A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) investirá no ano de 2023 aproximadamente R$188 milhões em cerca de 264 instituições Hospitalares de Minas como forma de apoiar os municípios prestadores SUS na execução dos procedimentos cirúrgicos eletivos hospitalares, procedimentos que podem ser agendados, como oftalmologia, ortopedia, cirurgia geral, ginecologia entre outros. Desde a criação do programa Opera Mais Minas, o Governo de Minas, por meio da SES-MG, destinou às instituições em torno de R$247 milhões pelo programa.
Segundo dados do DataSUS (extraídos em 31/03), em 2019, um ano antes da pandemia de COVID-19, a macrorregião de Saúde Oeste realizou mais de 12 mil cirurgias eletivas. Nos anos de 2020 e 2021, a localidade realizou pouco mais de 6 mil e 7 mil cirurgias, respectivamente.
Já em 2022, primeiro ano do programa Opera Mais, foram mais de 17 mil cirurgias eletivas realizadas na área, sendo mais de 14 mil realizadas pelo programa estadual de incentivo aos hospitais. Durante o ano de 2022, as cirurgias eletivas mais realizadas em Minas Gerais pelo Opera Mais, foram as hernioplastias (retirada de hérnias), somando 26.566 procedimentos, e as colecistectomias (retirada da vesícula, com e sem videolaparoscopia), que totalizaram 20.410.
Mais acesso à saúde
Acesso, essa é a palavra que representa o caso da auxiliar de produção, Irani Gonçalves de Oliveira, 54 anos, e de José Antônio Gonçalves de Oliveira Gorgozinho, aposentado, 74 anos. Ambos, moradores de Divinópolis, estavam na fila a espera por uma cirurgia eletiva. Ela para retirar vesícula e ele para retirar a hérnia.
Irani conta que sentia muitas dores, azia e dores laterais. Quando fez o ultrassom à pedido do médico da Unidade Básica de Saúde veio diagnóstico constatando, que além do problema da vesícula, também estava com pedras nos rins e alterações no fígado.
“Tinha mais de dois anos que havia dado entrada. Os meus exames venceram. Foi na época da pandemia e precisei fazer todos os exames recentemente e desta vez a cirurgia saiu rapido”, destacou Irani.
Hoje, após ser operada, Irani agradece a Deus e ao atendimento dos médicos enfermeiros do SUS pela recuperação. Ela conta que obedeceu o repouso recomendado pelo médico e que já voltou a trabalhar, não sentindo, sequer, o refluxo que a incomodava antes da cirurgia.
A hérnia de José Antônio foi detectada em agosto de 2022 e em janeiro de 2023, ele já estava fazendo os exames para o risco cirúrgico. A cirurgia foi realizada no dia 23 de fevereiro.
“Quando começou, ele não estava sentindo nada, a hérnia só estufou na barriga, ficou inchada e começaram, a partir daí, as dores. Procuramos o médico e ele nos disse que era uma hérnia e que teria que fazer uma cirurgia”, relatou a esposa de José, Zulmira Helena Cunha Gorgozinho.
Zulmira conta que o marido José ficará de repouso ainda como recomendou o médico, mas que retirou os pontos e passa muito bem. Quanto ao atendimento, pontua terem sido muito bem atendidos por médicos e enfermeiros.
Na macrorregião de Saúde Oeste, são 23 hospitais beneficiados pelo Opera Mais Minas. Em 2022, estavam previstos investimentos de cerca de R$8 milhões, mas foram repassados aproximadamente R$13 milhões, um acréscimo de mais de 60%. Para 2023, devem ser destinados mais de R$15 milhões para a região; o objetivo é agilizar a realização de cirurgias eletivas. Deste valor estimado, mais de R$5 milhões já foram empenhados como forma de antecipação para o 1º quadrimestre de 2023.
Segundo Kênia Carvalho, referência técnica do Opera Mais Minas na Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Divinópolis, o programa tem grande impacto na região, uma vez que os prestadores têm a oportunidade de ter pagamentos diferenciados por procedimento. Dessa forma, ao ofertarem mais, possibilitam que mais e mais pessoas tenham acesso às cirurgias que precisam.
Desafios
O depoimento dos pacientes atendidos pela rede hospitalar apresentaram dois desafios para o programa Opera Mais Minas: o impacto da pandemia e os pacientes com risco iminentes. Barreiras que foram enfrentadas com dedicação, apoio e muito empenho de todos os profissionais e setores envolvidos.
O Superintendente Regional de Saúde (SRS) de Divinópolis, Julio Barata, explica que há uma série de pacientes que foram prejudicados pela pandemia.
“Embora as cirurgias eletivas fossem necessárias, elas acabaram por disputar leitos hospitalares com pacientes com alto risco de morte. A fila se avolumou a tal ponto que não seria possível contar apenas com a capacidade normal dos hospitais para realizar o número de cirurgias eletivas necessárias para reduzi-la”, lembrou Barata.
Hoje, o programa contempla 880 procedimentos cirúrgicos e a possibilidade de ampliar a oferta de cirurgias eletivas existe.
“A possibilidade de aumentar as cirurgias na região depende da capacidade instalada dos prestadores em realizar mais procedimentos, uma vez que existe recurso financeiro garantido e com pagamento diferenciado, a mais, para todo procedimento executado”, finalizou Carvalho.
Autor: Willian Pacheco