Saúde Estadual está preparada para a Copa das Confederações

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Na próxima segunda-feira (17/06), às 16 horas, o Mineirão será palco do confronto entre as seleções do Taiti e Nigéria pela Copa das Confederações. Se depender da saúde, a festa está garantida. Segundo Welfane Cordeiro, consultor da SES para assuntos de Copa do Mundo e de grandes eventos, as autoridades e o sistema de saúde precisam estar preparados para responder com agilidade e organização, às situações de crises sanitárias, desastres e catástrofes.

Por isso, há três anos a Secretaria de Estado da Saúde firmou uma parceria com o SAMU de Paris e com a Associação dos Hospitais de Paris com o objeto de construir conhecimento na área de saúde para sediar eventos como a Copa das Confederações. “Minas se adiantou. Buscou estruturar sua rede de atenção à saúde por meio da melhoria das estruturas, capacitação dos profissionais, estruturação dos hospitais da Região Metropolitana de Belo Horizonte e do Estado de Minas Gerais, preparação do SAMU e aquisições de equipamentos. A parceria com França, que sediou a Copa do Mundo de 1998, nos auxiliou nessa tarefa”, disse Welfane.

Além disso, foram realizados simulados de catástrofes e capacitações. Os simulados tiveram como objetivo preparar os hospitais João XXIII, Eduardo de Menezes, Risoleta T. Neves e Odilon Behrens para situações de Urgência e Emergência durante a Copa das Confederações. Além dos hospitais, o Samu, Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, Polícia Civil, BHTrans, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Guarda Municipal também foram envolvidos no processo.

Os quatro hospitais serão referência no atendimento de múltiplas vítimas durante o evento. Por isso, foram criados Planos de Catástrofe. Os planos de ação foram elaborados por médicos consultores de Portugal e preveem a melhoria das estruturas da saúde para responder às situações de crises sanitárias, catástrofe e gestão de eventos de massa que irão acontecer em 2013, 2014 e 2016.

Evento teste

Segundo Welfane Cordeiro, o grande mérito dos preparativos é que os profissionais terão capacidade para atuem permanentemente, pois os conhecimentos adquiridos por eles permanecerão e esses mesmo conhecimentos poderão ser colocados em prática a qualquer momento.
“A Copa das Confederações é um evento muito importante para Minas. Preparamos uma estrutura consistente e eficaz que será adequada também para a Copa do Mundo em 2014”, disse.

A estrutura dos planos nos hospitais da Rede Fhemig

O processo de preparação dos planos dos Hospitais João XXIII e Eduardo de Menezes (HEM), da rede Fhemig, teve início em 2011. No caso específico do HEM, o plano destina-se ao atendimento de epidemias e acidentes biológicos com múltiplas vítimas, dado à característica do hospital que é referência estadual na assistência aos casos de epidemias, doenças infectocontagiosas e dermatologia sanitária.

Outro aspecto relevante para a sua escolha foi a experiência exitosa do hospital durante a pandemia de Influenza A (H1N1) em 2009. Paralelamente a isso, existe, ainda, um segundo plano para a atuação do HEM como retaguarda do João XXIII, do Odilon Behrens e do Risoleta Neves no atendimento a múltiplas vítimas de trauma.

Já o plano para o atendimento às epidemias e acidentes biológicos será acionado na Copa do Mundo, porque Ambulatório de Urgência em Doenças Infecciosas está em construção no Eduardo de Menezes. Assim, o hospital vai funcionar, agora, como retaguarda e irá disponibilizar leitos de terapia intensiva durante a Copa das Confederações. As vítimas serão atendidas primeiramente nos três outros hospitais de Belo Horizonte que compõem a Rede de Assistência em Situações de Catástrofes e Desastres durante a realização da Copa do Mundo de Futebol de 2014 nas 12 cidades-sede e, ou seja, em Belo Horizonte, o João XXIII, o Odilon Behrens e o Risoleta Neves.

Planejamento estratégico

Segundo Tarcísio Versiani, diretor de emergências do João XXIII, o grande objetivo do plano é “aumentar, por meio de um planejamento estratégico factível e fácil, a área física do hospital, para consequentemente, expandir a capacidade habitual de atendimento aos pacientes”. Versiani salienta que, segundo a literatura médica, um plano de catástrofes deve ser elaborado para atender até 20% acima do limite do hospital. No caso do João XXIII, que possui 400 leitos, seria possível atender simultaneamente 80 pacientes. Já no Eduardo de Menezes, a capacidade é para 30 vítimas, uma vez que o hospital possui 150 leitos.

Em todos os hospitais que vão atender multivítimas, o projeto tem o objetivo de garantir recursos humanos e materiais extras no caso de uma ocorrência de grandes dimensões, considerando que a Copa das Confederações e a Copa do Mundo irão reunir multidões. “Como o João XXIII é o maior pronto-socorro do estado, logicamente, ele abrange um maior número de pacientes”, afirma Versiani. O médico ressalta ainda que o Pronto Socorro pretende utilizar o Plano de Atendimento a Desastres e Catástrofes como ferramenta permanente.

De acordo com o gerente assistencial do HEM, o médico Marcelo Oliveira, o processo de preparação para a Copa do Mundo deixará muitos ensinamentos. “Estamos nos preparando e nos equipando para atuar nas catástrofes, epidemias e mesmo acidentes que podem ocorrer dentro do próprio hospital. Estes fatos podem acontecer em qualquer ocasião e devemos estar preparados para acionar os nossos planos de atendimento à multivítimas”, reitera.

Multidimensões

Se for levado em conta o fato de que, pelas estimativas do Ministério do Turismo, são aguardados no país um contingente de 600 mil turistas estrangeiros, além de outros três milhões de brasileiros que irão se deslocar entre as 12 cidades-sede e que, somente em Belo Horizonte, são esperados 200 mil estrangeiros e 430 mil brasileiros, a adequada preparação logística é vital para garantir a segurança de todos que irão participar do evento. Nesse contexto, os serviços de saúde passam a desempenhar um papel ainda mais estratégico, uma vez que terão um novo perfil de possíveis pacientes, tanto em termos quantitativos, quanto qualitativos em razão da variabilidade do perfil epidemiológico dos turistas.

Autor: Jornalismo SES e Jornalismo Fhemig

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