O Centro Mais Vida, administrado pelo Hospital Universitário Clemente de Faria, sediado em Montes Claros, pretende realizar, no período de um ano, 41.312 procedimentos, entre consultas médicas e multiprofissionais, exames laboratoriais, de densitometria óssea e tomografias computadorizadas de crânio, além de 1.500 teleconsultorias. Para os serviços de saúde, o Centro receberá incentivo financeiro de custeio superior a R$ 2,9 milhões a ser repassado pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). A iniciativa está prevista na Resolução 10.792, publicada no dia 4/12, contemplando, além de Montes Claros, as Unidades de Atenção Especializada (UAE) Mais Vida, sediadas em Belo Horizonte e Juiz de Fora.
Alfredo Prates Neto, referência técnica da Coordenação de Redes de Atenção à Saúde na Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros, explicou que o Centro Mais Vida é um ambulatório especializado no atendimento a idosos frágeis e semi-frágeis, residentes em 86 municípios que compõem a macrorregião de saúde do Norte de Minas. “Por meio de encaminhamento de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), realizado pelos serviços municipais de Atenção Primária à Saúde (APS), o Centro oferece serviços em diversas áreas médicas, entre eles fisioterapia, fonoaudiologia, nutrição, psicologia e terapia ocupacional”.
Os recursos destinados aos Centros Mais Vida serão repassados pela SES-MG, em parcelas quadrimestrais, aos fundos municipais de saúde das localidades sede dos serviços. Por esse motivo, o município deverá assegurar o atendimento aos idosos da área de abrangência do Centro Mais Vida, considerando as necessidades de saúde da região, a capacidade instalada do serviço e os critérios de classificação de risco que orientam o acesso especializado na linha prioritária do idoso frágil.
O projeto de saúde estadual prevê que os centros de atendimento a idosos devem possuir equipe multidisciplinar mínima composta por profissionais das áreas de geriatria, enfermagem, assistência social, psicologia, nutrição, farmácia, fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia.
Para recebimento dos recursos do cofinanciamento estadual, além dos procedimentos realizados (consultas e exames) apurados quadrimestralmente por meio do Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA/SUS), os Centros Mais Vida também deverão prestar teleconsultoria aos serviços municipais de Atenção Primária à Saúde. Cada serviço receberá R$ 35,00 (trinta e cinco reais) por teleconsultoria prestada, trabalho este que será monitorado pela SES-MG por meio dos sistemas dos núcleos de telessaúde, em conjunto com o monitoramento estadual da Estratégia TeleMaisSaúde MG.
O monitoramento dos serviços prestados pelos Centros Mais Vida também levará em conta o percentual de ações de capacitação presenciais ou online realizadas junto às equipes de atenção primária dos municípios da macrorregião, voltadas à qualificação dos atendimentos e ao matriciamento. Esse trabalho compreende a organização do cuidado aos idosos, com equipes especializadas dando apoio técnico-pedagógico para equipes da atenção básica a fim de criar planos de tratamento compartilhados. No caso do Centro Mais Vida, sediado em Montes Claros, a Resolução 10.792 prevê a realização de, no mínimo, cinco capacitações por quadrimestre.
Alfredo Prates, referência técnica da Coordenação de Redes de Atenção à Saúde SRS Montes Claro observou que “o Projeto de Saúde Unidade de Atenção Especializada Mais Vida também prevê a quantidade de ações de educação popular em saúde realizadas pelos serviços ambulatoriais, com foco na promoção do autocuidado dos usuários; fortalecimento do vínculo e integração com os serviços ambulatoriais e à rede de atenção à saúde, com a disseminação de práticas de cuidado centradas na cultura local”.
Segundo ele, as ações podem incluir a realização de rodas de conversa; oficinas; grupos terapêuticos e outras atividades de caráter educativo e participativo envolvendo os pacientes em acompanhamento e seus cuidadores.
Pedro Ricardo / Foto Pedro Ricardo
