As notificações são marcadores sensíveis do que acontece”, explicou.
O secretário afirmou, ainda, que outro mecanismo que permitem avaliar o cenário da doença são as notificações de óbitos. “Uma vez que a notificação de qualquer óbito é compulsória, é possível compreender a evolução da doença. Hoje temos 90 óbitos confirmados e 86 em investigação, ou seja, mesmo se tivéssemos todos esses óbitos em investigação confirmados, não chegaríamos a 200. Isto demonstra o padrão de comportamento da Covid-19 no estado e sinaliza para onde estamos indo”, afirmou.
Interiorização
Conforme o secretário, era de se esperar uma interiorização da doença em Minas Gerais, uma vez que existe certo grau de circulação de pessoas dentro do estado. Por isso, Carlos Eduardo enfatiza as ações regionalizadas realizadas pela SES para evitar que o pico ocorra ao mesmo tempo em diversas cidades do estado. “Pensando nesta interiorização da doença, a SES criou os comitês regionalizados, que avaliam quais as melhores medidas a serem tomadas por região de saúde. O que gostaríamos é que o pico da doença acontecesse em tempos diferentes em cada região, facilitando os cuidados e a estruturação da saúde, e esta parece ser a tendência dentro do estado”, avaliou o secretário.
Isolamento
O secretário adjunto de Estado de Saúde, Marcelo Cabral, destacou mais uma vez que os protocolos do programa Minas Consciente tem por função realizar um retorno às atividades que estão paralisadas de maneira coordenada e segura. Segundo ele, é importante manter as medidas de segurança em qualquer circunstância e não se trata de uma interferência nos municípios.
“Os estudos da SES são feitos por meio de dados, exames, planos regionais e com diálogo constante com municípios e entidades de controle como o Ministério Público. Os protocolos do estado são para estabelecer direções, possibilitando que os municípios tomem iniciativas de acordo com suas particularidades locais e respeitando suas competências legais. O estado segue monitorando e preparando a estrutura, porém uma interferência mais direta nos municípios não nos cabe. São os munícipios que devem tomar as decisões e as medidas sobre os seus serviços locais”, explicou Marcelo Cabral.
Autor: Juliana Gutierrez